Donald Trump começa a ser ouvido pela Justiça
O ex-Presidente norte-americano Donald Trump apresenta-se, hoje, à Justiça, em Nova Iorque, onde vai ser formalmente informado das acusações que pendem sobre si, num caso que envolve o pagamento de suborno à atriz pornográfica Stormy Daniels para garantir o seu silêncio face a uma relação extraconjugal.
Na base das acusações feitas contra o antigo presidente norte-americano, que é novamente candidato à Casa Branca, está um alegado pagamento ilícito a Stormy Daniels, uma antiga estrela pornográfica com quem Trump teve um caso, antes das eleições presidenciais de 2016.
Ontem à tarde, uma fila de veículos transportou o ex-líder dos Estados Unidos da sua propriedade até a um aeroporto local, onde um jato privado com o seu apelido o esperava.
Segundo explica a Reuters, Donald Trump deverá entregar-se na procuradoria regional de Manhattan, antes de aparecer perante um juiz para se declarar inocente.
Perante a possibilidade de Donald Trump ser detido, e tendo em conta a base extremista de apoiantes que tem (os mesmos que invadiram o Capitólio no dia 6 de janeiro de 2021), a cidade de Nova Iorque está a tomar precauções de segurança de modo a prevenir confrontos violentos.
Donald Trump, que procura regressar à presidência em 2024, terá carimbado no seu currículo o facto de ser o primeiro presidente norte-americano de sempre a ser acusado criminalmente.
Aliados do candidato republicano reiteram que a acusação tem motivações políticas, apesar de antigos advogados de Trump, nomeadamente Michael Cohen e Rudi Giuliani, terem revelado alguns detalhes danosos sobre o envolvimento com Stormy Daniels e o alegado uso de dinheiro da campanha eleitoral de 2016 para pagar à atriz pornográfica, para que esta não admitisse o relacionamento.
A atriz pornográfica também denunciou várias vezes os detalhes do seu caso com o ex-presidente (que ocorreu quando a mulher de Trump estava grávida). O empresário, no entanto, negou sempre qualquer encontro sexual.
Mega-operação de segurança
Nas últimas semanas, antecipando a sua acusação, Donald Trump tem exortado os seus apoiantes a protestarem, mas registaram-se poucas manifestações públicas de apoio pelo país.
Levantaram-se então questões sobre se Trump, o candidato republicano líder na corrida presidencial de 2024 que mantém seguidores devotos, ainda tem o mesmo poder de mobilização como o que teve no ataque ao Capitólio de 06 de janeiro de 2021.
Na passada sexta-feira, todos os 35.000 membros do Departamento de Polícia de Nova Iorque (NYPD, na sigla em inglês) foram chamados ao serviço e agentes do Serviço Secreto estiveram no tribunal criminal de Manhattan para determinar a forma como o ex-presidente entrará e sairá do edifício em segurança, na terça-feira. Barreiras metálicas foram colocadas em frente à Trump Tower, um arranha-céus em Manhattan que tem atraído muita atenção nos últimos dias. "Não existe um manual sobre como actuar em caso de acusação de um ex-presidente. Isto vai ser algo completamente novo", disse um ex-agente do FBI à rede televisiva ABC News.
O próprio ex-presidente alertou nas redes social para a possibilidade de "mortes e destruição" caso fosse acusado. A segurança do procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, responsável por liderar esta investigação contra Trump, também tem sido uma das prioridades das autoridades de Nova Iorque, uma vez que já recebeu pelo menos uma ameaça de morte.
Até ao momento, um dos poucos protestos agendados para hoje é o do 'New York Young Republican Club', que se juntará aos esforços de Marjorie Taylor Greene.