A Alemanha anunciou, esta segunda-feira que retirará, no prazo máximo de 12 meses, os seus soldados do Mali, uma retirada imposta pelas novas realidades do país sob a liderança dos militares, mas que não põe fim à ajuda ao desenvolvimento.
A Alemanha tem várias centenas de soldados entre os cerca de 12 mil destacados pela Missão da ONU no país, que é atormentada pela propagação do jihadismo e da violência de todos os tipos. É a maior contribuição ocidental, de acordo com um relatório da missão divulgado esta semana.
Pistorius enfatizou a importância do contingente alemão, especialmente para missões de reconhecimento. Mas esse compromisso "não é possível, na prática, desde há alguns meses", disse. "Não é o compromisso alemão que falhou, são as condições que fizeram esse compromisso falhar", disse sem dar mais detalhes.Os militares que tomaram o poder pela força em 2020 romperam a aliança com a França e os seus parceiros europeus contra os jihadistas e voltaram-se militar e politicamente para a Rússia.
A junta também impôs restrições às operações da Missão da ONU no Mali. A ONU expressou preocupação com a segurança das operações das forças de paz após a partida dos franceses, mas também de outros contingentes.
Vários países decidiram interromper ou suspender a sua participação na UNMIS nos últimos meses. O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse nesta semana que a Jordânia, por sua vez, informou a ONU em Fevereiro da decisão de encerrar a contribuição imediatamente.
Ontem, um grupo de jihadistas, afiliados ao grupo Estado Islâmico ocupou a localidade de Tidermene, no Mali, isolando ainda mais a capital regional, Menaka, disseram ontem testemunhas locais à AFP.
A queda de Tidermene ocorre após meses de combates do Estado Islâmico no Grande Saara (ISGS) para ocupar o vilarejo do Nordeste do Mali, localizado a cerca de 75 quilómetros de Menaka.