Clássicos do jazz e reggae recordados com recursos vocais de Anabela Aya

  

A cantora Anabela Aya levou uma diversidade de estilos sexta-feira, à noite, ao palco do espaço Terra Mar & Mar, na Ilha de Luanda, num concerto de mais de duas horas em que prestou tributo a Bob Marley, Mirian Makeba e Lokwa Kanza.

Ao inaugurar um novo espaço para promoção artística, particularmente musical, Anabela Aya contagiou o público, com muita emoção, interpretando vários clássicos, acompanhada pelo pianista Miqueia Ramiros, da Banda Maravilha.

As canções "I love you”, "Kaumba”, "Ne me quitte pas”, "Beira-mar”, "Cajueiro Velho”, "Ngalumingo”, "Teu toque tem Magia”, "Malaika” e "Maye Maye”, fizeram parte do alinhamento musical e mereceram fortes aplausos da plateia.

Cantora de múltiplas tonalidades e recursos vocais, não se limitou ao palco. Explorou os recantos da sala, interagindo com os fãs, particularmente nos momentos em que cantava  "Meu Fado”, "Lokua Kanza”, "Poeta”, "Mabele”, além das músicas de Bob Marley, Adele e outros ícones internacionais.

Ao atingir o ápice da actuação e satisfeita com a execução instrumental, Anabela Aya convidou um quarteto de fãs para partilharem o palco interpretando "Meninos do Huambo”, em quimbundo, uma canção resultado do poema de Manuel Rui musicado por Rui Mingas.

Para encerrar em apoteose reservou as músicas "Meu Nome É Um, Teu Nome É Um” e "Tic-Toc”. Considerou que os seus concertos são sempre "únicos e especiais”. Mostrou-se feliz por ver o espaço lotado o que ultrapassou as suas expectativas, "fiquei muito satisfeita, boas energias, um balanço positivo do concerto”, realçou.

Referiu, também, que esteve fora dos holofotes porque se dedicava  aos estudos, e outras actividades. Por outro lado, frisou que a falta de regularidade resulta, em parte, do mercado do jazz "muito fechado, acabamos por não ser convidados com regularidade para grandes concertos, são sempres os mesmos artistas a estarem presentes”.

Nasceu em Luanda, em Setembro de 1983, sendo oriunda de uma família religiosa, facto que a influenciou para uma carreira musical que iniciou aos 5 anos em grupos religiosos, embora seja o teatro a arte que a levou aos palcos públicos, fora do ambiente religioso.

Ao lamentar a inoperância do mercado que caracteriza o seu género artístico, reconheceu que produz música sem peso comercial, talvez seja por isso que "nem somos tidos nem achados”.

Desta forma, a cantora apelou aos promotores e agentes musicais que se dê mais oportunidades e saibam dosear a agenda de espectáculos com a diversidade de géneros e estilos. Por isso, defende o surgimento de mais salas de espectáculos, contrariado a realidade das poucas que existem ocupadas "na maior das vezes por artistas associados às produtoras e agências”.

Revelou que sentia saudade de estar em palco, os fãs a cobravam, uma das razões que motivou o surgimento do concerto de sexta-feira que consta de um projecto. Deu a conhecer que pretende levar o programa Dueto Improváveis, produzido e emitido na TVZimbo, aos palcos da cidade de Luanda.

"Os meus fãs precisam de mais atenção. Poderei partilhar o palco e trocar experiência com diferentes artistas e figuras emblemáticas da música angolana. A nossa sonoridade, as pessoas, não estão acostumadas a consumir jazz, trata-se de um grupo muito reduzido”.

O gestor do espaço, Joaquim Xavier, garantiu que a programação vai continuar, em que a cantora tem a responsabilidade de preencher o espaço com actividades regulares,   posteriormente a casa estará aberta para outras vozes, outros artistas.

As expectativas foram superadas, porque inicialmente previam 30 pessoas, no fim o público aderiu como sinal que Anabela Aya "é uma cantora querida por muitos”, afirmou o gestar do espaço Terra Mar & Mar.

 

Percurso artistico

Intérprete da canção vencedora da vigésima edição do Festival da Canção de Luanda 2017, Anabela Aya é nome artístico de Anabela Virgínia Dias Pipa, nasceu no dia 9 de Setembro de 1983, em Luanda. Iniciou o contacto com a música aos cinco anos de idade, ouvindo cânticos religiosos do coro da Igreja Metodista Independente, Caridade, onde a mãe era professora.

Obteve formação vocal na igreja, criando as bases técnicas que depois permitiram a sua versatilidade, e propensão para interpretar os géneros gospel, base da sua formação musical, bossa nova, soul, rythm & blues, reggae, semba, incluindo fado.

Em 2018, lançou a primeira obra de originais, com 10 faixas, intitulada "Kuameleli”.

Além de prestigiada actriz, é uma das vozes mais promissoras da nova geração de intérpretes do universo afro-jazz, e tem enveredado, de forma segura e modesta pelos caminhos híbridos da renovação estética da Música Popular Angolana, de acordo com o crítico Jomo Fortunato.

Diva da Música 2017, foi várias vezes indicada e nomeada para outras premiações, foi figura de cartaz nas comemorações do Dia Internacional do Jazz, comemorado pela primeira vez em Luanda no dia 30 de Abril de 2014, ocasião em que foi acompanhada pela Banda Afro Beat, constituída por Mário Grarnacho (teclas), Gary Sinedima (voz), Fredy Mwankie (baixo eléctrico) e Joel Pedro (bateria).

Pedro João Cassule Manuel Manuel

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