O administrador executivo do Banco Caixa Geral Angola, Francisco Santos, afirmou, terça-feira, em Luanda, que caso o Gabinete de Acção Financeira Internacional (GAFI) atribua nota positiva à conformação internacional do sistema financeiro bancário e não bancário angolanos, em avaliação até 2024, Angola pode ver o seu ranking financeiro melhorar a partir do início de 2025.
Francisco Santos referiu ainda que a melhoria do sistema financeiro angolano a partir de 2025 passa, igualmente, pela estabilidade do panorama económico e financeiro do país, bem como a aprovação da candidatura (em curso) do Banco Nacional de Angola (BNA) à moldura de supervisão bancária europeia.
Ao chefe do Governo luso, o também membro do Conselho de Administração do Banco Caixa-Angola fez uma resenha detalhada sobre o estado da economia do país nos últimos anos, lembrando que um dos grandes focos do Executivo angolano tem sido o aumento da receita fiscal, que subiu 76 por cento, para mais de 21,3 mil milhões de dólares entre 2019 e 2022.
Informou que o Executivo angolano criou, em 2019, um mecanismo de fomento ao crescimento do produto não-petrolífero, salientando que o mesmo tem crescido, em média, mais do que o PIB petrolífero. Francisco Santos falou ainda ao Primeiro-Ministro sobre a depreciação do kwanza desde Abril último, que atingiu nesta altura 15 por cento face ao dólar e ao euro. Ressaltou o "grande trabalho” que tem sido desenvolvido pelas autoridades angolanas ao nível do endividamento e do rácio de dívida pública, que está estimada acima de 52 mil milhões de dólares.
Sublinhou, a propósito, que o aumento da receita fiscal e as folgas orçamentais obtidas têm sido usadas pelo Estado angolano para reduzir, cada vez mais, o peso da dívida pública nas finanças nacionais.
Francisco Santos assegurou que o Banco Caixa-Angola é uma instituição estruturante no sistema financeiro angolano, comprometido com a promoção e desenvolvimento sustentável do país, bem como a internacionalização das empresas nacionais.
O Banco Caixa-Angola está implantado no mercado
angolano há 30 anos. É uma
sociedade constituída maioritariamente por capital estrangeiro, onde 51 por cento do capital é detido pela Caixa Geral de Depósitos do Governo luso. Na sua estrutura de capital fazem parte, desde 2009, apenas dois accionistas angolanos.
A instituição financeira está presente em 9 provinciais do país, com 27 agências e cerca de 68 mil clientes particulares e 8 mil clientes empresa. Conta ainda com 514 colaboradores, 74 ATM funcionais e mais de 4.100 TPA activos dispersos pelo território nacional.
O Instituto das Comunidades Angolanas no Exterior e Serviços Consulares (ICAESC) realizou, na tarde de ontem, na Escola Nacional de Administração e Políticas Públicas (ENAPP), um seminário de apresentação do Sistema Geral de Gestão Consular (SIGGEC) aos seus funcionários, com vista a familiarizá-los com aquela plataforma digital, que se destina à modernização dos serviços consulares.
O seminário visou, no essencial, elucidar os presentes sobre a importância do sistema, sua implementação, vantagens técnicas e tecnológicas e os ganhos que dela se pode tirar, no que se refere à execução prática, isto é, na perspectiva da satisfação dos cidadãos.
A directora-geral do ICAESC, Maria Filomena do Rosário Neto António, destacou, na ocasião, a praticidade proporcionada por aquela solução tecnológica, com destaque nas respostas rápidas, oportunas, eficazes e eficiente às principais solicitações dos cidadãos que procuram pelos serviços do Instituto das Comunidades Angolanas, quer seja no exterior, quer mesmo em Angola.
De acordo com a embaixadora Maria Filomena do Rosário Neto António, o SIGGEC, confere, além de inovar o modus operandi do ICAESC, uma maior fiabilidade e segurança dos dados que gera e da informação que tramita entre os diferentes serviços consulares e não só.
Para o director-geral do Instituto de Modernização Administrativa, Meik Afonso, entidade facilitadora do sistema, o SIGGEC surge para integrar, modernizar e aprimorar os actos administrativos praticados pelos consulados de Angola, conferindo-lhes, deste modo, um maior controlo dos dados que obtêm dos utentes.
Meik Afonso referiu que o AIGGEC não é um projecto acabado, pelo que se afigura uma plataforma sujeita a adequações constantes e permanentes, em função das dinâmicas que se impuserem ao longo da sua implementação e execução prática.
O SIGGEC é uma plataforma digital que tem como propósito integrar, modernizar e aprimorar a qualidade dos serviços consulares prestados aos cidadãos no país e no estrangeiro.
Com esta plataforma pretende-se, igualmente, prover aos cidadãos um serviço mais dinâmico, eficiente, eficaz e satisfatório, quer do ponto de vista do provedor - o Instituto das Comunidades An-golanas no Exterior e Serviços Consulares (ICAESC) - quer na perspectiva do consumidor final, o utente.
O SIGGEC foi lançado formalmente na terça-feira, por via do referido seminário e o processo vai estender-se a todas as missões diplomáticas e consulares de Angola.