Policia morto em protestos no Quénia
No terceiro dia de manifestações na cidade queniana de Kisumu, no Oeste do Quénia, reduto de Raila Odinga, um policial “morreu devido aos ferimentos sofridos no cumprimento do dever”, segundo um comunicado do chefe de polícia Japhet Koome.
Koome disse que 20 policiais ficaram "gravemente feridos enquanto repeliam manifestantes violentos”, apontando para "hooligans” que faziam passar por manifestantes que invadiram propriedade privada.
Foi também em Kisumu e arredores que dois civis foram mortos nas duas manifestações anteriores por alegados disparos da polícia. As investigações foram iniciadas pela instituição responsável por supervisionar a aplicação da lei.
A comunidade internacional e os líderes religiosos pediram calma, temendo que a situação pudesse se transformar na violência étnica observada após as eleições de 2007-08, que deixaram mais de 1.100 mortos.
De acordo com o Conselho de media do Quénia, que defende os direitos de imprensa no país da África Oriental, "25 casos de ataques a jornalistas locais e estrangeiros nas mãos de actores estatais e não estatais” foram registrados desde o início dos protestos a 20 de Março.
No início da semana, populares teriam supostamente saqueado armazéns e outros bens pertencentes a Raila Ondinga, isso na capital queniana, Nairobi. Uma fazenda cuja propriedade se atribui a Uhuru Kenyatta, nos arredores da capital, foi igualmente vandalizada.
Na quarta-feira, o ministro do Interior, Kithure Kindiki, garantiu que qualquer pessoa que perturbe a paz será processada.
"independentemente do partido político” a que pertence, denunciando "ilegalidade e insanidade criminosa”.
Muitos quenianos lutam para se alimentar diariamente, pois enfrentam o aumento dos preços dos alimentos básicos, a depreciação do xelim queniano e uma seca sem precedentes em algumas partes do país.
O veterano líder da oposição queniana, Raila Odinga, convocou protestos quinzenais contra o Governo - todas as segundas e quintas-feiras - acusando o Presidente William Ruto de "roubar” a eleição presidencial de Agosto, de ser "ilegítimo” e de ser incapaz de conter os preços em alta.
Em Fevereiro, a inflação atingiu 9,2% em relação ao ano anterior, com os preços dos alimentos subindo 13,3%.