Moradores devem ser os primeiros a garantir preservação dos edificios

 

Moradores devem ser os primeiros a garantir preservação dos edificios

O Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação defende que os moradores devem ser os primeiros a contribuírem na preservação dos edifícios do país.

02/04/2023  ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO 09H51
“Não tenho interesse em cinema histórico” © Fotografia por: DR

Este posicionamento foi feito, sábado, durante o debate "Sábado às 10 e 10”, da Rádio Nacional de Angola, realizado na sequência do desabamento, no sábado da semana passada, de um edifício de seis andares na Avenida Comandante Valódia, em Luanda.

 O director nacional de Capacitação de Riscos e Desastres daquele departamento ministerial, Edson Fernandes, chamou a atenção dos moradores para o facto de que, com a colocação de tanques de água, geradores e outros instrumentos pesados, aumentam, ainda mais, o risco de degradação dos edifícios.

"A manutenção dos edifícios deve ser uma questão de vivência diária. Por conseguinte, devem ser eles os primeiros a garantir que os edifícios estejam conservados. Se não estão conservados, que eles possam ajudar na busca de soluções”, defendeu.

Por seu turno, o director nacional de Edifícios e Monumentos do Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, Hélder Biala, revelou que existem, no país, mais de 500 imóveis críticos, dos quais 139 estão em riscos de desabar, de acordo com o levantamento feito por aquele departamento ministerial, em colaboração com os governos provinciais.

Durante o debate em que foi abordada a conservação e manutenção dos edifícios públicos e privados, aquele responsável informou que mais de 50 por cento dos imóveis catalogados e que se encontram em situação de risco estão na província de Luanda. Hélder Biala disse que os moradores dos edifícios em risco de desabar já foram notificados para desalojamento.

Depois de feita a análise, referiu, concluiu-se que alguns edifícios tinham de ser demolidos, enquanto outros ainda têm a possibilidade de reparação. "Os moradores de todos aqueles edifícios cadastrados por estarem em risco de ruína já foram notificados que devem abandoná-los para se fazer a intervenção necessária”, disse.

No debate, o director do Laboratório de Engenharia de Angola, Fernando Bonito, defendeu a tomada de medidas mais abrangentes e que envolvam todas as inteligências de Angola, nomeadamente as Ordens dos Engenheiros, dos Arquitectos, o próprio Ministério de tutela, as universidades e um conjunto de instituições que podem ajudar na definição de linha de acção neste sentido.

O arquitecto Viti Salambi, representante da Ordem dos Arquitectos de Angola, considerou que se trata de um problema social e económico que deve ser abordado com envolvimento de toda a sociedade.

"O Ministério tem que realizar políticas, não pode ser executor. É preciso dinamizar e criar toda uma estrutura que depois vai chegar até à comissão de moradores. É preciso olhar para a dimensão do problema, legislar e regulamentar. É preciso criar normas e olhar para o alcance da sociedade e da capacidade do quadro técnica”, defendeu o arquitecto.

O debate "Sábado às 10 e 10” contou com a participação do coordenador dos moradores do prédio Ango-hotel, na cidade do Huambo. Inácio Manuel disse que tem estado a fazer algum trabalho de sensibilização com os moradores, para que adoptem condutas mais saudareis.

"Se fizéssemos um levantamento de todas as centralidades, daqueles edifícios que foram construídos na era colonial, nós vamos ver que há sub-carga de pessoas. Há apartamentos com 10 ou 11 pessoas! Isto também contribui para que haja desequilibro do próprio edifício”, considerou.

Pedro João Cassule Manuel Manuel

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