A AFRICON defende partilha de informação para a estabilidade das regiões em conflito


A sub-directora de inteligência do Comando para África dos Estados Unidos (Africon), brigadeira general Rose Keravuori, defendeu, esta terça-feira, em Luanda, maior colaboração na inovação e partilha de dados entre os chefes dos serviços de inteligência africanos e norte-americanos, como forma de conferir maior estabilidade e segurança nas regiões e sub-regiões afectadas por conflitos armados.

Rose Keravuori, que falava na abertura da conferência do Comando para África dos Estados Unidos (AFRICOM), em que participam os chefes de Inteligência Militar dos EUA e de África, numa das unidades hoteleiras de Luanda, revelou que pretendem reforçar o valor que a organização atribui a "crescente” relação os países africanos.

Segundo Rose Keravuori, referiu, a propósito, que a conferência dos directores de Inteligência Militar deste ano demonstra a importância que o Comando dos EUA para África atribui ao trabalho em conjunto com parceiros africanos, visando preservar a paz e a segurança em todo o continente.

"Esta conferência oferece uma plataforma inestimável para o desenvolvimento de soluções multilaterais a nível dos desafios compartilhados entre a Africon e os 29 países africanos”, enfatizou Rose Keravuori no evento militar internacional que aborda o impacto da estabilidade regional e suas implicações sobre a estratégia de defesa e segurança.

A alta patente do Exército norte-americano pediu aos chefes dos serviços de inteligência militar dos países do continente empenho na discussão global das questões ambientais, sublinhando que África contribui, actualmente, com três por cento das emissões de carbono.

 

Estratégias de segurança e combate ao extremismo

A sub-directora de inteligência do Comando para África dos Estados Unidos (Africon), brigadeira general Rose Keravuori, sublinhou, a propósito, que o extremismo, uma das causas da insegurança e instabilidade em muitos países, sobretudo no continente africano, requer, cada vez mais, uma intervenção militar coordenada.

Defendeu reformas globais na ONU para que as vozes africanas possam, finalmente, ser ouvidas nas instituições de decisão, tal como no Banco Mundial (BM) e Fundo Monetário Internacional (FMI). "O Governo dos Estados Unidos da América apoia as provisões dos lugares permanentes de países africanos no Conselho de Segurança, bem como a inclusão africana no G20”, afirmou Rose Keravuori, para quem Washinngton deve criar políticas que sejam consistentes com os valores e ideais dos Estados africanos.

"A diáspora africana tem sido um pilar para o fortalecimento das relações entre África e EUA”, afirmou.

O espírito de colaboração e partilha entre africanos e norte-americanos sobre a inovação e partilha de dados sobre inteligência, também foi referenciado pela alta patente do exército norte-americano no evento, que também aborda o impacto da estabilidade regional e suas implicações sobre a estratégia de defesa e segurança.

Enfatizou ainda o papel da diplomacia para o alcance de objectivos comuns, de pacificação e estabilidade dos Estados, salientando que "os militares sozinhos não alcançam a paz”. A criação de condições para lidar com mecanismo de financiamento ilícito também foi referenciada pela responsável militar dos Estados Unidos.

Angola valoriza soberania dos Estados

Os Estados africanos devem encontrar os recursos operacionais, técnicos e tecnológicos disponíveis para identificar e anular toda e qualquer ameaça que coloque em perigo a sua segurança, estabilidade e soberania, afirmou, ontem, o chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar, general João Pereira Massano.

Ao discursar na abertura da conferência, referiu que as guerras e as alterações climáticas devem estar no topo da agenda de prioridades dos Governos, das organizações internacionais, regionais e sub-regionais porque estão em causa a insegurança, estabilidade e soberania dos Estados.

Para  João Pereira Massano, os chefes de inteligência militar devem ter a "responsabilidade estratégica” de auxiliar no planeamento e nas decisões das lideranças políticas, em prol da defesa dos mais altos interesses dos respectivos Estados. Defendeu parcerias e soluções inovadoras para que os Estados ultrapassem os múltiplos desafios que se colocam aos serviços de inteligência.

Aos homólogos africanos e dos Estados Unidos da América, a alta patente das Forças Armadas Angolanas (FAA) lembrou que o mundo vive incertezas derivadas, sobretudo pelo aumento exponencial dos focos de "violência extrema”, que provocam instabilidade e insegurança em várias regiões, com destaque para a Europa oriental, Indo-pacífico, Golfo Pérsico, Península coreana, Tigrey, Corredor do Sahel, e Leste da República Democrática do Congo .

As transformações climáticas com "sérios reflexos” na economia dos Estados, comunidades, empresas e famílias, também foram referidas pelo chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar como factores de instabilidade e insegurança em várias regiões do globo.

"As guerras e as alterações climáticas estão no topo da agenda das e prioridades dos Governos, organizações internacionais, regionais e sub-regionais um pouco pelo mundo porque colocam em causa a segurança, estabilidade e soberania dos Estados”, afirmou João Pereira Massano, para quem "a ausência desses três factores pode significar o caos".

Do ponto de vista do ambiente estratégico global, o general das FAA descreveu a situação de segurança em África como de convergência sem precedentes de ameaças internacionais, lembrando que a rivalidade entre as superpotências mundiais (EUA e Rússia) continua a ter forte impacto na base institucional e económica das economias em desenvolvimento.

O chefe do Serviço de Inteligência Militar falou da "mudança gradual notória” das normas prescritas de multilateralismo para unilateralismo por parte das grandes potências, sobretudo quando os seus interesses nacionais são ameaçados, salientando que o prolongamento da guerra entre a Rússia e a Ucrânia gera prejuízos nas economias mundiais, em particular nas emergentes, que se vêm obrigadas a reprogramar as suas agendas e planos nacionais de desenvolvimento.

Pedro João Cassule Manuel Manuel

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