Angola arrecadou, entre Janeiro e Março deste ano, 6,92 mil milhões de dólares, com a exportação de 87,92 milhões de barris de petróleo bruto. Comparativamente ao trimestre anterior, o volume exportado representou uma diminuição de 5,56 por cento, com um total de 98,34 milhões de barris de petróleo bruto exportados.
Estes dados foram apresentados, ontem, em Luanda, pelo secretário de Estado para o Petróleo, José Barroso, durante o Balanço das Exportações de Petróleo Bruto e Gás Natural, referente ao primeiro Trimestre de 2023.
O secretário de Estado para o Petróleo aponta que, no trimestre em análise, o Brent Datado registou o preço médio de 81,170 dólares por barril e o preço médio das ramas angolanas foi de 78,711 dólares por barril.
Em representação do ministro Diamantino Azevedo, José Barroso indicou que os principais destinos da exportação de petróleo bruto foram a China (50,26 por cento), Holanda (9,94 por cento), Índia (7,85 por cento) e Espanha (6,76 por cento).
No primeiro trimestre de 2022, segundo o secretário de Estado para o Petróleo, os principais destinos da exportação do "crude” foram a China com 63, 61 por cento, Índia (9,86 por cento) e França (5,11 por cento).
No quatro trimestre de 2022, foi a República da China que mais comprou o petróleo angolano com 51, 30 por cento, Índia (11, 15 por cento), Holanda (9,43 por cento) e Espanha (6,22 por cento).
José Barroso disse que as exportações de Gás realizadas, no primeiro trimestre de 2023, totalizaram 1,11 milhões de toneladas métricas, dos quais, 84 por cento corresponde ao Gás Natural Liquefeito (LNG), com um volume de exportação avaliado em 947,83 milhões de dólares.
Para o secretário de Estado para o Petróleo, as exportações de Gás realizadas no primeiro trimestre de 2023, representam um aumento de 3,61 por cento. No mesmo período em análise, o Gás Natural Liquefeito produzido no país, foi exportado maioritariamente para a Europa, o Gás butano e Gás Propano foram exportados para Ásia, enquanto os condensados foram comercializados para os Estados Unidos.
De acordo com o secretario de Estado para o Petróleo, o preço do Brent Datado no mercado internacional, foi influenciado por vários factores, com realce para a desaceleração da economia global, as expectativas de aumento das taxas de juros pelos Bancos Centrais das maiores economias mundiais e pela relativa diminuição da procura de combustíveis em alguns mercados, como da Europa e América.
"A recuperação da economia chinesa, resultante do levantamento das restrições de mobilidade impostas pela pandemia da Covid-19, a diminuição da produção da Rússia e a interrupção da produção do Iraque contribuíram favoravelmente para a recuperação dos preços no referido período”, disse.
ANGP exporta 23,70 % do petróleo bruto
Do total das exportações de petróleo bruto efectuadas para o mercado internacional, 23,70 por cento, pertence à ANGP e 16,82 por cento, a Sonangol, disse o director do Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística do Ministério de Recursos Minerais, Petróleo e Gás.
Alexandre Garrett disse que as exportações de petróleo bruto das companhias internacionais atingiram percentagens satisfatórias, onde se destaca a TotalEnergies (14,27 por cento), ESSO (9,91 por cento), BP (8,77 por cento), SSI (7,50 por cento), Cabogoc (7,43 por cento), Equinor (5,69 por cento) e Eni (3,29 por cento).
Durante a sua apresentação, Alexandre Garrett, referiu que das 16 ramas registadas, cinco foram mais comercializadas, como a de Mostarda (12, 52 por cento), Clov (10,24 por cento), Girassol (8,84 por cento), Nemba (8,58 por cento) e PazFlor (8,53 por cento).
O director do GEPE indicou que, durante o primeiro trimestre de 2023, as exportações de Gás Natural Liquefeito (LNG), Gás de Petróleo Liquefeito (LPG) e Condensados totalizou 1.113,4 toneladas métricas, valorizadas em 947,82 milhões de dólares.
Comparativamente ao trimestre homólogo de 2022, registou-se uma redução de 6,67 por cento, no volume exportado, e no trimestre anterior, observou-se um aumento de 3,61 por cento.
O Gás Natural Liquefeito atingiu uma exportação de 945,24 mil toneladas métricas ao preço de 925,551 dólares, o Butano foi exportado a 12,01 mil toneladas métricas ao preço de 520,88 dólares, o Propano a 122,05 mil toneladas métricas ao preço de 363,844 dólares e os Condensados a 34,11 mil toneladas ao preço de médio de 653,520 dólares por toneladas métricas.
O Reino Unido foi o país que mais comprou o Gás Natural Liquefeito com 35,99 por cento, França com 28,59 por cento, e a Holanda com 14,23 por cento. O Butano teve como principal comprador a China, com 100 por cento.
As vendas da Sonangol, no primeiro trimestre de 2023, situam-se em 2,80 mil milhões de dólares, com a comercialização de 35,63 milhões de barris de petróleo bruto.
Este dado foi apresentado pelo vogal da Unidade de Negócios de Trading e Shipping da Sonangol, José Silva, que avançou que, no quatro trimestre de 2022, a Sonangol comercializou 35,47 milhões de barris de petróleo bruto, que representaram um volume de negócios avaliados em 3,07 mil milhões de dólares.
Os principais países que compraram o petróleo bruto da Sonangol, no primeiro trimestre de 2023, foram a Índia com 7,81 por cento, China com 47,87 por cento, Países Baixos com 7,73 por cento, e Malásia com 5,12 por cento. No quarto trimestre do ano passado, destacam-se China (49,83 por cento), Índia (10,06 por cento), tália (7,56 por cento), Espanha (5,04 por cento), e Singapura (4,41 por cento).
O vogal da Unidade de Negócios de Trading e Shipping, José Silva, destacou que a firme procura dos países do ocidente fruto das elevadas margens de refinação, devido às sanções impostas à importação dos produtos refinados da Russa e ao inverno mais frio do que o esperado nos Estados Unidos, sustentaram a procura por ramas angolanas.
O gestor da Unidade de Negócios de Trading e Shipping disse que a reabertura das fronteiras da China e a melhoria dos indicadores económicos a nível global, impactaram positivamente o mercado de petróleo no geral e das ramas angolanas em particular.A Sonangol é a Companhia Estatal de Petróleos e Gás do país.