Destacados os benefícios da paz efectiva em mais de duas décadas

 

Destacados os benefícios da paz efectiva em mais de duas décadas

A população da província do Bié congratula-se com os ganhos da paz efectiva, 21 anos depois, sobretudo, na área social e económica, Reconciliação Nacional e da Estabilidade Política e Democrática.

03/04/2023  ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO 07H52
© Fotografia por: DR

No quadro do 4 de Abril, Dia da Paz e Reconciliação Nacional, os cidadãos consideram a paz a segunda maior conquista dos angolanos, depois da Independência Nacional.

Para Adão Pedro, de 77 anos, com a conquista da paz efectiva, a província do Bié, uma das que mais sofreu com a guerra civil de 27 anos, está, totalmente, transformada, quer pelo investimento do Executivo, quer no domínio da unidade e reconciliação nacional.

Apontou a área social o que mais ganhos teve, com a entrada em funcionamento de diversas unidades sanitárias, com realce para o Hospital Dr.Walter Strangway”, o aumento de instituições escolares, quer do ensino geral quer universitário, bem como da oferta do emprego à juventude.

Adão Pedro defende, para os próximos cinco anos, a aposta séria na recuperação de fábricas na província do Bié, para reduzir o índice de desemprego, assim como fortalecer o combate à criminalidade e à pobreza no seio das comunidades rurais.

Domingos da Silva, de 63 anos e ex-FAPLA, destacou o investimento que o Governo realizou na recuperação das estradas Cuito/Chitembo, Cuito/Chinguar e Cuito/Andulo, defendendo, agora, a conclusão da via Cuito/Cuemba.

Este antigo combatente considerou positiva a aposta que as autoridades têm vindo a dar no sector da Agricultura, encorajando o Executivo a prosseguir no apoio aos pequenos produtores, assim como melhorar a assistência aos ex-militares, por intermédio de vários programas sociais.

Rafael António, de 28 anos, além de enaltecer a abertura da Mediateca Abel Abraão, Centralidade do Cuito e Andulo, a maximização de empregos que o Executivo tem dado nas áreas da Educação, Saúde e Economia, solicitou mais incentivos do Estado ao sector privado, de modo que dê mais oferta de trabalho à juventude.

Rafael António anotou, ainda, em 21 anos de paz efectiva, especialmente na província do Bié, a maneira como se registam os laços de irmandade e unidade nacional, quer entre partidos políticos quer entre cidadãos comuns.

Por isso, recomendou o fortalecimento de tais laços, em prol do bem-estar e do desenvolvimento social e económico.

 

Ganhos da paz no Bié

Em 2019, o aeroporto Joaquim Kapango, a maior infra-estrutura aeroportuária da província, mereceu uma ampliação e modernização.

As obras, avaliadas em USD mais de 40 milhões, abrangeram o alargamento da pista do aeroporto em mais 200 metros de comprimento e 45 metros de largura, que lhe permitem receber aviões Boeing 737-700.

Assim, segundo a Angop, a província começou a receber aviões de pequeno, médio e grande portes, entre os quais o Boeing 777-700, dando novo impulso à vida produtiva do Bié.


Sector das Águas

No sector das Águas, a província conta com sistemas de captação, tratamento e distribuição nos municípios do Cunhinga, Cuemba, Nharea e do Cuito, onde existem três sistemas, enquanto as demais localidades possuem pequenos sistemas e outros estão em construção.

Os três sistemas do Cuito, nomeadamente, Cuquema I, Cuquema II e da comuna do Cunje abastecem com regularidade a água potável em mais de 30 mil residências.

Neste sector, o Executivo tem em carteira a expansão de mais 15 mil novas ligações domiciliares, a serem feitas dentro de pouco tempo, com o financiamento do Banco Mundial.

Neste momento, estão a ser feitas mais de cinco mil ligações domiciliares nos bairros Cantíflas, Cangote, Catemo, Cangalo, Sousa, Caluco e Chissindo, também, com financiamento do Banco Mundial, de modo a beneficiar acima de 30 mil habitantes.

Para este ano, as autoridades vão proceder à entrega do sistema de captação, tratamento e abastecimento do município do Chitembo, situado a 150 quilómetros a Sul do Cuito, com mais de mil e 500 ligações domiciliares.

Prevê, ainda, iniciar as obras de novos sistemas dos municípios do Andulo, Camacupa, Catabola e Chinguar, na medida em que o Executivo procura financiamento para as mesmas, visando abranger aproximadamente 500 mil habitantes.

 

Energia

Já no domínio da Energia, a província tem 80 megawatts (MW) desde Março de 2019, proveniente da Barragem de Laúca (Malanje), potência que se junta a 14 outros produzidos nas centrais térmicas do Huambo e Cuito e duas outras de grupos geradores.

A energia de Laúca permitiu instalar 80 megawatts no Cuito, quando a procura é de apenas 20 MW.

Por este motivo, o Ministério da Energia e Águas começa a interligar os municípios do Bié, a curto prazo, com a energia proveniente da Barragem de Laúca.

O projecto, que já teve início este ano, concretamente, na região Leste do Bié, onde, numa primeira fase, chegou à comuna da Chipeta, foi instalado um Posto de Transformação (PT) de 250 KVA e 140 postes de iluminação pública, assim como abrange 200 ligações domiciliares, das mil e 200 previstas.

Com a chegada da energia de Laúca à Chipeta, as entidades governamentais querem expandir o mais rápido possível em toda a região Leste da província, nomeadamente, Catabola, Camacupa e Cuemba.

Os municípios do Cunhinga, Andulo e Nharea serão interligados a partir da comuna do Cunje, enquanto o Chinguar, Chitembo (Bié) e Cachiungo (Huambo) serão beneficiados a partir da central do Cuito.

Para o efeito, os técnicos do sector, segundo a Angop, estão já empenhados na retirada da antiga rede de expansão feita pelo colono, uma vez que se encontra obsoleta, substituindo, assim, com a rede de baixa e alta tensão, visando abranger maior número de consumidores.

Relativamente à cidade do Cuito, mais de 12 mil novas famílias vão beneficiar deste bem, com a expansão da rede baixa e média tensão.

O Governo efectuou no I semestre do ano em curso mais de duas mil novas ligações nos bairros Catemo, Ndôngua, Boavista e Licimo, arredores da cidade do Cuito, numa empreitada inserida no projecto de expansão da rede de distribuição de energia de média de baixa tensão.

Instalou ainda, na capital biena, acima de 500 postes de iluminação pública, de betão e de madeira, visando reduzir o índice da criminalidade nestes bairros, num custo de 300 milhões de kwanzas, no âmbito do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).

Só em 2021, três mil 379 novas famílias dos municípios do Cuito, Camacupa, Chinguar e Chitembo beneficiam de energia eléctrica, no âmbito do Programa de Electrificação dos Bairros.

Também foi concluída este ano a rede de média e baixa tensão no município do Cuemba, localizado a 162 quilómetros a Leste do Cuito, que está a garantir, numa primeira fase, a iluminação pública e mil e 500 novas ligações domiciliares.

Ainda em 2022, o Governo procedeu à entrega à população do Chitembo, a 150 quilómetros da capital biena, de uma nova central térmica de mais mil KVA, que também beneficia mais de mil e 500 famílias, apesar de decorrerem mais alargamento nas residências da sede do município.

 A rede de distribuição controlada pela Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE) conta, nesta parcela do país, com 26 mil e 14 clientes, 16% dos quais com o sistema de contagem e dois mil e 666 clientes do regime pré-pago.

 

Habitação

No sector da Habitação, a província tem duas centralidades, sendo uma no Cuito e outra no Andulo, bem como um projecto social de 500 residências, situado no bairro Caluco (Cuito), reduzindo o défice de habitabilidade.

 

Saúde

Na Saúde, o Bié conta, desde 2020, com um hospital de terceiro nível, o Dr. Walter Strangway, inaugurado pelo Presidente da República, João Lourenço.

O Hospital Dr. Walter Strangway é, nestes termos, a maior unidade sanitária da província, com capacidade de 230 camas.

Existem lá mais de 20 serviços, tais como pediatria, medicina, consulta externa, cardiologia, nefrologia, cirurgia geral e plástica, dermatologia, fisioterapia, estomatologia, gastrenterologia, ginecologia e obstetrícia, análises clínicas, ortopedia, hemodiálise, traumatologia, Raio-X, urologia, anatomia patológica e outras.

A infra-estrutura atende com frequência pacientes provenientes das províncias de Luanda, Benguela, Huambo, Huíla, Cuando Cu-bango, Cuanza Sul, Mo-xico, Malanje, sobretudo na área de Hemodiálise.

A infra-estrutura dispõe acima de mil e 600 funcionários, entre médicos, enfermeiros, administrativos e auxiliares de limpeza.

Além dessa unidade de referência, o Bié conta com hospitais considerados de segundo níveis, situados no Cuito, Cuemba, Nharea e os missionários Católicos e da Igreja Congregacional em Angola (IECA) do Vouga, Chissamba, Chilesso, Ca-mundongo, entre outros.

 

Educação

Na província do Bié, o sector da Educação foi o que mais ganhou, nos últimos cinco anos, onde se construiu aproximadamente 100 escolas, quer no âmbito do PIIM, quer no Combate à Pobreza e parceiros sociais (Igrejas, Organizações-Não Governamentais), com um total de 500 salas de aula.

Os estabelecimentos, com sete, 12 e 24 salas, totalizam agora 782 escolas só de raiz em funcionamento nesta região Centro/Sul do país, onde frequentam aulas quase 700 mil alunos, assegurados por 15 mil 745 professores, nos vários su- bsistemas de ensino, contra 400 mil em relação ao quinquénio transacto.

Estes alunos recebem anualmente três milhões e 580 mil livros de diversos títulos, de forma gratuita, principalmente da iniciação a sexta classe, com vista a assegurar o sistema normal de ensino e aprendizagem neste ano lectivo, enquanto 20 mil petizes do Cunhinga e Chinguar estão inseridos no Programa de Merenda Escolar. O Governo do Bié prevê construir ainda, no período 2022-2027, duzentas escolas nesta região, de 12 e 24 salas de aula, com vista à inserção de maior parte das crianças que ainda se encontram sem estudar, estimadas em 102 mil.

Quanto ao Ensino Superior, a província tem cinco instituições, entre as quais duas públicas, nomeadamente a Escola Superior Pedagógica do Bié (ESPB) e o Instituto Superior Politécnico (ISPB), e três privadas, a Universidade Internacional do Cuanza (UNIC), inaugurada em 2021, pelo Presidente João Lourenço, os Institutos Superiores Politécnicos do Cuito e "Ndunduma”.

As duas unidades públicas já colocaram no mercado de trabalho mais de mil licenciados em distintos cursos, nos últimos cinco anos.

 

Vias de comunicação

O Governo terraplanou quase 800 quilómetros de estrada que liga as sedes dos municípios com as comunas de maior produtividade agrícola, económica e não só, enquadrados no Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).

Concluiu ainda a asfaltagem da estrada Cuito/Andulo e da sede da Nharea em 12 quilómetros, bem como está a terminar a asfaltagem da primeira fase de cinco quilómetros dos 10 previstos das sedes municipais do Cun-hinga, Catabola, tendo sido já entregue às populações a asfaltagem do Chitembo, Camacupa e do Cuemba.

O Cuito beneficiou de mais de 10 quilómetros, no casco urbano, sobretudo do troço rodoviário SME- Nosso Super, cidade/bairro Caluco e bairro Câmara/Monumento, com quatro e duas faixas de rodagem, iluminação pública e a devida sinalização vertical e no pavimento, num investimento acima de dois mil milhões de kwanzas.

Na área dos Transportes Públicos, o Bié está bem servido com o Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB), que vai até à comuna do Munhango (Cuemba), limite com à vizinha província do Moxico.

Actualmente, para além da via aérea, a província tem pela primeira vez mais de 60 autocarros públicos, com capacidade cada de 62 passageiros, que operam no casco, urbano do Cuito e nas localidades Cuito/Chinguar, Cuito/Chitembo e Cuito/Andulo.

 

  Igrejas cristãs apelam à preservação da paz e da estabilidade nacional

O representante do Conselho de Igrejas Cristãs em Angola (CICA) no Cuanza-Sul, reverendo Henriques Mulunga, defendeu, sábado, na cidade do Sumbe, a necessidade dos angolanos preservarem a paz e a estabilidade nacional, em prol do desenvolvimento do país.

Ao intervir no culto ecuménico de acção de graças, alusivo ao Dia da Paz e da Reconciliação Nacional, a assinalar-se terça-feira (4 de Abril), o religioso destacou o reforço da união entre os angolanos, exortando o povo a comemorar a efeméride com harmonia e fraternidade.

De acordo com o reverendo, que falava em nome das igrejas filiadas ao CICA, as congregações religiosas vão continuar a colaborar com o Executivo na consciencialização das populações para a preservação da paz e da reconciliação nacional. "Devemos todos cultivar sempre nos corações sentimentos que contribuem para a preservação da paz, que foi conquistada com muito sacrifício”, salientou.

Sob o lema "Construindo uma Angola melhor”, participaram no culto ecuménico membros do Governo, representantes de partidos políticos e das igrejas filiadas ao CICA.

Foi a 4 de Abril de 2002 que o Governo e a UNITA assinaram o Memorando de Entendimento Complementar ao Protocolo de Lusaka, que colocou fim à guerra no país.

 

  Reverendo reitera apoio à tolerância e à unidade

O reverendo  da Igreja Evangélica Congregacional em Angola (IECA), André Cangovi, considerou, ontem, que o diálogo, a tolerância e a unidade devem permanecer como pressupostos para a manutenção da paz efectiva entre os angolanos.

Olhando para os "tantos anos de paz", em Angola, defendeu mais unidade e harmonia, bem como maior responsabilidade para os que dirigem o país e às diversas instituições, considerando que "todos têm parte a ensinar à sociedade para que ela seja mais justa".

O reverendo falava a propósito do Dia da Paz e Reconciliação Nacional que se celebra a 4 de Abril, durante a inauguração de mais um templo da congregação, situado no bairro Compão, município do Cazenga, em cerimónia assistida pelo administrador local, Tomás Bica.

Segundo o pastor, citado pela Angop, a paz é uma realidade e que se deve exercer a honestidade e reconhecer os que sofrem, para que estes também possam usufruir das riquezas deste país, trabalhar para a redução da situação de vulnerabilidade e pobreza que muitos angolanos ainda enfrentam, passos que aponta como saídas para desigualdades sociais.

Apelou aos angolanos a rebuscar as promessas de viver em comunhão uns com os outros em paz e que a reconciliação seja verdadeira para a reconstrução de uma sociedade em que todos se aceitem. Por seu turno, o administrador Tomás Bica pediu aos fiéis da IECA que continuem a orar para que a paz seja sempre efectiva para todos.

Reconheceu o papel da IECA na luta pela Independência do país, através das suas missões e o trabalho que realiza em prol da comunidade, no que diz respeito à Saúde, Educação e Formação Profissional.

Pedro João Cassule Manuel Manuel

• Desejo fazer parte da equipe e actuar na ária de informática. Acredito que poderi executar meus conhecimentos teóricos e práticos e ajudar no crescimento da empresa e do grupo de trabalho.

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