Filho de Museveni defende envio de tropas para Moscovo
O filho do Presidente do Uganda, Muhoozi Kainerugaba, disse que o seu país enviaria tropas para defender Moscovo em caso de uma ameaça “imperialista”, escreveuno Twitter, de acordo com o que revela ontem a Reuters.
"O Ocidente está a perder o seu tempo com propaganda pró-ucraniana inútil”, acrescentou o filho do Presidente Yoweri Museveni, um firme defensor de Vladimir Putin. Na ocasião, também anunciou a criação de um canal de televisão e rádio com a sua marca, "MK”.
Kainerugaba, de 48 anos, que está acostumado a fazer declarações polémicas no Twitter, anunciou este mês a sua candidatura para a eleição presidencial de 2026. Em 18 de Outubro de 2022, Yoweri Museveni havia declarado que o seu único filho - ele também tem três filhas - não twittaria mais sobre os assuntos do país, depois de uma série de postes polémicos, nos quais ameaçou invadir o Quénia.
O Uganda absteve-se nas votações da ONU sobre o conflito ucraniano, incluindo uma em Fevereiro no primeiro aniversário da invasão russa, onde era pedido a Moscovo que retirasse as suas tropas do país. Em Julho, durante uma digressão por África do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, Kainerugaba disse, referindo-se à Rússia: "Como podemos ser contra alguém que nunca nos fez mal? Observadores há muito consideram Muhoozi Kainerugaba um provável sucessor do seu pai, de 78 anos.
Mil soldados para a RDC
Entretanto, um contingente de mil soldados partiu do Uganda em direção à parte oriental da RDC, para integrar a força regional da Comunidade da África Oriental, que inclui Burundi e Quénia, anunciou ontem a AFP. Centenas de residentes de ambos os lados da fronteira entre o Uganda e a RDC compareceram à cerimónia de despedida dessas forças.
O contingente de Uganda é liderado pelo coronel Michael Hairoba. A força da Comunidade da África Oriental destina-se a conter os rebeldes M23 que iniciaram ataques às posições do exército congolês em Junho do ano passado e ocuparam várias áreas. Uma das suas primeiras missões será a de acompanhar a retirada dos rebeldes do M23 da cidade de Bunagana, uma encruzilhada comercial na fronteira com o Uganda.