Manutenção em campo petrolífero angolano diminuiu a produção combinada da OPEP

 

Manutenção em campo petrolífero angolano diminuiu a produção combinada da OPEP

A produção de petróleo combinada da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEO) caiu, em Março, devido à manutenção de campos petrolíferos em Angola e à interrupção de parte das exportações do Iraque, revelou, ontem, uma pesquisa da Reuters que acrescenta a esses factores o impacto da forte adesão dos principais produtores a um corte na oferta acordado pelo cartel e aliados, a OPEP+.

02/04/2023  ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO 08H20
© Fotografia por: DR

Segundo a pesquisa, a OPEP produziu 28,90 milhões de barris por dia (bpd) em Março, o que representa uma queda de 70 mil bpd em relação a Fevereiro e de mais de 700 mil bpd em relação a Setembro.

A OPEP e aliados concordaram, no final de 2022, em cortar a produção para apoiar o mercado, na medida em que as perspectivas económicas se deterioravam e os preços enfraqueciam, esperando-se agora que uma reunião dos principais ministros da OPEP+, na segunda-feira, confirme a continuação da política de cortes.

A OPEP+ reduziu a meta de produção em dois milhões de bpd, cerca de 1,27 milhões de bpd dos quais viriam dos 10 países-membros da OPEP. A meta permaneceu em vigor ao longo de Março.

Com as quedas em Angola e no Iraque, cumprimento do acordo registou um excesso, elevando os cortes a 173 por cento do prometido, segundo o levantamento, contra 169 por cento em Fevereiro.

A produção está significativamente abaixo da meta em 930 mil bpd, porque muitos produtores (principalmente Nigéria e Angola) não têm capacidade de bombear nos níveis acordados.

A maior queda, de 100 mil bpd, ocorreu em Angola, devido a um pequeno programa de exportação e manutenção de campo no campo Dália. As exportações atingiram uma baixa de vários meses em algumas estimativas.

A segunda maior queda veio do Iraque, onde as empresas reduziram a produção na região norte do Curdistão depois da interrupção do oleoduto de exportação no sábado. O aumento das exportações do Sul do Iraque limitou o declínio, segundo a pesquisa.

Os produtores do Golfo associados à OPEP, Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos, mantiveram alto cumprimento de metas estabelecidas no acordo OPEP +, segundo a pesquisa.

 

Reversão do declínio

No início de Março, a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), o concessionário nacional de hidrocarbonetos, anunciou, num relatório mensal, uma produção de 29,7 milhões de barris em Fevereiro, menos 4,5 milhões em relação a Janeiro.

De acordo com este último documento, em Fevereiro, Angola produziu uma média diária de 1,06 milhões de bpd, contra os 1,14 milhões previstos, em números inferiores ao desempenho de Janeiro, quando a produção angolana de crude ficou situada em 34,29 milhões de  barris, a uma média 1,106 milhões bpd, contra 1,197 milhões de previstos.

De realçar que, apesar de a ANPG não ter enumerado as causas da contracção da produção petrolífera em Fevereiro, a redução do volume produzido coincidiu com a entrada em manutenção preventiva do Bloco 17, operado pela TotalEnergies, expelindo uma média de 120 mil bpd.

O procedimento prolongou-se por 35 dias, entre 20 de Fevereiro e 26 de Março, com a produção angolana a poder ter caído abaixo do milhão de bpd ao longo desse período, segundo estimativas naquela altura tornadas públicas.

Numa cerimónia de assinatura de um memorando de entendimento  entre a Autoridade Geral Tributária (AGT), ExxonMobil e Sonangol, a 14 de Março, o presidente do Conselho de Administração da ANPG, Paulino Jerónimo, declarou que prosseguem os trabalhos com as companhias petrolíferas para reverter o declínio da produção petrolífera angolana, uma evolução que tem ocupado a indústria ao longo dos últimos seis anos.

Os trabalhos incidem sobre a recuperação dos níveis de produção, tendo-se já lançado uma ronda de licitação para blocos petrolíferos situados nas bacias do Namibe, Benguela, do Kwanza e Baixo Congo, com o objectivo de assegurar a substituição de reservas e promover a actividade de exploração.

 

Concessionária anuncia licitação de blocos petrolíferos em terra

A ANPG anunciou, ontem, que lança, a 30 de Setembro próximo, o Concurso de Atribuição de Concessões Petrolíferas da Licitação 2023, com a colocação de 12 blocos das Bacias Terrestres do Baixo Congo e do Kwanza à disposição de investidores nacionais e estrangeiros.

O pré-anúncio do lançamento do concurso, divulgado ontem, indica que o prazo de submissão de propostas vai até ao dia 4 de Novembro, ao fim de 40 dias posteriores a data de lançamento, tal como prevê a lei.

Quatro blocos estão localizados na Bacia Terrestre do Baixo Congo (CON2, CON3, CON7 e CON8) e oito (KON1, KON3, KON7, KON10, KON13, KON14, KON15 e KON19) na Bacia Terrestre do Kwanza.

De acordo com o documento, o potencial estimado desses blocos é de 6.819 milhões de barris de petróleo na Bacia do Baixo Congo e de 14.019 na Bacia do Kwanza, com a licitação projectada para reavaliar o potencial existente nesses activos e atenuar o declínio da produção através do incremento da actividade de exploração e descoberta de novos recursos.

O concurso também visa estimular a participação de pequenas e médias empresas na indústria petrolífera angolana, assim como promover a inovação e boas práticas de governação.

A ANPG informou que tem iminente a realização de sessões de partilha de informação sobre o potencial petrolífero dos blocos e sobre o quadro legal e contratual, estando disponível, por intermédio da sua página electrónica, para a marcação de consultas sobre dados técnicos em formato virtual ou presencial   

A licitação ocorre ao abrigo da Lei das Actividades Petrolíferas Alterada (nº 5/19) e de um Decreto Presidencial que estabelece regras e procedimentos dos concursos para a aquisição da qualidade de associada da concessionária nacional. 

Pedro João Cassule Manuel Manuel

• Desejo fazer parte da equipe e actuar na ária de informática. Acredito que poderi executar meus conhecimentos teóricos e práticos e ajudar no crescimento da empresa e do grupo de trabalho.

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