Comissão Eleitoral acusada de expor dados confidenciais

 

Comissão Eleitoral acusada de expor dados confidenciais

Activistas de Direitos Humanos acusaram ontem a Comissão Eleitoral do Zimbabwe (ZEC), onde as eleições presidenciais e parlamentares devem ser realizadas em Agosto, de divulgar os números de telefone dos eleitores que, segundo eles, receberam mensagens de “intimidação” do partido no poder.

De acordo com a ONG local Team Pachedu, os eleitores, alguns deles recém-registados, receberam mensagens de texto personalizadas em Shona (a língua local), incluindo o nome do círculo eleitoral ao qual pertencem e assinadas com o nome do presidente Emmerson Mnagwa, que concorre à reeleição.

"Esta informação só aparece nas novas listas eleitorais e apenas a ZEC (comissão eleitoral) deve ter acesso a ela”, sublinhou a organização contactada pela AFP. Além disso, "as pessoas que recebem as mensagens são novos registados”, bem como apoiantes da oposição "que nunca forneceram os seus dados” à Zanu-PF no poder, acrescentou a Equipa Pachedu.

Questionada pela AFP, a comissão eleitoral negou ter fornecido qualquer detalhe de contacto. "Não demos nada a ninguém”, disse o seu vice-presidente, Rodney Simukai Kiwa. "Estamos chocados ao ouvir isso”, acrescentou.

Entretanto, um legislador da oposição zimbabweana, acusado de incitar a violência pública, perdeu ontem uma tentativa de arquivar o seu processo, abrindo caminho para um julgamento ainda antes das eleições gerais previstas para Agosto. Segundo a Reuters, Job Sikhala, um político de 50 anos, está detido numa prisão de segurança máxima de Harare desde junho, quando foi preso juntamente com outros membros da Coligação de Cidadãos pela Mudança (CCC). Mais de uma dúzia de activistas, entretanto, já foram libertados.

Sikhala argumentou que o caso do Estado era fraco e deveria ser arquivado, mas o magistrado Marewanazvi Gofa decidiu que havia evidências "esmagadoras” contra ele. "As circunstâncias exigem uma resposta da pessoa acusada. Não se pode dizer que as evidências do Estado neste estágio não sejam confiáveis”, disse Gofa. "O pedido de exoneração, está indeferido”, decidiu o magistrado.

Numa carreira política de mais de duas décadas, Sikhala foi preso 67 vezes, mas nunca condenado, de acordo com um dos seus advogados. As acusações contra ele são baseadas num vídeo no qual, supostamente, pedia justiça pelo assassinato de outro activista da oposição cujo corpo mutilado foi encontrado num poço. Se condenado, o legislador não poderá disputar as próximas eleições.

 

  Governo quer travar saída de técnicos da Saúde

O vice-presidente do Zimbabwe, Constantino Chiwenga, anunciou, ontem, que o país pretende introduzir uma lei que torne ilegal o recrutamento dos profissionais de Saúde para outras nações. A mudança visa evitar a perda de valiosos profissionais de saúde para outros países, que tem sido um problema de longa data para o Sistema de Saúde do país.

Chiwenga, que também é ministro da Saúde, afirmou que a perda de profissionais de Saúde é comparável ao tráfico de seres humanos e anunciou penalidades mais severas para aqueles que ele alegou terem privado a nação do seu capital humano. "Se alguém deliberadamente recruta e faz o país sofrer, isso é um crime contra a humanidade. Pessoas estão a morrer em hospitais porque não há enfermeiras e médicos. Isso deve ser levado a sério", disse Chiwenga citado pela Reuters.

No mês passado, o Reino Unido interrompeu o recrutamento de profissionais de saúde do Zimbabwe depois que o país da África Austral foi colocado pela Organização Mundial da Saúde na lista vermelha, que denota países que enfrentam sérios desafios de pessoal de Saúde. Segundo a Associação Médica do Zimbabwe, o país tem cerca de 3.500 médicos para uma população de 15 milhões de habitantes.

Pedro João Cassule Manuel Manuel

• Desejo fazer parte da equipe e actuar na ária de informática. Acredito que poderi executar meus conhecimentos teóricos e práticos e ajudar no crescimento da empresa e do grupo de trabalho.

Enviar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem