O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o crescimento na África Subsaariana desacelere para 3,6 por cento antes de recuperar 4,2 por cento em 2024.
Segundo o Fundo, os desequilíbrios macroeconómicos incluem a gestão, consolidação e fortalecimento das finanças públicas face às difíceis condições de financiamento.
Um quadro que requer contínua mobilização de receitas, melhor gestão dos riscos fiscais e gerenciamento mais proactivo da dívida.
A cautela na condução da política monetária para conter a inflação e projectá-la ao intervalo da meta do Banco Central.
Ajustar a taxa de câmbio e mitigar os efeitos adversos sobre a economia, incluindo o aumento da inflação e da dívida por conta da depreciação da moeda.
Para o director do Departamento Africano do Fundo, Abebe Aemro Selassie, o crescimento na região varia de país para país e a expectativa é que países, particularmente os da África Oriental, considerados não intensivos em recursos petrolíferos, saiam melhor. O contexto é da redução da taxa média de crescimento por parte de algumas economias.
Projecções
Na África do Sul, as projecções indicam que o crescimento vai desacelerar para apenas 0,1 por cento este ano.
A dívida pública e a inflação atingem níveis que não se via há décadas, com inflação de dois dígitos em metade dos países, arrasando o poder de compra das famílias e atingindo os mais vulneráveis.
Acredita-se que o rápido aperto da política monetária global tenha elevado os custos de empréstimos para os países nos mercados doméstico e internacional numa altura em que todos os mercados fronteiriços da África Subsaariana viram seu acesso ao mercado cortado desde a Primavera de 2022.
Economia global
Alerta que se medidas não forem tomadas, o aperto de financiamento vai prejudicar os esforços da África Subsaariana para construir uma população qualificada e educada e ser a força motriz da economia global nos próximos anos.
Entre 2020 e 2022, o FMI forneceu mais de 50 mil milhões de dólares através de programas, financiamento de emergência e alocação de Direitos Especiais de Saque.
Em dois anos, forneceu mais que o dobro do valor desembolsado em qualquer período de 10 anos desde a década 1990.
Outra recomendação do FMI é garantir que esforços importantes para combater as mudanças climáticas não excluam necessidades básicas, como Saúde e Educação.
O financiamento climático fornecido pela comunidade internacional deve se somar aos fluxos de ajuda actuais.
Este será o segundo ano consecutivo em que a região apresenta um ritmo de crescimento inferior ao do ano anterior.
Orçamentos de ajuda cada vez menores e fluxos reduzidos de parceiros estão levando a um grande aperto de financiamento para a região.