Equipas médicas orientam familiares a redobrar atenção com hipertensos
O reforço dos cuidados primários e o redobrar da atenção com os doentes hipertensos é das principais recomendações dadas pelas equipas médicas dos hospitais de Luanda, para se evitar o quadro actual, marcado por um aumento de casos fatais da doença.
O director clínico da instituição, Magalhães Sobrinho, lamentou o número de doentes que chegam em estado grave ao hospital e pediu mais atenção dos familiares para evitar situações piores, entre as quais a morte. "É preciso que ao primeiro sinal de hipertensão os familiares se dirijam às unidades hospitalares mais próxima para evitar qualquer quadro clínico pior”.
Ao longo da semana passada, continuou, o hospital atendeu um total de 6.372 pacientes, dos quais 456 acabaram por ficar internados. Além disso, avançou, as equipas médicas estão em alerta com o crescente número de pacientes com diagnósticos de malária. "Na semana finda foram um total de 612 pessoas, cujos exames acusaram positivo para o paludismo”, disse, adiantando que as preocupações dos especialistas incluem ainda os síndromes febris, com 273 casos registados, as doenças respiratórias agudas, com 264, e as diarreias agudas, com 106 ocorrências.
Outra questão preocupante, explicou, continua a ser os casos de traumatismo, que tendem a apresentar números alarmantes todas as semanas. Na última se-mana, esclareceu, o Hospital Geral de Luanda atendeu 1.111 pacientes com traumas, dos quais 361 em consequência de quedas, 213, resultantes dos choques de viaturas na via pública, 160 por agressões físicas e 105 devido a atropelamentos. "São números que podem ser evitados. É preciso que as pessoas redobrem mais a atenção”.
Melhorias no Cazenga
Na semana finda, o Hospital Municipal do Cazenga registou uma melhoria em termos de números de pacientes que acorreram à instituição. A directora da instituição, Nilza e Sousa, disse que as equipas médicas estão apenas preocupadas com os casos atendidos na pediatria, 334 no total. "É um sinal que deve servir como indicador, para se começar a criar as medidas de prevenção”, acrescentou.
Para a especialista são números que podem ser evitados, caso os pais tenham mais atenção com as crianças. "Na área de Clínica Geral foram atendidos 234 pacientes, enquanto que em Cirurgia foram realizadas 187 intervenções”, disse.
Malária em Cacuaco
Os casos de pacientes com malária continuam a ser uma das maiores inquietações dos médicos do Hospital Municipal de Cacuaco, que atenderam, na semana passada, um total de 282 pacientes. "É preciso continuar a sensibilizar as pessoas sobre a importância de seguirem as medidas de profilaxia”, referiu a directora da instituição, Anizeth Kutatela, para quem é ainda fundamental que as pessoas acorram ao hospital com antecedência e não nos últimos momentos. "O Banco de Urgência continua a atender um elevado número de pacientes. Só na semana finda foram 1.435, dos 2.797 que acorreram à unidade hospitalar”.
Além da malária, a directora mostrou igualmente inquietação com o registo de casos de doentes com síndrome gripal, 50 no total. "Temos de estar prontos para contornar essa situação, especialmente num momento em que se avizinha a época de Cacimbo”.
Alertas no Ngangula
O acompanhamento regular das gestantes é dos principais alertas que os médicos do Hospital Geral Especializado Augusto Ngangula deixam para as pacientes e familiares. Na semana finda, explicou, as equipas médicas realizaram 250 partos, um sinal positivo melhorado pelo facto de não terem tido nenhuma morte.
A única questão alarmante, disse a directora-clínica Kinfumu Balazão é o número de mulheres com sintomas de pré-eclâmpsia, um total de 24, atendidas na semana passada. "É um quadro que precisa ser invertido com urgência, de forma a evitar o pior durante o parto. As famílias jogam um papel importante para a inversão do quadro”.
Partos no Kilamba Kiaxi
As equipas médicas do Hospital Geral Especializado do Kilamba Kiaxi realizaram, na semana finda, um total de 210 partos, disse, ontem, a médica Rosa André, para quem uma situação infeliz foi a realização de 34 abortos. "Muitas das vezes são situações alheias à vontade dos médicos”, disse, adiantando que apesar disso não deixam de ser infelizes.
Das 549 gestantes atendidas, 197 tiveram de ficar internadas para posteriores avaliações médicas. "É por uma questão de precaução”, informou, além de esclarecer que o hospital tem procurado prestar especial atenção as mulheres grávidas, bem como tem realizado campanhas regulares de sensibilização sobre temas como o Planeamento Familiar.
Neves Bendinha quer mais cuidados com as crianças
A direcção do Hospital Geral Especializado Neves Bendinha está preocupada com os casos de queimadura em crianças, disse, ontem, em Luanda, a directora-clínica da instituição, Antonieta Guilherme.
Durante o final de semana prolongado, informou, o hospital atendeu um total de 29 crianças, com queimaduras. Diariamente, explicou, o hospital atende, em média, 12 a 15 crianças, com queimaduras de acidentes com líquidos quentes em casa.
"Sessenta porcento dos pacientes atendidos na unidade hospitalar são crianças. É um quadro alarmante que precisa ser invertido”, adiantou Antonieta Guilherme. Por esse motivo, a directora do Hospital Neves Bendinha pediu aos pais e encarregados de educação para o redobrar dos cuidados e terem a máxima atenção ao deixar as crianças manusear líquidos quentes em casa. Em relação ao atendimento, no final de semana, referiu, foram atendidos, além das 29 crianças, 21 adultos, dos quais 14 do sexo masculino e sete do feminino. "Os casos de queimaduras mais atendidos acontecem, geralmente, nos lares”, disse. No ambulatório, adiantou, foram atendidos um total de 280 casos, a maioria vítima de acidentes em casa, ou por agente lesivos líquidos quentes. "Dos pacientes atendidos cinco foram internados. De outras províncias atendemos, igualmente, vários pacientes”.
Hospital do Zango socorre 690 doentes
Durante o final de semana, o Hospital Municipal do Zango atendeu um total de 690 pacientes, a maioria no Banco de Urgência (579), destacou a directora da instituição, Elsa Ambrósio, que lamentou o facto de terem tido um registo de 180 pacientes diagnosticados com malária.
Para Elsa Ambrósio, é preciso que a população comece a respeitar as medidas de profilaxia sugeridas pelas equipas médicas, porque a malária continua a estar entre as principais causas de morte no país e tal número poderia ser reduzido com o cumprimento das orientações.