Dez Cooperativas de ex-militares do município de Mbanza Kongo, província do Zaire, beneficiaram, ontem, de um tractor agrícola e respectivas alfaias cada, no quadro do programa de distribuição de 500, propostos pelo Executivo angolano, com objectivo de dinamizar a sua actividade e aumentar a produção.
A entrega de tais meios agrícolas, consta da estratégia do Executivo angolano que consiste em combater a fome e redução da pobreza no seio dos ex-militares em todo país, tendo em conta o seu papel na conquista da Independência Nacional e da paz efectiva.
Na ocasião, o governador do Zaire, Adriano Mendes de Carvalho, considerou a entrega de tais meios agrícolas como um grande momento, uma vez que, vão alavancar a economia da província, com destaque para o sector da agricultura e consequente redução da fome e pobreza entre os beneficiários. "A província do Zaire não é somente o petróleo, tem muito mais, temos terras aráveis, chove bem, temos muitos rios, lagoas, em função disso somos grande produtor da banana, do bom ananás, citrinos que já começaram a ser colhidos e, com esta entrega de tractores, temos a possibilidade de elevar a patamares muito mais altos e, poder ombrear com qualquer outra do país”, acrescentou.
Segundo o governador, se existem terras aráveis, deve haver, também, mais produção, pelo que chamou a atenção dos beneficiários para cuidarem dos meios agrícolas ora entregues, porque trata-se de um programa gizado pelo Presidente da República, João Lourenço, para mecanizar a agricultura que tem sido praticado no país, cujo objectivo é resolver os principais problemas do povo.
"Queremos chamar a atenção a estas cooperativas dos ex-militares para que cuidem bem destes meios. Eles estão a ser cedidos quase de modo gratuito, logicamente, com regulamentos, ou seja, há um instrutivo, há um contrato a cumprir, pelo que o tractor não deve servir para passeio, massim para trabalhar o campo, para poder dar mais empregos, vamos ter que aumentar a nossa produção e, provar que somos capazes, por isso vamos fiscalizar”, acrescentou.
Quanto a aquicultura, o governador do Zaire espera, também, ver o arranque do processo de criação de peixes a nível da província, no sentido de diversificar as fontes de obtenção daquele produto que, a maior parte provém da zona litoral da região, concretamente dos municípios do Soyo, Tomboco e Nzeto.
"Há que perspectivar com o FADA e lutar para a produção de peixe aqui no Zaire. Não custa nada prepararmos, dentro do nosso espaço de cultivo, um meio hectare para produzir peixe, a tilápia (famoso cacusso), o bagre e outras espécies. Podemos criar também aqui o nosso peixe”, acrescentou. No tocante aos demais municípios, Adriano Mendes de Carvalho, disse que nas próximas oportunidades serão, também, contemplados com tractores, porque possuem grandes potencialidades agrícolas, nomeadamente o Tomboco, Nóqui, Kuimba, Nzeto e Soyo.
"Eu quero que, o Zaire apareça na senda das províncias que mais tractores, também, tem que receber. Estamos a dar hoje (ontem) aqui em Mbanza Kongo, mas temos que lutar para que a próxima vez sejam os outros municípios, no caso do Tomboco, do Nóqui, do Kuimba, onde nós temos também uma produção de milho, chove bem e outros que não citei”, perspectivou.
Por seu turno, o consultor do secretário de Estado para Acção Social, André Zinga, disse que, até ao momento, os tractores já distribuídos em todo país, têm de facto dinamizado o sector agrícola, cujos resultados reflectem-se na melhoria da renda das famílias dos ex-militares.
"Notamos hoje que, a entrega dos tractores aos ex-militares está de facto a dinamizar a agricultura em todo país. Aqui o Zaire não é uma excepção, os que tinham três hectares apenas, têm agora 29 hectares, é este impacto que nós queremos. O programa tem provido renda às famílias dos ex-militares, nós temos exemplo em quase todas as províncias por onde temos passado”, acrescentou.
"O tractor é bem-vindo, na medida em que, já precisávamos há anos, nós os membros em número de 14, estamos satisfeitos. Com esta máquina e respectivas alfaias, vamos na próxima época sair dos 50 hectares trabalhados manualmente, para 80 e, perspectivamos diversificar as culturas, vamos para além da mandioca que temos hoje”, acrescentou.
Por sua vez o presidente da Cooperativa "Dimagris”, André Mavuidi disse ser uma satisfação por ter sido contemplado nesta fase, pelo que espera nas próximas, sejam outras, no sentido de se tornar mais abrangente e alavancar o sector agrícola a nível da província.
"É muita satisfação por beneficiarmos de um tractor que vai dinamizar o nosso trabalho. Doravante, vamos sair do processo de preparação manual da terra para mecanizada, cujos resultados hão de reflectirem-se no alargamento dos campos e na maior produção agrícola. Nós somos 28 membros e temos mais de 150 hectares, dos quais, 12 produzidos. Com este tractor vamos multiplicar a área para o cultivo por dez, o que nos vai garantir, também, maior produção”, acrescentou.