Governo provincial exige regularização e controlo dos serviços de moto-táxis
A informação foi avançada quinta-feira pela vice-governadora para o Sector Técnico e Infra-Estruturas, Ema Samali da Silva, durante um encontro com a associação e cooperativa de mototaxistas, vulgo kupapatas, que contou com a envolvência da Direcção dos Transportes, Tráfego e Mobilidades Urbana e representante da Polícia Nacional.
Ema Samali da Silva revelou que o objectivo é manter as associações mais organizadas e evitar irregularidades que originam mortes.
Esclareceu que a reunião foi marcada no sentido de o Governo local regular a actividade e serviço de moto-táxi, por considerar a maior franja de transporte existente na província, para que seja um exemplo em todo o país.
Para o efeito, disse, é preciso uma conjugação de esforços por parte de todos os intervenientes no processo.
A governante revelou que existem cinco mil mototaxistas registados na província do Namibe e apenas cerca de 20 por cento estão inscritos pela associação e cooperativas, perfazendo um total de 685.
A vice-governadora orientou aos associados para cumprirem com a lei, por esta razão, disse, foi criado um processo para regulamentar a actividade de moto-táxi, que também inclui a definição das paragens pelas administrações municipais, com condições de abrigo e protecção contra o sol e outras intempéries, dando melhor dignidade e conforto aos mototaxistas e passageiros.
Para facilitar o processo, o Governo do Namibe fez um convénio com algumas escolas de condução para dar aulas de Código de Estrada, de forma a habilitar os mototaxistas com Cartas de Condução a um custo de pelo menos 10 mil kwanzas, negociáveis.
Dimiuição de acidentes
A governante considera que todas essas acções devem concorrer para a melhoria do exercício da actividade dos motoqueiros e contribuir para a diminuição de acidentes de viação e incumprimentos das regras, designadamente excessos de passageiros e não respeito aos sinais de trânsito.
"Portanto, há uma série de situações que gostaríamos de ver resolvidas e julgamos que com essa estratégia do Código de Estrada vamos conseguir reduzir”.
Ema Samali da Silva assegurou que a reacção dos representantes das associações e cooperativas de mototaxistas foi positiva, apesar de reclamarem dos constrangimentos que têm tido durante o exercício da sua actividade, com a Polícia Nacional.
Manter a ordem e a tranquilidade
Na ocasião, o segundo comandante provincial da Polícia Nacional, sub-comissário Fernando António, considerou que o encontro foi proveitoso e prometeu mobilizar os efectivos no sentido de reforçarem a fiscalização e o cumprimento das normas e regulamentos constantes do Código de Estrada.
Fernando António realçou que a Polícia Nacional tem registado muitos acidentes, provocados por mototaxistas, que terminam em mortes, por isso a fiscalização tem sido cada vez mais eficaz. Pediu a colaboração de todos para que haja uma mudança deste quadro, nos próximos tempos.
O segundo comandante da Polícia Nacional revelou que a maioria dos mototaxistas é desencartada. "Não estão habilitados e outras irregularidades detectadas, no âmbito da fiscalização, consistem na falta de chapa de matrícula, o não uso do capacete, considerado como um dos acessórios de segurança, a fraca iluminação dos motociclos e o mau estado técnico dos mesmos”, apontou.
Denunciou também os mototaxistas que transportam mais de duas pessoas num só motociclo, o que tem resultado na apreensão de um elevado número de meios e o pagamento de multas.
O subcomissário Fernando António apela aos cidadãos a não entenderem que a acção policial está voltada no sentido de impedir ou coibir o exercício dessa actividade, reconhecendo o seu valor e importância. Recomendou que a actividade de moto-táxi deve ser exercida em obediência àquilo que são as normas.
Carteira profissional
A directora do Gabinete Provincial dos Transportes, Tráfego e Mobilidade Urbana, Cármen Machado, referiu que o encontro com os mototaxistas teve a ver também com a sensibilização e incentivo à aquisição da carteira profissional, levado a cabo através do Decreto 123/2022, em todo o país, para estarem todos alinhados.
Escolas de condução
A directora dos Transportes garantiu que todas as escolas de condução existentes na província do Namibe estão mobilizadas para o efeito e encontram-se abertas para darem aula a todos, incluido os que não têm qualquer grau de escolaridade. Nos municípios onde não existem escolas, as implantadas na sede da província deverão deslocar-se com o mesmo objectivo.
Associação enaltece iniciativa
O vice-presidente da Associação dos Mototxistas do Namibe (AMONAB), Fernando Eusébio Sapalalo, considerou o encontro importante para a classe, porque vai resolver a maior parte dos problemas que têm enfrentado todos os dias.
O jovem promete que todas as recomendções dadas pelas autoridades da província serão transmitidas aos demais membros da associação e, consequentemente, serão cumpridas, fundamentalmente a questão da legalização dos mototaxistas e dos seus próprios meios de trabalho, para evitar constrangimentos.
As recomendações, disse, têm de ser cumpridas, de modo a diminuir o elevado número de acidentes que se tem registado na província, por ser uma situação preocupante para todos.
Na ocasião, o presidente da cooperativa "Otchimunga” de mototaxistas, José Luanda, anunciou que têm registados 300 motoqueiros habilitados com Cartas de Condução.