Lula da Silva quer investimento dos Emirados Árabes Unidos

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, chegou, este sábado, a Abu Dhabi, para se encontrar com o Presidente dos Emirados Árabes Unidos (EAU), xeique Mohammed bin Zayed Al Nahyan, depois da sua viagem à China, com o objectivo de captar investimento.

Segundo a Lusa, uma nota oficial do Governo brasileiro indica que "o encontro entre os dois Chefes de Estado vão marcar a segunda visita oficial do Presidente Lula da Silva ao país, onde esteve em Dezembro de 2003, no seu primeiro mandato presidencial”.

Os dois líderes vão discutir a agenda bilateral e abordar questões de comércio, investimento, transição energética, alterações climáticas e segurança global, bem como "o papel do Brasil e dos EAU no Conselho de Segurança das Nações Unidas, como membros não permanentes”, de acordo com a mesma nota.

Entre os principais tópicos de interesse de Lula da Silva está tudo relacionado com as alterações climáticas, como demonstrou com a sua primeira viagem internacional à cidade egípcia de Sharm el Sheikh para participar na Conferência sobre Alterações Climáticas (COP27), quando tinha acabado de ser eleito Presidente do Brasil, embora ainda não tivesse tomado posse. De facto, nesse evento, Lula da Silva propôs a realização da COP30, prevista para 2025, na Amazónia, com o objectivo de mostrar ao mundo esta importante reserva de biodiversidade.

O Emirado do Dubai acolhe a COP28 de 30 de Novembro a 12 de Dezembro deste ano. Em referência à relação comercial entre os dois Estados, em 2022, os EAU eram o principal destino das exportações brasileiras entre os países árabes. Nesse ano, o Brasil exportou cerca de três mil milhões de euros para os Emirados Árabes Unidos, o que representa 1% do total das exportações mundiais do país sul-americano.

Durante a visita à China, Lula da Silva, assinou cerca de 20 acordos para reforçar os laços nas áreas do comércio, protocolos fitossanitários, tecnologia, desenvolvimento, transição energética e outras áreas de colaboração no quadro da parceria estratégica bilateral. Antes de abandonar Pequim, o Presidente brasileiro defendeu que os Estados Unidos devem parar de "encorajar a guerra” na Ucrânia e a União Europeia "começar a falar de paz”.

"Os Estados Unidos devem parar de encorajar a guerra e começar a falar de paz, a União Europeia deve começar a falar de paz”.

Desta forma, explicou, a comunidade internacional pode "convencer” o Presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, de que "a paz é do interesse de todo o mundo”. Lula, que voltou ao poder em Janeiro, após dois mandatos entre 2003 e 2010, fez uma visita de dois dias à China para reforçar os laços económicos com o seu principal parceiro comercial. Aproveitou também a oportunidade para dizer que o Brasil estava "de volta” à cena internacional que espera ter um papel na mediação no conflito na Ucrânia.

 

Posição chinesa

Por seu lado, o Presidente chinês, Xi Jinping, disse esta sexta-feira que as relações entre China e Brasil "desempenham” um papel fundamental para a "estabilidade e paz mundiais”, numa reunião com o homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Lula foi recebido esta sexta-feira, em Pequim, por Xi Jinping, com guarda de honra, salvas de canhão e o hino dos dois países tocado por uma banda militar, que homenageou ainda o Brasil ao tocar a melodia da música "Novo Tempo”, de Ivan Lins.

A cerimónia decorreu junto à porta leste do Grande Palácio do Povo, de frente para a Praça Tiananmen, o centro físico e político da capital chinesa. Os dois estadistas reuniram-se a seguir num dos salões do Grande Palácio do Povo. Xi disse que China e Brasil "são dois dos grandes países em desenvolvimento e dois importantes mercados emergentes”.

"As nossas relações são estáveis e estão em constante desenvolvimento”, frisou. O líder chinês lembrou que os dois países têm "interesses comuns” e que Pequim vai dar "prioridade” às relações com Brasília. "Esta é uma relação que vai beneficiar ambos. A abertura da China vai trazer oportunidades para todos”, afirmou o líder chinês, no início da reunião. A China "almeja a criação de um novo paradigma de desenvolvimento”, afirmou Xi, que mencionou ainda a Iniciativa de Segurança Global. Esta iniciativa visa construir uma "arquitectura global e regional de segurança equilibrada, eficaz e sustentável”, ao "abandonar as teorias de segurança geopolíticas ocidentais”. Em particular, a proposta chinesa opõe-se ao uso de sanções no cenário internacional. Lula da Silva disse ainda que o seu Governo quer trabalhar para que as relações entre China e Brasil "não sejam apenas de interesse comercial”.

"Queremos que transcenda para além do comercial e que seja profundo, forte”, disse o chefe de Estado brasileiro. A viagem à China, que incluiu uma parte mais económica em Xangai e uma parte mais política em Pequim, onde se encontrou com Xi Jinping, aconteceu após  visitar Washington em Fevereiro. Lula disse estar convencido de que o fortalecimento dos laços entre Brasília e Pequim não prejudicaria a relação do seu país com os Estados Unidos. Ao contrário de várias potências ocidentais, a China e o Brasil nunca impuseram sanções financeiras à Rússia e ambos estão a tentar posicionar-se como mediadores.

O Presidente brasileiro está a promover a ideia de um grupo de países cujo objetivo seria trabalhar pela paz na Ucrânia, e antes da visita à China prometeu que este grupo seria "criado” quando regressasse a Brasília.

 

Lavrov vai amanhã a Brasília

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou, na sexta-feira, que a reunião entre os chefes da diplomacia brasileiro e russo, está marcada para segunda-feira, 15, em Brasília, e terá como temas principais a debater a guerra na Ucrânia e o desenvolvimento de potenciais parcerias. Na primeira viagem do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, ao Brasil desde 2019, as duas diplomacias vão discutir "o potencial da parceria estratégica brasileiro-russa e as perspectivas da cooperação em áreas de interesse comum, com foco no Comércio e Investimentos, Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente, Energia, Defesa, Cultura e Educação, bem como o fortalecimento do diálogo político sobre temas bilaterais, internacionais e regionais”, indicou o Itamaraty em comunicado.

Pedro João Cassule Manuel Manuel

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