Mil e 260 alunos do I e II ciclo, que frequentavam aulas em locais impróprios, passam doravante a estudar em espaços condignos e apetrechados na nova escola de 12 salas, erguida de raiz, no bairro Mucuio, arredores da sede do município do Quipungo, 100 quilómetros a Leste da cidade do Lubango.
O estabelecimento de ensino, orçado em 215 milhões de kwanzas, está enquadrado no Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) que, além das salas com condições para aliar teoria à prática, possui vários espaços para serviços administrativos, lavabos, entre outros.
Os membros da comissão de pais e alunos, que testemunharam a entrega da nova escola, congratularam-se com a infra-estrutura por ultrapassar as más condições com que era feito o processo de ensino e aprendizagem na circunscrição. "A maioria dos nossos filhos assistiam aulas por baixo das árvores”, disseram.
Acrescentaram que a maioria dos alunos levava uma cadeira para se acomodar na sala improvisada por baixo da árvore, facto que influenciava negativamente na atenção que se deve ter durante as aulas, assim como na assimilação dos conteúdos.
Francisco Kangalo, com dois filhos matriculados na escola em referência, disse que ficam para recordação "os momentos em que professores e alunos tinham de interromper o curso das aulas para fugir da chuva que, de algum tempo a esta parte, é constante em Quipungo”.
Apelou às autoridades a projectarem novas infra-estruturas condignas noutras localidades da circunscrição de modo a cativar mais crianças das zonas rurais à escola e melhorar a qualidade da formação em diversas áreas. "A criação de melhores condições de formação do ensino pode travar o abandono de jovens das zonas rurais para os centros urbanos”, disse.
Consta, também, entre os equipamentos sociais colocados à disposição dos habitantes um centro médico apetrechado com material hospitalar diverso, erguido na comuna de Tchicunco, onde a construção do imóvel e mobiliário orçaram em 94 milhões de kwanzas.
A primeira unidade sanitária, com capacidade para internar 34 pacientes, mereceu, igualmente, o reconhecimento dos habitantes da circunscrição por fazer com que os pacientes e familiares deixem de percorrer mais de 40 quilómetros à procura de assistência médica e medicamentosa.
O Jornal de Angola apurou que o centro passa, a partir de agora, a prestar assistência aos doentes, assim como desenvolver acções de prevenção de enfermidades e tratar os frequentes casos de mordeduras de animais domésticos e selvagens.
A responsável do Centro de Saúde de Tchicunco, Maria Joaquina, assinalou que o despiste da raiva "há muito que tem sido uma acção prioritária em consequência da existência de muitos casos de mordedura de cães e animais selvagens nas aldeias da comuna”.
Referiu que o centro está apetrechado com equipamentos diversos para facilitar a prestação de serviços aos técnicos de saúde e administrativos, facto que permite melhor encaminhamento nos casos de partos para a sede do município ou Hospital Central do Lubango.
Água potável mais abrangente
O sistema de captação de água potável, com seis furos artesianos de 100 a 140 metros de profundidade e um sistema projectado para bombear 50 metros cúbicos por hora, foi entregue a dezenas de famílias da comuna de Tchicunco.
O vice-governador para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas da Huíla, Hélio de Almeida, aconselhou as famílias a "optarem pelo consumo de água potável para diminuir as doenças causadas pelo consumo de água imprópria, assim como a preservarem os equipamentos colocados à disposição”. Disse que está em curso um projecto para o reforço do abastecimento de água potável à sede do município de Quipungo, onde estão previstas 200 ligações domiciliares que se acresce a 350 outras.