Moscovo e Kiev realizam nova troca de prisoneiros

 

Moscovo e Kiev realizam nova troca de prisoneiros

As autoridades russas e ucranianas confirmaram, segunda-feira, nova troca de prisioneiros, com cada lado a recuperar cerca de uma centena de soldados capturados pelas tropas inimigas.

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, cerca de 106 soldados que estavam em "perigo de morte" sob cativeiro ucraniano irão regressar ao território da Federação Russa em aviões fretados pelo Kremlin.

"Todos os libertados terão a assistência médica e psicológica necessária", asseguraram as autoridades militares russas, citadas pela agência de notícias TASS.

O chefe do Gabinete Presidencial ucraniano, Andrii Yermak, também confirmou a operação na rede social Telegram, onde clarificou que os libertados foram soldados que lutaram principalmente em Mariupol.

"Algumas pessoas ficaram gravemente feridas e têm doenças. Faremos tudo o que for necessário para que cada uma delas receba toda a ajuda necessária", garantiu Andrii Yermak. A troca de prisioneiros é um dos poucos acordos que a Rússia e a Ucrânia estabeleceram desde o início da guerra, no final de Fevereiro de 2022. Moscovo e Kiev já realizaram várias trocas de prisioneiros, embora estas não tenham sido isentas de polémicas, já que ambas as partes se acusam mutuamente de não cumprir as regras definidas.

Moscovo condena insurgentes

A Justiça russa condenou, ontem, dois homens a 19 anos de prisão pelo arremesso de um engenho incendiário artesanal (cocktail molotov) contra um edifício municipal na região de Chelyabinsk, Urais, em protesto contra a mobilização parcial para a Ucrânia.

O Tribunal Militar de Yekaterinburg acusou os dois indivíduos de cometerem um ataque terrorista como parte de um grupo organizado na cidade de Bakal.

Esta é a mais grave condenação por um ataque contra um edifício municipal, onde funcionava um Gabinete de Recrutamento Militar, desde o início da invasão russa na Ucrânia em 24 de Fevereiro de 2022, de acordo com organizações de defesa de Direitos Humanos. Os dois condenados são elementos da Room 32, uma banda de música rock, mas Alexei Nuriev trabalha ainda no Ministério de Situações de Emergência e Roman Nasriev era ex-motorista de uma empresa ligada à Guarda Nacional.

Segundo a acusação, os dois homens atacaram o prédio em Outubro do ano passado. Na altura, o incêndio provocado pelo cocktail molotov foi rapidamente extinto pelos seguranças do edifício. Os dois homens, que foram detidos horas depois do ataque e inicialmente apenas acusados de danificar bens públicos, nunca negaram as ações, embora neguem ter cometido um acto terrorista.

Pedro João Cassule Manuel Manuel

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