O ministro de Estado da Cooperação Internacional da República do Uganda, Henry Oryem Okello, afirmou, na segunda-feira, em Luanda, que as trocas comerciais com Angola podem melhorar, tendo em conta o potencial produtivo de ambos os países.
O ministro de Estado do Uganda, que efectuou uma visita guiada ao perímetro da ZEE, na sequência de um vídeo institucional que lhe foi dado a ver sobre as potencialidades do parque industrial, reconheceu a magnitude do investimento.
Henry Oryem Okello considera que a ZEE tem capacidade para desenvolver a economia angolana e de oportunidades para investidores, dada a sua localização geográfica, dimensão e as estratégias implementadas para a sua gestão.
"O potencial da Zona Económica Especial é inquestionável, pela sua magnitude em todos os aspectos, em particular pela gestão eficiente”, disse, alegando ter ficado impressionado com o que viu, "por ficar patente ser um local que contribuiu grandemente para a cadeia produtiva de Angola, através da dinâmica das fábricas nela contidas”.
Afirmou, por outro lado, que o Uganda tem oportunidades de negócios que podem ser aproveitadas pelos angolanos, como o fabrico de produtos do ramo alimentar em grande escala, podendo servir para trocas comerciais.
Troca de experiências
O ministro de Estado da Cooperação Internacional defendeu, também, uma maior aproximação por os dois países terem enormes valências, por forma a selar as relações de amizade e cooperação que foram formalizadas a 12 de Fevereiro de 2014, em Kampala.
Segundo Henry Oryem Okello, o Uganda dispõe de zonas económicas especiais e é uma referência mundial nos negócios de petróleo, pelo que seria profícuo a aplicação de estratégias no sentido de haver trocas de experiências constantes em ambos os sectores.
"Constitui um ganho para que ambos os países desenvolvam parcerias no campo da gestão. Até ao momento, Angola tem sido uma referência no seu sector Petrolífero, a qual esteve voltada a sua economia durante anos, e nós encontramos recentemente petróleo. Nota-se também que a direcção da Zona Económica Especial tem uma visão de gestão que trará inúmeros benefícios para Angola, por isso seria benéfica que fosse partilhada connosco”, revelou.
Henry Oryem Okello referiu que Uganda encara Angola como modelo que, apesar dos conflitos civis, caminha de forma segura para a diversificação macro-económica.
"O Uganda também teve muitos conflitos ao longo da sua história, e só a partir de 1986 as coisas começaram a mudar. Olhamos para Angola como modelo, pois teve os seus percalços mas caminha segura”.
Parceiro importante
O presidente do Conselho de Administração da ZEE considerou o Uganda um parceiro importante, por ser um grande fabricante africano de leite e do ramo da Pecuária.
Segundo Manuel Pedro, se eventualmente haver parcerias, os investidores instalados na ZEE devem aproveitar o potencial do Uganda para estabelecer acordos para importação de matéria-prima para abastecer a indústria transformadora.
"Entendemos que podemos tirar grandes vantagens, pois abrem-se portas e vamos em seguida ver de que formas podemos estabelecer parcerias, visto que dispõem também de uma Zona Económica Especial”, disse.
Potencialidades
Dados a que o Jornal de Angola teve acesso indicam que, no ano passado, a Zona Económica Especial Luanda-Bengo obteve um volume de negócios de 140 milhões de dólares em projectos em fase de implementação, correspondente a um incremento na ordem dos 78 por cento em relação às receitas líquidas movimentadas nos últimos três anos, cifradas em cerca de 23 milhões de dólares.
A nível de empregabilidade, em 2018, a ZEE contava com 3.000 trabalhadores, em 2021 o número já se situava em torno de 6.000 e no ano passado foram contabilizados 7.139 trabalhadores nas diversas especialidades.