Ucrânia rejeita proposta de Lula da Silva
O Governo ucraninano rejeitou, no fim-de-semana, uma sugestão do Presidente brasileiro, Lula da Silva, para que Kiev desista da Crimeia, a península ucraniana anexada por Moscovo em 2014, em troca do fim da guerra.
A mesma fonte, segundo a Reuters, disse apreciar "os esforços do Presidente brasileiro para encontrar uma forma de travar a agressão russa”, mas sublinhou que "qualquer esforço de mediação para restaurar a paz na Ucrânia deve ser baseado no respeito pela soberania e plena integridade territorial da Ucrânia, de acordo com os princípios da Carta das Nações Unidas”.
A reacção ucraniana surge depois de Lula da Silva ter sugerido que a Ucrânia cedesse a península da Crimeia à Rússia para acabar com a guerra, dizendo que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, "não pode querer tudo”. Num encontro com jornalistas, na semana passada, o Presidente brasileiro voltou a dizer ser necessário negociar com Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky.
Lula defendeu que a integridade territorial dos países deve ser mantida.
"Não é necessário ter guerra. Ah, o que é que o Putin quer? O Putin não pode ficar com o terreno da Ucrânia. Talvez nem se discuta a Crimeia, mas o que ele invadiu de novo vai ter que repensar”, afirmou Lula da Silva, sublinhando que "Zelensky não pode também ter tudo o que ele pensa que vai querer”.
O Presidente brasileiro alertou também que a "NATO não vai poder se instalar na fronteira” e que "tudo isso é assunto que a gente tem que colocar na mesa”. A guerra na Ucrânia será tema do encontro entre Lula da Silva e o Presidente chinês Xi Jinping, na visita que realiza a Pequim durante esta semana.