O grupo Miragem Teatro exibe no dia 13 deste mês, às 18h30, na Biblioteca Provincial do Huambo, a peça “Tem um morto na minha cama”, no âmbito da digressão que está a realizar por algumas províncias do país.
Nana é interesseira, não quer abandonar o actual marido pelo dinheiro, mas também não pode deixar escapar Costa que a satisfaz sexualmente. No meio de várias peripécias para recuperar Nana, o ex-marido Costa descobre uma pasta que contém informação valiosa que os vai levar a um desfecho inesperado.
No dia seguinte, no mesmo local e horas, o grupo apresenta como proposta cénica o espectáculo dramático "Diálogo com os Mortos”, sobre os mitos e as tradições dos povos angolanos.
Em declarações, ontem, ao Jornal de Angola, o encenador e dramaturgo, José Teixeira "Chetas”, disse que, o drama narra a história do personagem pelo grupo Miragens Teatro, no Nguvulo que depois de sonhar com os ancestrais, decide fazer uma viagem ao mundo dos mortos para dialogar com Rei Ngola Kiluanje, Njinga Mbande, Lueji, Kimpa Vita, Mandume, Ekuiki II e Agostinho Neto, com objectivo de encontrar respostas sobre qual é o mal que o povo cometeu para tanto sofrimento.
O encenador explicou que, Nguvulo, sem respostas para contrapor as desgraças, que têm passado tantos anos de luta, guerra, na perspectiva da obtenção da paz, não se consegue alcançar a tão desejada estabilidade e a convivência entre os povos, independentemente da condição social.
O espectáculo, ressaltou o encenador Chetas, é no final uma viagem ao mundo dos mortos, que artisticamente e humanamente se traduz no encontro com a história, cultura, espiritualidade, um apelo aos ideias do colectivo, a recuperação dos valores culturais, sociais, políticos e éticos. "A peça é um grito de valorização dos costumes, educação, cultura e das artes, para o bem-estar social de qualquer sociedade.”
Fazem parte do espectáculo os personagens "Nguvulo” interpretado por Ize de Belém, "Nguvula” Marlene Dala, "Ngola Kiluanje” Alberto Cabuta, "Njinga Mbandi” Mariana Lourenço, "Lueji” Celma Santos, "KimpaVita” Isolete Rosa, "Mandume” Nuno Barreto, "Ekuikui II” por Edmilton e "Agostinho Neto” nas veste do actor Elísio Santos.
A ficha técnica conta com a dramaturgia e encenação de José Teixeira "Chetas”, cenografia, Virgílio Pinheiro, iluminação, Cali Tozo, figurinista, Mariana Lourenço e maquilhagem por Celma Santos.
Historial do grupo
No dia 7 de Junho de 1995, realizava-se no âmbito do Dia Mundial de Luta Contra a Droga, uma palestra sob "As Redes” liderada pelo próprio Walter Cristóvão, então responsável da Comissão de Informação do grupo juvenil "Aurora Divina”, na paróquia São Luís, adstrito a Igreja da Nossa Senhora de Fátima, no Rangel.
Com base neste evento, o encenador Walter Cristóvão incentiva alguns jovens a representar o espectáculo "A Família e a Droga”. A plateia recebeu com extraordinário entusiasmo a encenação que devido ao êxito foi repetida no mesmo dia. Nasceu e foi assim lançado na arena cultural o Miragens Teatro. Nesta época, decidiu fazer do teatro um instrumento útil de educação social no meio dos mais variados grupos sociais.