O volume de negócios do leilão de gado, na Feira do Agronegócio da Barra do Kwanza (FABAC), que encerrou este domingo, em Luanda, atingiu cerca de 54 milhões de kwanzas.
Criadores oriundos das províncias do Cunene, Huíla, Cuanza-Sul, Benguela, Huambo e Luanda expuseram animais de corte, denominados "Zébus", bem como leiteiros da classe do pardo suíço, mix de ovinos, caprinos, entre outras variedades de animais.
Em declarações ao Jornal de Angola, Carlos Paiva, organizador da FABAC, disse que mais de 150 expositores participaram do evento que, para a sua realização foram investidos cerca de 12 milhões de kwanzas.
O também presidente da Cooperativa Agropecuária e Pescas do Lombo (CAPPLO) frisou que o certame teve um volume de negócios de mais de 100 milhões de kwanzas, resultante de contratos de compra futura.
Durante a Feira, houve compras e vendas entre produtores e expositores que promoveram acordos.
A título de exemplo, realçou que na área de Furos de Água, foram registados três Contratos e no que toca ao sector de produção de gado, também foram registados contratos, dos quais três para a província de Luanda.
Apesar ter tido resultados positivos, Carlos Paiva considera que será necessário melhorar mais alguns aspectos pouco desenvolvidos no evento por falta de apoio financeiro.
Um dos aspectos a ter em conta, esclareceu, será a forte mobilização de produtores nacionais, sobretudo os criadores de suínos e aves, que não marcaram presença nesta 2ª edição da Feira.
"Neste quisito, tivemos presente apenas um criador de aves, que faz parte de uma cooperativa micro", frisou, apelando aos mesmos que participem activamente na promoção de feiras, no sentido se fomentarem o mercado interno e troca de parcerias.
"A Feira do Agronegócio é abrangente desde os pequenos aos grandes produtores", frisou destacando que um dos aspectos que também se deve ter em conta para as próximas edições é a atracção de mais investidores.
Como inovação do evento, em relação à 1ª edição, foi apromoção de palestras, que permitiram a troca de experiências entre empresas, produtores e criadores renomados no mercado interno e do exterior, com maior destaque para o Brasil e Moçambique.
A próxima edição da Feira está marcada na mesma época, mês de Cacimbo, período que não há fortes temperaturas.
Fazendeiros satisfeitos
A Fazenda Joanda, com cerca de 2.800 hectares, localizada na comuna da Barra do Kwanza, em Luanda, também participou do Leilão de Gado.
O proprietário, Jorge Gonçalves, levou para o Leilão de Gado 70 cabeças de bovino, vendeu 33 e teve uma facturação de 15 milhões de kwanzas.
A Fazenda trata especialmente de gado leiteiro e, actualmente, conta com cerca de 300 cabecas.
A fazenda é detentora de gado pardo suíço e, numa primeira fase, o projecto é montar uma ordenha até 100 cabeças de gado por dia, que permitirá tirar cerca de três a cinco mil litros de leite.
A Fazenda esteve representada por seis lotes, dos quais quatro foram vendidos.
"É a primeira vez que participamos, logo, para nós, o resultado foi positivo", frisou. Os lotes variavam dos três a cinco milhões de kwanzas.
A Cooperativa Agropecuária da Barra do Kwanza (CAPPLO), organizadora do evento, conta com 30 associados, entre pequenos e médios produtores. Para o sucesso do evento, contou com o apoio do Resort Mangais.