Os seis líderes africanos que estão a tentar mediar um acordo de paz entre a Ucrânia e a Rússia vão enviar uma missão aos dois países em meados deste mês, anunciou teça-feira a Presidência sul-africana.
"Os Chefes de Estado africanos confirmaram a sua disponibilidade para visitar a Ucrânia e a Rússia em meados de Junho”, acrescenta-se no texto, que não indica uma data precisa para a visita aos dois países. Até lá, os ministros dos Negócios Estrangeiros da República destes países vão "finalizar os elementos de um roteiro para a paz”, refere o comunicado, que diz ainda que o Chefe de Estado das Comores, Azali Assoumani, participou na reunião de segunda-feira na qualidade de actual Presidente da União Africana (UA).
Em Maio, durante uma visita a Lisboa, a ministra dos Negócios Estrangeiros sul-africana, Naledi Pandor, lamentou que haja "mais conversas sobre como apoiar a guerra do que sobre como terminá-la”, referindo-se à invasão russa da Ucrânia. "Temos um comité de seis Presidentes africanos que vão à Rússia e à Ucrânia falar com os dois Presidentes para tentar encontrar uma solução diplomática, porque há mais conversas sobre como apoiar a guerra do que sobre como terminá-la, e enquanto África, gostávamos de desempenhar um papel no fim da guerra”, disse Pandor no final de um encontro com o homólogo português, João Gomes Cravinho, no mês passado.
Os "seis líderes que concordaram fazer uma equipa com uma missão são os Presidentes do Senegal, Ghana, Uganda, África do Sul, Egipto e República do Congo”, disse a ministra. Lembrando que todos os problemas podem e devem ser resolvidos pela via do diálogo. "Estamos muito preocupados com o impacto do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, temos níveis preocupantes de insegurança alimentar, com dificuldades no abastecimento de fertilizantes e de cereais que importamos destes dois países que estão em guerra, e, por isso, defendemos mais atenção diplomática para acabar com ela o mais rapidamente possível”, defendeu.
África foi duramente atingida pelo aumento dos preços dos cereais e pelo impacto da guerra na Ucrânia.