Brasil: Bolsonaro regressa ao Brasil para liderar oposição a Lula

 

Brasil: Bolsonaro regressa ao Brasil para liderar oposição a Lula

O ex-Presidente Jair Bolsonaro regressou, quinta-feira, ao fim da manhã, ao Brasil, provenientes dos Estados Unidos da América, para onde viajou após a derrota nas presidenciais, decorridas há três meses.

31/03/2023  ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO 09H51
Bolsonaro vai assumir o cargo de presidente honorário do PL © Fotografia por: DR

No aeroporto de Brasília, segundo a Lusa, centenas de apoiantes esperavam pela chegada do antigo líder, que viajou a partir de Orlando, onde viveu desde 30 de Dezembro. Do aeroporto, Bolsonaro seguiu para a sede do Partido Liberal, onde foi recebido numa cerimónia privada pela sua esposa, Michelle Bolsonaro, e pelos dirigentes daquela força política.

Bolsonaro regressou ao Brasil com o assumido objectivo de liderar a oposição ao Governo de Luíz Inácio Lula da Silva. Na próxima semana, deverá assumir o cargo de presidente honorário do PL

A segurança pública em Brasília estava reforçada desde a meia-noite de ontem a fim de evitar distúrbios na chegada do ex-presidente. O secretário de Segurança do Distrito Federal (DF), Sandro Avelar, explicou que a operação incluiria um encerramento parcial do tráfego de veículos na Esplanada dos Ministérios, uma avenida onde se concentram os edifícios do poder público e as sedes dos três poderes. A presença policial foi mais numerosa na Praça dos Três Poderes, onde se encontram a sede da Presidência, o Supremo Tribunal Federal e o Congresso, que a 8 de Janeiro foram atacadas e saqueadas por apoiantes radicais de Jair Bolsonaro que tentavam forçar um golpe de Estado contra o Governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com o secretário de Segurança do DF, os serviços secretos do Governo monitorizaram os movimentos da extrema-direita nas redes sociais, a fim de evitar qualquer apelo a manifestações para assinalar o regresso de Bolsonaro. "A Polícia Federal é responsável pelo aeroporto, a Polícia Militar e o departamento de trânsito vigiarão as ruas e a Polícia Civil actuará em inteligência”, disse antes da chegada de Jair Bolsonaro, referindo-se ao papel de cada organismo de segurança.

O regresso de Bolsonaro foi anunciado pelo Partido Liberal (PL), ao qual aderiu em 2021 e que o nomeou "presidente honorário” após a sua campanha mal sucedida de reeleição contra Lula da Silva, que o derrotou nas urnas em Outubro de 2022 por uma diferença de 1,8 pontos percentuais. O PL não convocou quaisquer eventos para acolher Bolsonaro, e apenas planeou uma visita à sede do partido.

Na quarta-feira, uma fonte do governo disse que não havia nenhum tipo de preocupação com o retorno ao Brasil do ex-presidente Jair Bolsonaro. "O Governo e o Presidente Lula não têm opinião nem preocupação" com o retorno ao país de "um cidadão que se diz da oposição", disse na quarta-feira o ministro das Relações Institucionais do Brasil, Alexandre Padilha, citado pela Lusa em declarações à imprensa.

Jair Bolsonaro, principal líder da extrema-direita brasileira, está nos Estados Unidos da América desde 30 de Dezembro, quando dois dias antes da posse do novo Governo decidiu deixar o Brasil enquanto ainda era Presidente com a intenção de não entregar o poder a Lula da Silva. O regresso de Bolsonaro foi anunciado pelo Partido Liberal (PL), ao qual se filiou no final de 2021 e que o nomeou presidente honorário após a frustrada campanha à reeleição contra Lula da Silva, que o derrotou em outubro de 2022.

Contas a prestar na justiça

Nos Estados Unidos, Bolsonaro estreitou relações com a extrema-direita norte-americana, participando de actos do movimento chamado conservador e mantendo um tom crítico ao Governo de Lula da Silva cuja vitória nas eleições presidenciais de outubro ainda não reconheceu publicamente. Nesse período, também se agravaram os problemas do ex-presidente com a Justiça, que o incluiu numa investigação sobre os acontecimentos de 8 de Janeiro, quando milhares de apoiantes invadiram e depredaram as sedes dos três poderes com a intenção de forçar um golpe de Estado contra Lula da Silva.

Jair Bolsonaro responde na Justiça numa dezena de processos que tramitam na sua maioria agora em primeira instância, pelo facto de ter perdido os privilégios que o cargo lhe garantia, e presume-se que, estando no Brasil, possa ser chamado a depor em vários deles. A Justiça investiga-o por incentivo a actos de golpe, por campanhas de difamação contra a justiça eleitoral, por disseminar informações falsas, por supostos abusos económicos e de poder, entre outras causas.

Restam cinco processos no Supremo Tribunal Federal (STF), um dos quais tenta apurar a autoria intelectual do golpe frustrado de 8 de Janeiro e no qual Bolsonaro aparece como investigado. Nas últimas semanas, o ex-presidente foi adicionado a uma investigação, que ainda não chegou aos tribunais, sobre presentes valiosos que alegadamente recebeu da Arábia Saudita na qualidade de Presidente e que guardou após deixar o poder, apesar de ter que entregá-los ao património do Estado.

Comentando a volta de Bolsonaro, Alexandre Padilha citou o caso e considerou que o ex-presidente "terá que dar algumas explicações” sobre esses presentes, apesar de a grande maioria já ter sido depositada em banco público pelos advogados do líder da extrema-direita após decisões de órgãos de controlo do país. Padilha também minimizou a possibilidade de que a volta do ex-presidente leve os seus seguidores às ruas na quinta-feira. "Se houver manifestações, elas serão normais” e a responsabilidade de controlá-las será "das autoridades regionais de Brasília”, disse o ministro, que reforçou a mensagem de que o Governo de Lula da Silva "está preocupado apenas em governar o país”.

Pedro João Cassule Manuel Manuel

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