Putin: “Não estamos a criar uma aliança militar com a China”
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, negou, domingo, que Moscovo e Pequim estivessem a criar uma aliança militar e garantiu que todas as cooperações entre os dois Estados eram feitas com “transparência”.
"Não estamos a criar uma aliança militar com a China”, referiu o Chefe de Estado russo numa entrevista emitida na televisão russa e citada pela Interfax. "Temos cooperações na esfera da interação militar e técnica. Não escondemos isso”, referiu.
Putin apontou ainda que as relações entre os dois eram "transparentes” e que nada se passava em segredo.
As declarações surgem dias depois de o Presidente da China, Xi Jinping, ter visitado Moscovo. Dada as relações diplomáticas e a inexistência de uma condenação à Rússia por causa da guerra, este encontro foi um dos mais esperados e comentados dos últimos tempos de guerra.
Por outro lado, Vladimir Putin acusou os Estados Unidos de estar a levar a cabo um plano para "globalizar” as suas alianças, numa coligação internacional para além da Organização do Tratado do Atlântico Norte [NATO na sigla em inglês] contra os interesses russos, ao estilo das potências do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial, em relação ao Reich alemão de Hitler, Itália e Japão.
"O que os Estados Unidos estão a fazer? Eles estão a criar cada vez mais novas alianças, e isso dá aos analistas ocidentais e aos políticos ocidentais, razões para dizer que o Ocidente está a construir novos 'eixos'”, rematou.
Putin recordou ainda que, em 2022, a OTAN chegou a acordo para um novo conceito estratégico para o desenvolvimento do bloco "onde está escrito directamente que a OTAN vai desenvolver relações com os países da região da Ásia-Pacífico, com países como Nova Zelândia, Austrália e Coreia do Sul”.
"Neste documento, eles declaram a sua intenção de criar uma 'OTAN global'. Como chamamos isso?”, concluiu.
Resposta de Moscovo ao crescente apoio do Ocidente à Ucrânia
A decisão da Rússia de implantar suas armas nucleares tácticas na Bielorrússia vem como uma resposta à intensificação da ajuda militar do Ocidente à Ucrânia, opinaram, ontem, vários órgãos de comunicação japonês, entre eles o canal de TV japonês NHK.
O objectivo parece ser dissuadir os países ocidentais que estão intensificando o apoio militar à Ucrânia, observou a NHK.
Por sua vez, o maior jornal do Japão, Yomiuri, também expressa a opinião de que a decisão de implantar armas nucleares tácticas na Bielorrússia visa conter novos suprimentos de armas dos EUA e da Europa para a Ucrânia.
O jornal acredita que Moscovo está preocupado com um possível contra-ataque de Kiev com o uso de sofisticado armamento estrangeiro, in-cluindo tanques ocidentais.
O principal diário de negócios do país, Nikkei, também considera que a decisão do Presidente russo, Vladimir Putin, está directamente ligada ao desejo de pressionar e restringir as entregas de armas ocidentais à Ucrânia.
O jornal Asahi ecoou essa opinião. As autoridades japonesas não comentaram a decisão até agora.
Anteriormente, o Presidente Vladimir Putin disse que a Rússia, a pedido do lado bielorrusso, implantaria suas armas nucleares tácticas na Bielorússia, como os Estados Unidos vêm fazendo há muito tempo no território de seus aliados.
A Rússia já entregou à Bielorússia o sistema Iskander, que pode ser portador de armas nucleares, e deve concluir a construção de uma instalação de armazenamento de armas nucleares tácticas no território da república em 1º de Julho, disse Putin.