António Canepa/ Bengo
As novas infra-estruturas sociais, entre escolas, residências, hospitais, centros e postos de saúde, vias de comunicação, sistemas de fornecimento de energia e de abastecimento de água, entre outras, construídas ao longo dos 43 anos de existência da província do Bengo, que hoje se assinalam, estão a mudar a imagem da região e a ajudar a melhorar a qualidade vida da população.
As novas infra-estruturas sociais, entre escolas, residências, hospitais, centros e postos de saúde, vias de comunicação, sistemas de fornecimento de energia e de abastecimento de água, entre outras, construídas ao longo dos 43 anos de existência da província do Bengo, que hoje se assinalam, estão a mudar a imagem da região e a ajudar a melhorar a qualidade vida da população.
A província tem uma extensão territorial de 24.173.15 quilómetros quadrados, com uma população estimada em 515.967 habitantes, maioritariamente camponesa, e uma área arável de cerca de um milhão de hectares.
É uma província potencialmente agrícola. As culturas predominantes são a banana, batata-doce, mandioca, feijão, ginguba, batata rena, citrinos, cana-de-açúcar, sisal, goiaba, café, palmeira de dendém, algodão e hortícolas.
Segundo estimativas recentes, a agricultura é praticada por aproximadamente 70 por cento da população e é potenciada pelo clima tropical húmido predominante no interior e pelos recursos hídricos, com uma vasta bacia hidrográfica constituída por vários rios, como o Loge, Lué, Suege, Luica, Dande, Lifune, Cassenga, Luvolo, Lombige e o Zenza, que fornecem, também, água para o consumo da população, irrigação e para a produção de energia eléctrica, a partir da Barragem das Mabubas.
Acções de impacto social
No acto da abertura da jornada comemorativa da efeméride, realizada no Mercado do Panguila, no município do Dande, a governadora provincial, Maria Antónia Nelumba, realçou que a província tem condições favoráveis para atrair, a longo e médio prazos, projectos socioeconómicois e investimentos industriais, devido à sua localização geográfica e aos recursos naturais que possui, podendo contribuir, também, para a diversificação da economia.
Entre os vários ganhos dos 43 anos de existência da província, a governadora destacou os investimentos feitos nos sectores da Educação, Saúde, Estradas, Indústria, Transportes, Energia, Água, Habitação e Agricultura, que, referiu, mudaram significativamente a imagem da província e a vida da população.
"A título de exemplo, podemos enumerar a conclusão das Infra-Estruturas Integradas de Caxito, a reabilitação e construção dos hospitais municipais, da Estação de Tratamento de Água nas Mabubas, os 200 fogos habitacionais erguidos em todos os municípios, excepto no Dande, a ligação por estrada de Caxito às sedes municipais, com excepção do Nambuangongoe, e a Centralidade do Capari”, sublinhou.
Projecto em curso e investimento privado
O Governo Provincial prognostica, para breve, a inauguração do Hospital Regional de Bula Atumba e a reinauguração do Hospital Municipal do Pango Aluquem.
Estão, também, em curso a conclusão das obras da Centralidade do Bucula, nos arredores de Caxito, do Hospital Geral do Bengo e o projecto de electrificação dos municípios do Triângulo e Nambuangongo.
Em relação ao investimento privado, há a destacar a implantação no território do Bengo das fábricas de Mosaicos e de Aço, na comuna da Barra do Dande, assim como as Fazendas Filomena, Agrolíder e Turiagro, entre outras, ligadas ao sector agro-pecuário.
De acordo com as autoridades, a província dispõe de recursos naturais abudantes como petróleo, quartzo, gesso, calcário, estanho, alumínio, enxofre, argila, sal mineral, entre outros.
Independentemente disso, muitos cidadãos querem ver mais obras na província.
O munícipe José Lourenço Bernabé, residente em Caxito, reconhece que em 43 anos muita coisa mudou. Apontou a requalificação da vila, a construção de mais escolas, a ampliação da rede sanitária e o melhoramento no atendimento médico como os maiores ganhos.
Segundo José Bernabé, o Governo devia criar mais postos de trabalho, principalmente para jovens. "Esperamos que o Governo Provincial prossiga com as obras de requalificação da nossa capital e melhore o fornecimento de água potável nos bairros. Queremos, também, sistema pré-pago de energia, para evitar conflitos com os agentes fiscais da Ende”.
Outro jovem entrevistado pelo Jornal da Angola é Luis Quissanga da Silva, fiscal há oito anos no Mercado do Sassa Povoação, localizado nos arredores de Caxito, que noutros tempos foi paragem obrigatória para viajantes que se deslocavam para a província do Uíge ou aos municípios do Triângulo dos Dembos e Nambuangongo. De acordo com Luis Quissanga, o Governo fez muita coisa que hoje mudou e continua a mudar a imagem da província do Bengo, citando como exemplos o melhoramento no fornecimento de energia eléctrica, água potável, entre outros serviços.
Explicou que antes acarretava água para o consumo no rio Dande e, hoje, a água jorra nas torneiras colocadas em sua casa. Entretanto, como quase todos os jovens, está seriamente preocupado com os níveis de desemprego e com a diminuição do número de taxistas no mercado, que antes serviam como fonte de emprego para muita gente.
"Estamos a notar que a cada dia que passa muitos clientes estão a desaparecer e a frequentar mais o mercado do Cawango. Nós, que dependemos deste mercado, corremos o risco de perder os nossos postos de trabalho e, com isso, voltarmos ao desemprego”, deplorou, acrescentando que o Governo deveria requalificar o mercado do Sassa Povoação, o mais antigo da região, que recebia e acolhia muitos viajantes e vendedores de Caxito.
O jovem é de opinião que o Governo deveria continuar com as obras de requalificação das ruas da vila, criando mais espaços de lazer e recreação.
Outra preocupação apresentada por munícipes é o crescimento dos índices de delinquência, especialmente nos centros urbanos. "O Governo deveria criar mais locais de lazer e recreação e dar continuidade ao programa de asfaltagem das ruas que se encontram em mau estado, principalmente nos tempos chuvosos”, sugeriu o jovem Quissanga, taxista.
O munícipe Sousa Augusto defende, também, a reabilitação das vias de comunicação, com destaque para as que vão para o município de Nambuango, que se encontram em péssimas condições de transitabilidade. "A estrada que vai para Nambuangongo e as restantes merecem intervenção urgente, caso contrário a transportação de bens do campo para os grandes mercados será condicionada nos próximos dias, principalmente nestes tempos de chuva”.
Segundo Sousa Augusto, caso a estrada estivesse boa, a viagem para Nambuangongo seria feita em cerca uma hora, mas, hoje, demora-se cerca de três horas ou mais, cuja corrida custa entre dois a cinco mil kwanzas.
Sebastiana José Canga, que apanhava táxi para Nambuangongo, defendeu a reabilitação urgente do troço Caxito/Nambuangongo.
João Azevedo, interpelado pelo Jornal da Angola no momento em que embarcava para a comuna do Úcua, município do Dande, disse que, além da demora nas paragens, os preços são elevados.
Programa das actividades
Constam do programa das comemorações alusivas ao 43º aniversário da província mais jovem do país a realização de duas feiras de saúde, campanha de plantação de mangais, em parceria com a Fundação Otchiva, na orla costeira dos municípios do Ambriz e Dande, torneio de futebol salão, sarau cultural, Fórum Socioeconómico do Bengo, festival de teatro, maratona músico-cultural, noite de gala, Grande Prémio Provincial do Bengo em Ciclismo e missa de acção de graças.