A Província do Bengo assinala 43 anos com foco na melhoria social e económica

 

António Canepa/ Bengo

Jornalista

As novas infra-estruturas sociais, entre escolas, residências, hospitais, centros e postos de saúde, vias de comunicação, sistemas de fornecimento de energia e de abastecimento de água, entre outras, construídas ao longo dos 43 anos de existência da província do Bengo, que hoje se assinalam, estão a mudar a imagem da região e a ajudar a melhorar a qualidade vida da população.

26/04/2023  ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO 06H20

As novas infra-estruturas sociais, entre escolas, residências, hospitais, centros e postos de saúde, vias de comunicação, sistemas de fornecimento de energia e de abastecimento de água, entre outras, construídas ao longo dos 43 anos de existência da província do Bengo, que hoje se assinalam, estão a mudar a imagem da região e a ajudar a melhorar a qualidade vida da população.

A mais nova província do país, criada por força da Lei nº 3/80, de 26 de Abril, tem como capital a vila de Caxito e conta, actualmente, com seis municípios (Ambriz, Bula Atumba, Dande, o mais populoso da província, com cerca de 321.942 habitantes, representando mais de 60 por cento da população e com uma densidade populacional de 30 habitantes por quilómetro quadrado), Dembos, Nambuangongo e Pango Aluquém, bem como 23 comunas.

A província tem uma extensão territorial de 24.173.15 quilómetros quadrados, com uma população estimada em 515.967 habitantes, maioritariamente camponesa, e uma área arável de cerca de um milhão de hectares.

É uma província potencialmente agrícola. As culturas predominantes são a banana, batata-doce, mandioca, feijão, ginguba, batata rena, citrinos, cana-de-açúcar, sisal, goiaba, café, palmeira de dendém, algodão e hortícolas.

Segundo estimativas recentes, a agricultura é praticada por aproximadamente 70 por cento da população e é potenciada pelo clima tropical húmido predominante no interior e pelos recursos hídricos, com uma vasta bacia hidrográfica constituída por vários rios, como o Loge, Lué, Suege, Luica, Dande, Lifune, Cassenga, Luvolo, Lombige e o Zenza, que fornecem, também, água para o consumo da população, irrigação e para a produção de energia eléctrica, a partir da Barragem das Mabubas.

 

Acções de impacto social

No acto da abertura da jornada comemorativa da efeméride, realizada no Mercado do Panguila, no município do Dande, a governadora provincial, Maria Antónia Nelumba, realçou que a província tem condições favoráveis para atrair, a longo e médio prazos, projectos socioeconómicois e investimentos industriais, devido à sua localização geográfica e aos recursos naturais que possui, podendo contribuir, também, para a diversificação da economia.

Entre os vários ganhos dos 43 anos de existência da província, a governadora destacou os investimentos feitos nos sectores da Educação, Saúde, Estradas, Indústria, Transportes, Energia, Água, Habitação e Agricultura, que, referiu, mudaram significativamente a imagem da província e a vida da população.

"A título de exemplo, podemos enumerar a conclusão das Infra-Estruturas Integradas de Caxito, a reabilitação e construção dos hospitais municipais, da Estação de Tratamento de Água nas Mabubas, os 200 fogos habitacionais erguidos em todos os municípios, excepto no Dande, a ligação por estrada de Caxito às sedes municipais, com excepção do Nambuangongoe, e a Centralidade do Capari”, sublinhou.

A governadora destacou, também, a construção de escolas primárias e secundárias em todos os municípios, a abertura de furos de água para o consumo humano em vários municípios e comunas e o funcionamento de três instituições de ensino superior, sendo duas públicas e uma privada.

  Projecto em curso e investimento privado

O Governo Provincial prognostica, para breve, a inauguração do Hospital Regional de Bula Atumba e a reinauguração do Hospital Municipal do Pango Aluquem.

Estão, também, em curso a conclusão das obras da Centralidade do Bucula, nos arredores de Caxito, do Hospital Geral do Bengo e o projecto de electrificação dos municípios do Triângulo e Nambuangongo.

Em relação ao investimento privado, há a destacar a implantação no território do Bengo das fábricas de Mosaicos e de Aço, na comuna da Barra do Dande, assim como as Fazendas Filomena, Agrolíder e Turiagro, entre outras, ligadas ao sector agro-pecuário.

De acordo com as autoridades, a província dispõe de recursos naturais abudantes como petróleo, quartzo, gesso, calcário, estanho, alumínio, enxofre, argila, sal mineral, entre outros.

Independentemente disso, muitos cidadãos querem ver mais obras na província.

O munícipe José Lourenço Bernabé, residente em Caxito, reconhece que em 43 anos muita coisa mudou. Apontou a requalificação da vila, a construção de mais escolas, a ampliação da rede sanitária e o melhoramento no atendimento médico como os maiores ganhos.

Segundo José Bernabé, o Governo devia criar mais postos de trabalho, principalmente para jovens. "Esperamos que o Governo Provincial prossiga com as obras de requalificação da nossa capital e melhore o fornecimento de água potável nos bairros. Queremos, também, sistema pré-pago de energia, para evitar conflitos com os agentes fiscais da Ende”.

Outro jovem entrevistado pelo Jornal da Angola é Luis Quissanga da Silva, fiscal há oito anos no Mercado do Sassa Povoação, localizado nos arredores de Caxito, que noutros tempos foi paragem obrigatória para viajantes que se deslocavam para a província do Uíge ou aos municípios do Triângulo dos Dembos e Nambuangongo.   De acordo com Luis Quissanga, o Governo fez muita coisa que hoje mudou e continua a mudar a imagem da província do Bengo, citando como exemplos o melhoramento no fornecimento de energia eléctrica, água potável, entre outros serviços.

Explicou que antes acarretava água para o consumo no rio Dande e, hoje, a água jorra nas torneiras colocadas em sua casa. Entretanto, como quase todos os jovens, está seriamente preocupado com os níveis de desemprego e com a diminuição do número de taxistas no mercado, que antes serviam como fonte de emprego para muita gente.

"Estamos a notar que a cada dia que passa muitos clientes estão a desaparecer e a frequentar mais o mercado do Cawango. Nós, que dependemos deste mercado, corremos o risco de perder os nossos postos de trabalho e, com isso, voltarmos ao desemprego”, deplorou, acrescentando que o Governo deveria requalificar o mercado do Sassa Povoação, o mais antigo da região, que recebia e acolhia muitos viajantes e vendedores de Caxito.

O jovem é de opinião que o Governo deveria continuar com as obras de requalificação das ruas da vila, criando mais espaços de lazer e recreação. 

Outra preocupação apresentada por munícipes é o crescimento dos índices de delinquência, especialmente nos centros urbanos. "O Governo deveria criar mais locais de lazer e recreação e dar continuidade ao programa de asfaltagem das ruas que se encontram em mau estado, principalmente nos tempos chuvosos”, sugeriu o jovem Quissanga, taxista.

O munícipe Sousa Augusto defende, também, a reabilitação das vias de comunicação, com destaque para as que vão para o município de Nambuango, que se encontram em péssimas condições de transitabilidade. "A estrada que vai para Nambuangongo e as restantes merecem intervenção urgente, caso contrário a transportação de bens do campo para os grandes mercados será condicionada nos próximos dias, principalmente nestes tempos de chuva”.

Segundo Sousa Augusto, caso a estrada estivesse boa, a viagem para Nambuangongo seria feita em cerca uma hora, mas, hoje, demora-se cerca de três horas ou mais, cuja corrida custa entre dois a cinco mil kwanzas.

Sebastiana José Canga, que apanhava táxi para Nambuangongo, defendeu a reabilitação urgente do troço Caxito/Nambuangongo.

João Azevedo, interpelado pelo Jornal da Angola no momento em que embarcava para a comuna do Úcua, município do Dande, disse que, além da demora nas paragens, os preços são elevados.

Da vila de Caxito à sua comuna a corrida custa 1.500 kzs, preço que considerou elevado, tendo em conta que a sede da comuna dista a cerca de 64 quilómetros da capital da província.

Programa das actividades

Constam do programa das comemorações alusivas ao 43º aniversário da província mais jovem do país a realização de duas feiras de saúde, campanha de plantação de mangais, em parceria com a Fundação Otchiva, na orla costeira dos municípios do Ambriz e Dande, torneio de futebol salão, sarau cultural, Fórum Socioeconómico do Bengo, festival de teatro, maratona músico-cultural, noite de gala, Grande Prémio Provincial do Bengo em Ciclismo e missa de acção de graças.

Pedro João Cassule Manuel Manuel

• Desejo fazer parte da equipe e actuar na ária de informática. Acredito que poderi executar meus conhecimentos teóricos e práticos e ajudar no crescimento da empresa e do grupo de trabalho.

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