O secretário de Estado para as Florestas, que apresentou, sexta-feira, em Luanda, o Programa Integrado de Gestão do Ecossistema Florestal do Maiombe, disse que o Inventário Florestal Nacional vai ajudar na integração de milhões de famílias dependentes dos recursos florestais.
André Moda afirmou que o Inventário Florestal Nacional surge para a organização dos trabalhos desenvolvidos ao longo dos dez anos. "Com o lançamento do Inventário Florestal, também, começaram os trabalhos dos técnicos a nível do território nacional”.
Em relação aos constrangimentos, o governante disse que podem acontecer por razões climáticas, como é o caso das chuvas que caem em várias zonas do país, pelo reduzido número de estradas e a existência de zonas de difícil acesso. No entanto, acrescentou que o Inventário Florestal vai ser importante na potencialização dos técnicos com mais conhecimentos, sobretudo na área no domínio de actualização dos dados e nos instrumentos de planificação de gestão.
"O Inventário Florestal Nacional e as acções complementares serão desenvolvidas no âmbito do protocolo que está relacionado com o aprimoramento da capacidade técnica e institucional do Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF) e a formação dos seus quadros para os futuros desafios do sector”, lembrou.
O secretário de Estado para Floresta disse que um dos muitos desafios é a capacitação dos quadros, que devem aperfeiçoar o uso das novas tecnologias, sem esquecer a extensão do território, que tem poucas estradas, realidade que poderá não ajudar no alcance de todos os espaços planeados.
"Angola, como signatária do protocolo, está engajada no alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), tendo para o efeito desenvolvido diversas acções de âmbito político e legislativo, desde a aprovação da Política Florestal e outros instrumentos técnicos, com destaque para a Lei de Base de Florestas e Fauna Selvagem”, disse.
Acrescentou que o Ministério da Agricultura e Florestas manifestou total disponibilidade e engajamento no cumprimento das responsabilidades que lhe são atribuídas no âmbito do protocolo, assim como no alargamento da parceria nas mais diversas áreas de transcendente relevância para o sector.
André Moda convidou os governos provinciais, os órgãos de Defesa e Segurança, as instituições públicas, privadas e a sociedade civil a colaborarem, bem como apoiarem a nobre missão de iniciativa estratégica, com o apoio do governo americano.
Parceria
angolano-americana
O embaixador dos Estados Unidos da América em Angola e São Tomé e Príncipe, Tulinabo Mushingi, disse que a protecção do ambiente e das florestas é uma das prioridades do Governo Americano, no âmbito das suas políticas externas.
O diplomata, que falava no lançamento do "Inventário Florestal Nacional”, avaliado em 2.6 milhões de dólares norte-americanos, assegurou que o programa faz parte dos esforços do Governo dos EUA para a promoção de ecossistemas sustentáveis.
O embaixador americano garantiu que o programa vai igualmente apoiar as comunidades, para melhorarem os meios de subsistência e protegerem os recursos naturais vitais.
O acto serviu, também, para assinalar o 53º aniversário do Dia da Terra, que se assinala hoje.
O inventário e a protecção do meio ambiente visam proporcionar desenvolvimento económico à população residente nas comunidades, criação de mais empregos e integração das famílias em diferentes sectores.
"Aproveito a oportunidade para felicitar o Governo angolano pela protecção e repovoamento dos mangais, através de uma campanha nacional ao longo da costa, com o compromisso de alcançar 70 por cento de fontes de energia limpa até 2025”, disse o diplomata.
Segundo Tulinabo Mushingi, os resultados finais do Inventário Florestal Nacional são para o benefício e a melhoria das condições de vida das comunidades a nível do país.
"Os Estados Unidos orgulham-se do seu recorde como líder mundial na redução de emissões de gases poluentes, construção da resiliência aos impactos climáticos, promoção da água e ar seguros e na conservação da natureza, ao mesmo tempo que impulsionam o crescimento económico e fomentam a resiliência contra as catástrofes naturais no país e no estrangeiro”, informou.
Tulinabo Mushingi disse ainda que as florestas são essenciais para o bem-estar da humanidade e constituem uma das bases para a vida na Terra, através de funções ecológicas, regulação do clima e recursos hídricos, além de servirem como habitat de plantas e animais.
As florestas também fornecem uma vasta gama de bens essenciais, tais como madeira, alimentos, forragem, medicamentos e oportunidades para lazer, renovação espiritual e outros serviços.
Anunciou que está em curso o lançamento de um novo programa para a biodiversidade e protecção, que trará desenvolvimento económico, denominado Ecossistema nas Comunidades, Clima do Kubango e Okavango (ECO), avaliado em mais de sete milhões de dólares norte-americanos.
O embaixador dos EUA disse que na parceria com o Ministério da Agricultura e Florestas está projectado apoio para a melhoria da conservação das florestas e a preservação da biodiversidade em Angola.
Por seu turno, a vice-governadora do Cuando Cubango, Helena Ximena, afirmou que as florestas sofrem pressões devido ao aumento da procura de produtos e serviços no seio das comunidades, o que resulta, frequentemente, na sua degradação ou transformação.
"Esperamos que o projecto lançado seja um catalisador para a resolução dos problemas das florestas. Nós, governos provinciais, vamos trabalhar de modo a pretegermos o ambiente”, disse a vice-governador do Cuando Cubango.