Cabo Verde assume na terça-feira a presidência da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (Zopacas), que reúne 21 países africanos e três sul-americanos, colocando o tema dos oceanos como prioridade, foi, ontem, anunciado pela Lusa.
"Cabo Verde disponibilizou-se para acolher esta VIII reunião ministerial e assumir a presidência da Zopacas por dois anos, depois de Montevideu. O país propõe-se a contribuir para dinamização deste fórum de paz e segurança no Atlântico Sul, para conseguirmos também que o vasto potencial de cooperação existente entre os países dos dois lados do Atlântico Sul, seja de facto visível, palpável e com resultados que todos possamos avaliar", acrescentou o chefe da diplomacia cabo-verdiana. A VIII reunião ministerial da organização vai realizar-se no Centro Oceanográfico do Mindelo, sendo antecedida, na segunda-feira, por reuniões preparatórias de altos representantes ou pontos focais.
"Batalhamos muito na altura para trazer a presidência da Zopacas para Cabo Verde. Para já, isto põe Cabo Verde uma vez mais, no mapa geopolítico mundial. Pela nossa posição, por aquilo que nós podemos dar. E Cabo Verde deve ser um país cada vez mais útil na arena internacional e nestas questões de paz, cooperação, segurança", assumiu Rui Figueiredo Soares. A VII reunião ministerial dos Estados-membros desta organização realizou-se em Montevidéu (Uruguai) de 14 a 16 de Janeiro de 2013, há mais de uma década.
"É por isso que estamos a falar aqui da necessidade de revitalizar a Zopacas. Questões várias que terão a ver com as datas marcadas previstas para as reuniões e alguma desaceleração também em relação aos grandes desafios que a humanidade pensava ter de enfrentar. Entretanto, ocorreu, como sabe, a invasão da Ucrânia e os países e as pessoas que dirigem os países deram conta de que é cada vez mais premente nós termos esta cooperação, em termos de segurança", justificou. "A invasão da Ucrânia e o redesenhar do papel das várias potências demonstrou que, inexoravelmente, é preciso cada vez mais ter nos grupos de países que defendem a paz e a cooperação para chegar a esta paz", defendeu.
Esta reunião chegou a estar agendada para Novembro, no Mindelo, o que acabou por não acontecer por motivos de agenda.