CEDEAO exige libertação de crianças raptadas


O Secretariado da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) exigiu a “libertação imediata” de 80 crianças raptadas dia 07 de Abril no Noroeste da Nigéria, condenando o acto que considerou de “terrorista cobarde”.

Segundo a Reuters, a Comissão permanente disse, em comunicado, que acompanha "com grande preocupação os relatos do rapto de 80 crianças por  elementos armados não identificados a 07 de Abril de 2023 na área  de Tsafe, no estado de Zamfara”.

O bloco regional, composto por 15 países, condenou "categoricamente este acto terrorista "cobarde” contra crianças inocentes” e exigiu a sua "libertação imediata e incondicional”. A CEDEAO, de que a Nigéria faz parte, apelou às autoridades nigerianas para "perseguirem rapidamente os autores deste acto hediondo e levá-los à justiça”.

"A Comissão está solidária com o Governo da República Federal da Nigéria e as famílias afectadas neste momento difícil. Reitera o seu compromisso de continuar a acompanhar o Governo na luta contra o terrorismo e o banditismo.” A Polícia, que deu conta inicialmente do sequestro de nove menores, um número posteriormente revisto, disse que as vítimas foram raptadas quando estavam numa floresta onde iam recolher lenha.

Alguns estados nigerianos sofrem ataques incessantes de "bandidos”, um termo usado no país para apelidar  grupos armados criminosos que recorrem a assaltos e sequestros em massa para reclamar resgates, que é uma fonte de financiamento. Estes ataques na Nigéria, antes  concentrados na zona Nordeste do país onde opera o Boko Haram e o grupo dissidente do Estado Islâmico na África Ocidental (ISWA, na sigla em inglês), alargaram-se nos últimos anos a outras regiões do Norte e Noroeste, fazendo disparar os alarmes para à possibilidade destas redes estarem a expandir-se.

Suspensa contratação de médicos

O Governo do Reino Unido anunciou, ontem, a decisão de interromper o recrutamento de profissionais de  Saúde da Nigéria, colocando o país na lista vermelha das nações que não devem ser alvo de recrutamento. A mudança ocorre depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter  identificado o país como um dos 55 países com desafios significativos na força de trabalho no sector da Saúde, num relatório divulgado há um mês.

Consequentemente, o Governo britânico aconselhou os empregadores de Assistência Social e de Saúde a não procurar activamente trabalhadores nestes  países, excepto quando houver um acordo entre governos, anunciou a Reuters.

A directriz é destacada numa declaração no site do Governo do Reino Unido, intitulada 'Código de Prática para o recrutamento internacional de profissionais de saúde e assistência social na Inglaterra'. "Consistente com os princípios e artigos do Código Global de Prática da OMS, e conforme explicitamente exigido pela revisão de 10 anos do Código Global de Prática da OMS, os países que constam da lista devem ser prioridade  para o desenvolvimento de pessoal de saúde e suporte relacionado com o sistema de  saúde”, refere parte da declaração.

"Os países da lista não devem ser activamente visados para recrutamento por empregadores de saúde e assistência social, organizações de recrutamento, agências, colaborações ou órgãos contratantes, a menos que haja um acordo de Governo para Governo em vigor para permitir o recrutamento gerenciado realizado estritamente em conformidade com os termos desse acordo. Recorde-se que, em 2021, o Reino Unido suspendeu o recrutamento de profissionais de Saúde da Nigéria e de outros 46 países. O país observou que a escala crescente de migração de profissionais de saúde e assistência social de países de renda baixa e média-baixa ameaça a consecução das metas de saúde e assistência social de seu país, relata o The Punch.

Actualmente, existem 11.055 médicos nigerianos treinados no Reino Unido, de acordo com dados do UK General Medical Council. A Nigéria é o terceiro país com  médicos estrangeiros a trabalhar no Reino Unido, a seguir a Índia e o Paquistão.

Pedro João Cassule Manuel Manuel

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