Cientista politíca luso-americana considera complexo processo criminal contra Trump


Cientista politíca luso-americana considera complexo processo criminal contra Trump

O processo criminal contra Donald Trump, indiciado em Nova Iorque com 34 acusações, “é mais complexo e mais denso do que se esperava”, disse à Lusa a cientista política luso-americana Daniela Melo, professora na Universidade de Boston."É um caso que vai além do pagamento à (ex-actriz de filmes adultos) Stormy Daniels... tem fraude financeira, fraude eleitoral, pagamentos para encobrimento de crime”, explicou a analista. A expectativa é de que seja "um julgamento longo”, com muitas testemunhas. "As acusações são mais sérias do que aquilo que se esperava”.

Os contornos que estão na origem da acusação trazida pelo procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, já eram conhecidos. Donald Trump terá pago subornos para evitar que histórias comprometedoras fossem divulgadas e terá falsificado os registos desses pagamentos.

Mas a acusação eleva a seriedade das infrações por terem sido feitas, segundo disse Alvin Bragg, para encobrir crimes relacionados com a eleição presidencial de 2016.

Estes contornos são "densos” e a complexidade poderá tornar o caso mais difícil de provar em tribunal, sublinhou Daniela Melo.

Há uma variedade de opiniões sobre a solidez do processo, com alguns analistas a apontarem que ninguém está acima da lei e que, se foram cometidos delitos, não podem ser ignorados consoante o perpetrador.

Vários outros levantam dúvidas sobre a força das acusações e a sua permeabilidade a críticas de que se trata de um processo dúbio de contornos políticos.

"O ponto principal é que isto é obscuro”, disse o professor Richard Hasen, da escola de Direito da Universidade da Califórnia em Los Angeles, citado pela Associated Press. "E o procurador não ofereceu uma análise legal detalhada de como podem fazer isto, como podem contornar os potenciais obstáculos”, disse Hasen, considerando que o caso poderá arrastar-se durante muito tempo.

Há dúvidas, por exemplo, de que o candidato a um cargo federal possa ser indiciado por casos que envolvem leis eleitorais estaduais. Há também incerteza sobre se o caso pode ser julgado num tribunal estadual sem envolver leis eleitorais federais.

Chris Conroy, um dos procuradores envolvidos, disse ao juiz do Tribunal Criminal de Manhattan que o pagamento de subornos foi feito para encobrir outros crimes. Os 130 mil dólares pagos a Stormy Daniels excederam o limite federal de contribuições de campanha, sendo que em Nova Iorque é um crime promover candidatos por vias ilegais.

Michelle Cottle, membro do conselho editorial do New York Times, disse numa mesa redonda do jornal que este caso é "incrivelmente complicado” e será mais difícil de explicar aos norte-americanos e aos próprios jurados que vão julgar Trump.

Pedro João Cassule Manuel Manuel

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