Cortes da Opep+ ameaçam recuperação da economia global

A Agência Internacional de Energia (AIE) indica em relatório que os cortes de produção anunciados pelos produtores da OPEP e aliados (OPEP+) aumentam o risco de acentuar um défice de oferta de petróleo esperado no segundo semestre deste ano e podem prejudicar os consumidores e a recuperação económica global.

Os países consumidores representados pela AIE argumentam que o aperto na oferta eleva os preços e pode ameaçar uma recessão, enquanto à Opep+ culpa a política monetária ocidental pela volatilidade do mercado e pela inflação que reduz o valor do petróleo.

"Os balanços do mercado de petróleo já caminhavam para um aperto no segundo semestre de 2023, com o potencial de surgimento de um défice substancial de oferta”, disse a AIE em seu relatório mensal de petróleo.

"Os últimos cortes correm o risco de agravar essas tensões, elevando os preços do petróleo e dos produtos. Os consumidores actualmente sob o cerco da inflação sofrerão ainda mais com os preços mais altos.”

A Opep+ classificou sua decisão de corte surpresa como uma "medida de precaução” e, em um relatório mensal do petróleo publicado na quinta-feira, a Opep citou riscos baixistas para a demanda de petróleo no verão devido aos altos níveis de stock e desafios económicos.

A AIE espera que a oferta global de petróleo caia em 400.000 barris por dia (bpd) até ao final do ano, citando um aumento esperado de produção de 1 milhão de bpd fora da Opep+ a partir de Março, contra um declínio de 1,4 milhão de bpd do bloco de produtores.

 

Produção em alta

O aumento dos stocks globais de petróleo pode ter influenciado a decisão da Opep+, acrescentou a AIE, observando que os stocks da indústria da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) em Janeiro atingiram seu nível mais alto desde Julho de 2021, em 2,83 biliões de barris.

O cenário da demanda vai ser  distorcido pelo crescimento medíocre nos países da OCDE e pela recuperação da demanda liderada pela China após o relaxamento de suas restrições à Covid-19.

Enquanto isso, as exportações de petróleo da Rússia em Março atingiram seus níveis mais altos desde Abril de 2020, devido aos fluxos robustos de derivados de petróleo, disse a AIE, apesar de uma proibição de importações marítimas da União Europeia e uma política de sanções de limite de preço liderada pelos Estados Unidos.

A receita da Rússia em Março aumentou 1 bilião de dólares mês a mês, para 12,7 biliões de dólares, mas ainda foi 43 por cento menor do que no ano anterior, em parte devido aos preços limitados de suas exportações marítimas de petróleo.

Pedro João Cassule Manuel Manuel

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