Fazenda prevê aumentar a produção de cereais
A fazenda, adiantou, prevê colher, até final deste ano, mais de 17 mil toneladas de milho, trigo, soja e feijão, para a reserva estratégica alimentar do país e o programa de fomento agrícola do Executivo.
Nuno Paulo disse que a fazenda da Mumba, está incluída num projecto do Executivo de fornecimento de milho para reforçar a reserva estratégica alimentar e que a mesma tem estado a cumprir com as suas obrigações.
Desde abertura desta campanha agrícola 2022/2023 já foram produzidas e colhidas nove mil toneladas de milho, das quais duas mil para a reserva estratégica alimentar e sete mil toneladas para o programa de fomento agrícola do Executivo.
Implementada numa área de 43 mil hectares, a fazenda tem como principais objectivos, a produção de cereais como o milho, feijão, soja e trigo, com uma reserva de cultivo de 1.100 hectares, onde se prevê colher neste ano 15 mil toneladas de milho, 800 toneladas de soja e igual número de trigo e 700 toneladas de feijão, com dois ciclos produtivos por ano.
O empreendimento conta com quatro silos para o armazenamento destes produtos com a capacidade para 8.000 toneladas.
No que diz respeito a pecuária, a fazenda controla 6.800 bovinos, dos quais 1.400 estão destinadas ao abate neste ano. Quanto a fruticultura, estão reservados oito hectares para a produção de manga e igual número de hectares para o maracujá, já em cultivo, assim como 300 hectares para a plantação de abacateiros.
Nuno Paulo disse que, o projecto permitiu a criação de 750 postos de trabalho directos e cerca de 2.000 indirectos, entre fornecedores de serviços externos e logística.
Apontou como principais fornecedores de insumos, países como o Brasil, Namíbia e Portugal, e como principal cliente o mercado nacional. A perspectiva num futuro próximo é de exportar os seus produtos para África do Sul, China e o mercado Europeu.
A fazenda da Mumba que já existe há sete anos, tem como previsões a longo prazo, a produção anual de 8.500 toneladas de carne bovina, 20 mil toneladas de milho, cinco mil de soja, duas mil de feijão e igual número de toneladas de trigo, 6.500 de ração animal e 50 toneladas de frutas diversas.
Outra aposta prende-se com a criação de suínos e aves, de forma a contribuir para a melhoria da balança comercial do país e na arrecadação de receitas para os cofres do Estado com a exportação destes produtos.
Produção satisfaz
O secretário do Presidente da República para o sector produtivo, Isaac dos Anjos, manifestou-se satisfeito com o grau de produção de diversos produtos, com maior destaque para o milho na Fazenda Agro-industrial da Mumba.
Isaac dos Anjos fez saber saber que, os níveis de produção da fazenda da Mumba, demostram um exemplo claro, daquilo que o Executivo angolano pretende com a criação desde programa.
Referiu que a ideia da direcção da fazenda de expandir o projecto para a zona do Cuando Cubango, onde pretende-se fazer uma réplica daquilo que está a ser feito na Huíla, vai permitir aumentar a capacidade de produção não só de grãos, como também, de outros produtos, para garantir a auto-suficiência alimentar nesta região.
"Esta fazenda, incorpora uma técnica de produção muito boa, com uma tecnologia avançada, com sistemas de rega por pivot centrais, mas também temos sementeira directa com a incorporação de matéria organica no solo, que lhe permite no mesmo terreno o cultivo do milho, soja, trigo, girassol, entre outros, que produzirá resultados eficazes”, disse.
Disse que o Executivo deve continuar a fazer investimentos, para a atracção de mais investidores na região, para que, nos próximos anos, a província se torne auto-suficiênciente, em termos de produtos agrícolas e possa exportar os excedentes. Reconheceu que as duas províncias, da Huíla e do Cuando Cubango, são ricas em recursos hídricos, terras aráveis e recursos humanos, para o desenvolvimento de uma agricultura sustentável.
"A maior parte da produção do grão a nível do país é proveniente da Huíla e devemos continuar a fazer investimentos, porque temos uma grande vantagem, que é a circulação do comboio, através do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes (CFM), que facilita o escoamento dos produtos.
Explicou que o programa, de iniciativa presidencial, prevê atribuir 300 milhões de dólares ao sector Pecuário, onde, por intermédio do BDA, os produtores poderão solicitar o financiamento para a execução dos seus projectos.
Para tal, disse, uma equipa de trabalho deslocar-se-á à província nos próximos dias, para a recolha de informações, para a posterior implementação do projecto que vai dinamizar a produção e a comercialização da carne, leite e ovos, nos próximos três anos.
Esta é, também, uma das forças da fazenda da Mumba, tendo em conta o grande número de animais que se encontram neste imponente empreendimento.
Disse que o governo local deu início a trabalho interno, para permitir que todos os municípios da província possam beneficiar, para que no Cuando Cubango, existam campos a produzir grãos em grande escala, para a redução da fome e da pobreza.
Referiu que o Ministério da Agricultura está a prestar uma atenção especial a província, com a formação na semana passada, dos produtores de peixe, empresários, técnicos do Gabinete Provincial da Agricultura e Pescas, no sentido de incentivar os produtores locais para o fomento da aquicultura.
Disse que o governo provincial, tomou igualmente conhecimento, com bastante satisfação da implementação, nos proximos tempos do Planapecuária, onde o Cuando Cubango será igualmente abrangido.
"A iniciativa será bem-vinda , porque o Cuando Cubango apresenta todas as condições necessárias para a criação do gado bovino, caprino e suíno, uma iniciativa que será bastante aplaudida pelos produtores locais e por outras pessoas interessadas em actuar neste ramo”, referiu.
José Martins disse que já foram remetidos documentos ao Ministérios das Obras Públicas e da Administração do Território (MAT), para a rápida intervenção das vias de acesso que ligam os municípios do interior do Cuando Cubango, de forma a criar condições favoráveis aos produtores e aos comerciantes que estarão envolvidos no PLANAGRÃO que vão ajudar também na circulação de pessoas e bens.