Comissão multisectorial constata condições para a implementação do PLANAGRÃO
Uma comissão multisectorial, chefiada pelo secretário do Presidente da República para o sector Produtivo, Isaac dos Anjos, trabalhou, na província do Cuando Cubango, para constatar o grau de funcionamento de algumas fazendas que se dedicam à produção de cereais, no quadro da implementação do PLANAGÃO.
No final do primeira dia de trabalho no Cuito Cuanavale, o secretário de Estado para a Agricultura e Pecuária, João Cunha, disse que a visita visou, também, constatar as dificuldades que os produtores enfrentam na produção de grãos, tendo em conta que o Cuando Cubango faz parte do grupo das quatro províncias indicadas para a implementação da primeira fase do PLANAGÃO, seguido do Moxico e das Lundas Sul e Norte.
Disse que o Governo lançou recentemente o Plano, com o objectivo de se produzir cereais e leguminosas em grandes quantidades de forma a suprir algumas das principais dificuldades que o país enfrenta, quer para o consumo humano, como animal.
João Cunha fez saber que a comissão interagiu com o governo provincial e os produtores locais, para no âmbito do PLANAGÃO tomar conhecimento sobre os principais problemas que enfrentam, para melhorar cada vez mais, os seus modos de produção e aumentar a produtividade do milho, arroz, soja e trigo a nivel nacional.
No final da visita à fazenda Agro-industrial do Longa, João Cunha, referiu que o grau de produção de arroz em curso, demostra as condições climáticas bastante favoráveis que o Cuando Cubango possui.
Acrescentou que, uma vez aplicadas as técnicas necessárias, os campos poderão produzir quantidades satisfatórias de arroz e de outros cereais.
"Trata-se de um investimento feito inicialmente pelo Estado, mas que foi privatizado e que o empresário está a produzir consideravelmente. Isto demostra que o processo de privatização foi oficial e estamos perante um empreendimento que no âmbito da privatização está a dar os seus passos que mostra que o Executivo tomou uma decisão acertada”, assegurou.
Segundo o responsável no primeiro ano de trabalho, foi possível cultivar o arroz, numa área de 600 hectares, apesar de estarem neste momento a depender simplesmente das chuvas.
Disse que os sistemas de irrigação encontram-se avariados, o que mostra que as terras são férteis e têm as condições necessárias para a produção de cereais.
Afirmou que, para a próxima campanha agrícola, a direcção da empresa pretende aumentar a área de produção para 1.500 hectares, com a entrada em funcionamento dos sistemas de irrigação para tornar o Cuando Cubango, auto-suficiênciente, no que diz respeito ao consumo do arroz.
Jorge de Amaral disse ainda que a visita da comissão multisectorial constitui um grande incentivo para a empresa e os produtores de grão a nível local, de forma a trabalhar, cada vez mais para que a fazenda Longa se torne uma referência no país.
A reactivação da fazenda Agro-industrial do Longa, permitiu a criação de 70 postos de trabalho e mais de mil famílias camponesas cultivam no perímetro do empreendimento. Acrescentou que a empresa está a criar um projecto de agricultura intensiva para a inclusão de famílias camponesas, num programa de agricultura familiar, de forma a torná-las auto-sufientes.
"Até ao momento, já investimos dois milhões de dólares para a reactivação da fazenda e vamos continuar a investir para se chegar aos 1.500 hectares que é a capacidade máxima da fazenda Longa; mas, estamos a negociar com o governo da província, para aumentarmos a nossa capacidade de produção e chegarmos aos 10 mil hectares”, concluiu.