Hospital Geral do Cuando Cubango necessita de técnicos de Estomatologia

Hospital Geral do Cuando Cubango necessita de técnicos de Estomatologia

O Hospital Geral do Cuando Cubango necessita, com urgência, de médicos dentistas e técnicos de estomatologia, para melhorar o atendimento aos cerca de 400 pacientes, que, mensalmente, procuram a unidade sanitária em busca de assistência médica e medicamentosa.

Cerca de sete anos após a sua entrada em funcionamento, o Hospital Geral do Cuando Cubango conta, apenas, com um médico dentista, para atender os pacientes provenientes dos nove municípios da província com o auxílio, uma vez ou outra, de dois médicos voluntários afectos ao Hospital Militar, e dois técnicos estagiários de Estomatologia. Em declarações ao Jornal de Angola, o médico dentista Fernando Gregório defendeu o recrutamento urgente de mais profissionais, para além dos dois técnicos de saúde voluntários, que tudo fazem para  garantir o normal funcionamento da área de Estomatologia.

"Temos estado a registar enchentes diariamente, um médico não conseguiria dar resposta atempadamente às preocupações dos pacientes, muitos dos quais vêm de zonas longínquas e de difícil acesso”, referiu.

Além da falta de recursos humanos, Fernando Gregório fez saber que o sector de estomatologia do Hospital Geral do Cuando Cubango carece de uma área específica para o internamento de pacientes, tendo em conta que, por semana, sete a dez pacientes têm que ser internados na área de orto-cirurgia.

Fernando Gregório defendeu ainda a necessidade de se reforçar os instrumentos de trabalho, porque o material cirúrgico existente é antigo e precisa de substituição. A falta de meios para a restauração dentária e outras intervenções médicas constam entre as preocupações apresentadas pelo médico Fernando Gregório, acrescentando que, actualmente, o trabalho está centrado na extracção dentária.

Informou que o hospital se debate, igualmente, com a falta de um cirurgião maxilofacial, situação que tem obrigado o médico dentista a realizar drenagens cirúrgicas, para retirar todas as secreções, para dar lugar ao tratamento propriamente dito, à base de antibióticos.

 

Pacientes atendidos

Fernando Gregório fez saber que, desde Janeiro deste ano, a área de estomatologia atendeu 1.382 pacientes com patologias diversas, sendo os abcessos dentários os mais frequentes, com mais de 100 casos registados, dos quais cinco terminaram em morte, devido à chegada tardia ao hospital.

Durante o ano passado, informou, o hospital atendeu 4.184 pacientes, entre adultos e crianças, sendo 286 com abcessos dentários, que provocaram a morte de nove pessoas. 

Apontou a necrose pulpar, pulpite aguda, cárie, abscesso, fractura e extracção dentária como as ocorrências mais frequentes.

O médico mostrou-se preocupado com o elevado número de casos de abcessos dentários que se registam na província, agravados pela chegada tardia à unidade de saúde, porque as pessoas optam primeiro por tratamento tradicional ou pela auto-medicação.

"Muitos ficam internados em quimbandeiros ou em seitas religiosas, fazendo tratamentos à base de raízes e folhas, chegando ao hospital em fase terminal da doença. Os abcessos são mortíferos, quando o pús acumulado atinge às vias respiratórias”, explicou.

Fernando Gregório considerou elevados os casos de doenças dentárias, sendo já uma questão de saúde pública, e solicitou ao Gabinete Provincial da Saúde a realização de campanhas de sensibilização nas comunidades, passando a mensagem sobre os bons hábitos de higiene.

Apontou a má higienização oral, factores genéticos e alimentação rica em açúcar ou carbohidratos como as principais causas de doenças dentárias. Aconselhou às pessoas a primarem sempre pela higienização bucal no mínimo três vezes ao dia, sobretudo depois de cada refeição, para evitarem cáries dentárias.

Fernando Gregório apelou à população a procurar os serviços de saúde assim que sentirem alguma dor nos dentes ou optarem por consultas de rotina, para evitarem problemas maiores no futuro.

Pedro João Cassule Manuel Manuel

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