Mediação apresenta propostas para pôr fim às hostilidades
A equipa internacional de mediação sobre o Acordo de Paz no Mali apresentou “propostas concretas” às autoridades e grupos tuaregues para reactivar “plenamente” o pacto de cessação das hostilidades acordado em 2015, após negociações em Argel, disse, segunda-feira, uma fonte militar ligada ao processo, citada pela AFP.
A tensão aumentou nos últimos meses entre a Junta Militar instalada após os golpes de Estado de Agosto de 2020 e Maio de 2021 e o Quadro Estratégico Permanente (CSP), que inclui antigos rebeldes tuaregues e membros de milícias pró-governamentais, no meio de uma maior insegurança devido aos ataques dos grupos terroristas. O CSP anunciou, em finais de Dezembro, que suspendia a sua participação no acordo de paz e apelou a um processo de mediação internacional num local neutro, face ao que descreveu como a falta de vontade da Junta para cumprir o acordo de Argel de 2015, que viu grupos separatistas tuaregues tornarem-se parte das Forças Armadas, um cessar-fogo e uma proposta para dar mais poderes ao Norte do Mali.
Os mediadores internacionais apresentaram as suas propostas na sexta-feira passada, convencidos de que "têm em conta as preocupações expressas por ambas as partes” e visam "restaurar a confiança e o diálogo construtivo”, sob os auspícios do Comité de Acompanhamento do Acordo, presidido pela Argélia. Entretanto, a comunidade internacional apela urgentemente às partes para que se abstenham de "acções que possam comprometer os esforços de mediação”, reafirmando o seu total empenho em acompanhar as partes no seu caminho para "uma paz duradoura, estabilidade e reconciliação, no estrito respeito pela unidade, integridade territorial e soberania do seu país”, de acordo com um comunicado da Missão Multidimensional de Estabilização Integrada das Nações Unidas no Mali (Minusma).