O sindicato, que representa mais de 160 mil actores e apresentadores de cinema, rádio e televisão de Hollywood, decidiu entrar em greve, se não conseguir um novo acordo com os estúdios até 30 deste mês.
As reivindicações dos actores são semelhantes às dos argumentistas, que entraram na sexta semana de greve, após o sindicato do Writers Guild of America (WGA) ter falhado um acordo remuneratório com os produtores de cinema e televisão.
Os actores, muitos dos quais demonstraram apoio aos argumentistas na sua luta com os grandes estúdios, pedem também uma melhoria nas condições de trabalho e nos salários, que consideram estarem desajustados face à inflação e ao crescente papel das plataformas de ‘streaming’.
Além disso, os actores demonstraram preocupação com o uso de imagens geradas por inteligência artificial e com a gestão dos direitos de voz e imagem.
A última vez que os actores de Hollywood entraram em greve foi no ano 2000.
Já no que toca aos argumentistas, a última greve que o sindicato fez foi em 2007 e durou mais de um mês, resultando num prejuízo de 2,1 mil milhões de dólares para a indústria audiovisual norte-americana e no despedimento de 37 mil profissionais.
O WGA exige cerca de 600 milhões de dólares em aumentos salariais e outros benefícios para os argumentistas, como a compensação que um membro da equipa recebe sempre que o produto volta a ser transmitido na televisão e que, segundo a organização, tem sido reduzida pelas plataformas de ‘streaming’.
A greve foi determinada após o falhanço das conversações entre o sindicato, que representa 11.500 argumentistas, e a AMPTP.
O WGA pede aumentos de 5% e 6%, mais argumentistas para cada produção, um mínimo de 10 semanas de emprego por ano, limites à utilização de inteligência artificial na escrita de guiões e uma renegociação dos pagamentos residuais no ‘streaming’.
O sindicato calculou que este pacote aumenta em 429 milhões de dólares os pagamentos anuais. A contraproposta dos estúdios vale apenas 86 milhões de dólares.
Os efeitos da greve dos argumentistas já se estavam a fazer sentir na indústria, obrigando à suspensão da produção de séries como "Stranger Things”, "Cobra Kai” ou "The Last of Us”.
Uma eventual greve dos actores pode complicar ainda mais o desenvolvimento de novas produções em Hollywood.