Apenas 5% do mercado informal realiza pagamento com cartão

O Inquérito de Inclusão Digital realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) indica que, em 2022, acima de 95 por cento dos microempreendedores dos mercados informais utilizaram o método de pagamento em dinheiro vivo e 97 por cento não comercializam os produtos online.

Os dados foram apresentados, ontem, em Luanda, pela coordenadora do Programa de Reconversão da Economia Informal do PNUD, Carla Serrão, durante o seminário sobre a "Inclusão Digital e de Género em Micro-Negócios”, realizado pelo Banco Nacional de Angola e o PNUD.

 Carla Serrão realçou que os dados levantados em Dezembro de 2022 fazem cioncluir que no sector informal  não existe ainda  a inclusão digital.

Por essa razão, os agentes micro e empreendedores devem entender que o dinheiro ou o pagamento digital é importante e mais seguro, porque evita perdas e assaltos.

No que toca à bancarização, resultante do inquérito, Carla Serrão divulgou que, nos mais de 10 mil microempreendedores em actividade nos mercados informais, menos de 40 por cento não possuem conta bancária e que a nível dos empreendedores cerca de 91 por cento não têm acesso à banca tradicional.

 

Inclusão de género

No que toca ao género nos mercados informais, o inquérito ilustra que no caso específico da província de Luanda, cerca de 71 por cento são da classe feminina e a nível das outras províncias elas representam 64,8 por cento.

De acordo com Carla Serrão, "a informalidade tem de ser um programa com perspectiva de inclusão de género” e quanto ao processo de inclusão social e digital, o PNUD conta, actualmente, com mais de 500 microempresas inseridas.

Para os inquéritos, foram realizadas 9.323  entrevistas em 18 mercados informais, dos quais se aferiu também a necessidade de se trabalhar na literacia dos operadores económicos, devido à baixa escolaridade das pessoas.

 

Políticas  da banca

Os resultados apresentados no seminário sobre a "Inclusão Digital e de Género em Micro-Negócios”  serão determinantes na dinamização e digitalização, rumo à resolução das questões

do emprego e de género, segundo o administrador do Banco Nacional de Angola.

Miguel Bartolomeu apontou como outro foco importante os efeitos a serem gerados nos micro-negócios, com impacto positivo na criação da cadeias de valores e aumento dos níveis de inclusão financeira em todo o país.

O  representante-residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Edo Stork, reconheceu que  os micro-negócios existentes em Angola são um dos principais pilares da economia nacional, o que faz com que a sua instituição aposte fortemente no sector, sobretudo pela forte inclusão de género.

"As mulheres são o grande pulsar da economia  e dos negócios do país”, sublinhou Edo Stork.

Pedro João Cassule Manuel Manuel

• Desejo fazer parte da equipe e actuar na ária de informática. Acredito que poderi executar meus conhecimentos teóricos e práticos e ajudar no crescimento da empresa e do grupo de trabalho.

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