Miragens Teatro exibe hoje a peça “4:30” na Liga Africana

O retrato dos momentos finais das vítimas da queda do grande edifício da antiga Direcção Nacional de Investigação Criminal(DNIC), no fatídico dia 29 de Março de 2008, é a proposta dramática que o grupo Miragens Teatro leva à cena hoje, às 20h00, na Liga Africana, em Luanda, no espectáculo “4:30”, para saudar o seu 28º aniversário, que se assinala hoje.

Em declarações, ontem, ao Jornal de Angola, Mariana Lofranto, responsável do grupo, disse que tudo está preparado para que as duas exibições programadas sejam um êxito, acrescentando que os actores realizaram na manhã de ontem, no Complexo Escolar de Arte "CEARTE”, o último ensaio.

Mariana Lofranto disse esperar que a apresentação de hoje possa satisfazer os anseios dos amantes das artes cénicas angolanas, assim como a de amanhã, à mesma hora e local, com o espectáculo "Diálogo com os Mortos”.

O espectáculo "4:30” conta a história do desabamento da extinta Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC), na madrugada do dia 29 de Março de 2008. A peça narra a história de angústia das vítimas que viveram os últimos minutos das suas vidas gritando por socorro e à espera de ajuda, que para muitos nunca chegou. A obra traz o um retrato entre a imaginação e a realidade dos que sobreviveram à tragédia.

Já o espectáculo "Diálogo com os Mortos”, do género dramático, retrata a vida do jovem Nguvulo, que teve um sonho com os ancestrais e resolve fazer uma viagem para saber as razões de, passados vários anos, não conseguir alcançar a tão desejada Sagrada Esperança.

A peça é uma viagem que se traduz num encontro com a história da nossa cultura e espiritualidade, artisticamente e humanamente falando. "A história apela para o resgate dos valores culturais, sociais e éticos, como factores importantes para um saber ser, estar e fazer”, disse Mariana Lofranto, acrescentando que "a peça nos remete também a um apelo aos ideias do colectivo, a recuperação dos valores culturais, sociais, políticos e éticos, em suma, é um grito à valorização da educação, da cultura e das artes para o bem-estar integral da sociedade”.

No dia 7 de Junho de 1995, realizava-se, no âmbito do Dia Mundial de Luta contra a Droga, uma palestra subordinada ao tema "As Redes”, liderada pelo encenador Walter Cristóvão, então responsável da Comissão de Informação do Grupo Juvenil "Aurora Divina”, na Paróquia de São Luís, adstrita à Igreja Nossa Senhora de Fátima, no Rangel, em Luanda.

Com base nesse evento, o encenador Walter Cristóvão incentiva alguns jovens a representar o espectáculo "A Família e a Droga”. A plateia recebeu com extraordinário entusiasmo a encenação, que devido ao êxito foi repetida no mesmo dia. Nascia assim na arena cultural luandense o grupo "Miragens Teatro”. Na época, decidiu-se pela fazer do teatro um instrumento útil de educação social no meio dos mais variados grupos sociais.

Foi assim que o Grupo apareceu, pela primeira vez, em palco convencional com cerca de uma dezena de actores, a 25 de Agosto de 1995, no salão nobre da Paróquia de São Luís. É esta data que é considerada o ano da divulgação e promoção do colectivo. A  22 de Setembro do mesmo ano, o Grupo estreou a peça "O Padre Colbe até à Morte”, que também foi recebido com bastante entusiasmo em muitos espaços cénicos e salões da capital do país.

Em 1996, o Grupo lestreia no espaço Elinga Teatro, na Baixa de Luanda, a peça "Revolução Feminina”. No dia 4 de Agosto, estreia a obra "Irmãs Filhas de Jesus Infância Marcada”. A 22 de Setembro, traça um programa ambicioso denominado "Projecto Fraternidade”, com vista a obter meios financeiros, vestuário e alimentação, donativos que foram entregues ao Lar da Terceira Idade do Beiral, gesto solidário que contou com a colaboração de vários grupos, em alusão ao Dia Nacional do Idoso, que se assinala a 30 de Novembro.

A 19 de Dezembro de 1996, o Grupo foi convidado pela Direcção Provincial da Cultura de Luanda a participar no projecto "Noites de Teatro à Quinta-Feira”. A maior aposta foi em 1997, com o projecto "Março-Mulher”, ao realizar um festival músico-cultural em solidariedade à mulher e que foi um grande sucesso, mesmo sem contar com o apoio das instituições afins.

Pedro João Cassule Manuel Manuel

• Desejo fazer parte da equipe e actuar na ária de informática. Acredito que poderi executar meus conhecimentos teóricos e práticos e ajudar no crescimento da empresa e do grupo de trabalho.

Enviar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem