O ministro zambiano da província ocidental do Mungu, Capelwa Mbangweta, defendeu na última quinta-feira na visita à cidade do Luena, capital do Moxico, que Angola e Zâmbia “devem cooperar na produção de cereais” existentes naquela província do Leste.
Capelwa Mbangweta apontou o milho, o arroz, a ração animal e as hortícolas como os produtos com que a Zâmbia pode ajudar o país a "produzir em grande escala”.
Recorde-se que a Zâmbia tem uma produção excedentária de milho que chega a três milhões de toneladas por ano.
Em 2017, Angola e República Democrática do Congo pediram, respectivamente, 20 e 10 toneladas de milho ao Governo zambiano, tendo na altura a ministra da Agricultura, que recebeu o pedido, não se comprometido com a disponibilização das quantidades pretendidas, pelo facto da prioridade ser a exportação de farinha, para fomentar a produção local, mantendo-se a proibição de exportação de milho pelo país. Na viagem que fez de comboio do Luena até à fronteira do Luau, na companhia do governador Ernesto Muangala, o ministro da província ocidental do Mungu, Capelwa Mbangweta, afirmou ter constatado "enormes recursos naturais, que fazem do Moxico uma região próspera para a promoção do turismo”. "O Moxico possui zonas favoráveis para a prática do turismo, podendo atrair turistas e investidores de vários países do mundo e contribuir para a arrecadação de receitas e para o crescimento económico da província”, destacou.
Falando sobre a construção do ramal ferroviário que vai ligar Angola e a Zâmbia, através do município do Luacano na província do Moxico, e Mungu na província ocidental da Zâmbia, Capelwa Mbangweta disse ser um projecto que vai alavancar o sector económico dos dois países e promover o bem-estar entre as populações que partilham a fronteira comum.
Ao lado, o vice-governador do Moxico para o sector Político, Económico e Social, Victor da Silva, reforçou que "a materialização deste projecto [rama] concorre na criação de condições que promovem a construção de infra-estruturas de maior relevância económico e política para o país e a Região da África Austral.
"O ramal ferroviário vai aumentar o fluxo de trocas comerciais e facilitar a transportação de diversas mercadorias ao nível dos países da região, a fim de aumentar o crescimento no sector privado”, acrescentou. "A ligação ferroviária entre os dois países vai aumentar por outro lado a mobilidade na região Leste e criar desenvolvimento em actividades turísticas para reduzir os níveis da extrema pobreza”, concluiu.