Do sonho pela Engenharia ao amor pelos mangais

 

Do sonho pela Engenharia ao amor pelos mangais

Manuela Gomes

Jornalista

A paixão pela natureza tornou Fernanda Renée numa ambientalista desde muito cedo. Formada em Engenharia de Pesquisa e Produção de Petróleos, pela Universidade Jean Piaget de Angola a sua dedicação a protecção pela conservação e restauração de mangais granjearam a ela vários reconhecimentos nacionais e internacionais.

31/03/2023  ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO 10H15
© Fotografia por: DR

Mesmo tendo inciado com os flamingos, a proteção, conservação e restauração dos mangais em Angola "ganhou o coração” da ambientalista, anos depois, e passou a ser uma causa especial na sua vida.

Ao lembrar do passado conta que tudo teve início na sua terra natal, Benguela, com uma pequena iniciativa para salvar o habitat dos flamingos que, apesar de serem um símbolo da cidade portuária do Lobito viviam sob o risco de extinção devido ao lixo depositado diariamente em alguns locais.

"Sempre gostei de me engajar nas causas, por isso, com um punhado de jovens do Lobito, decidimos  achamos que era tempo de agir para impedir que os flamingos desaparecessem para sempre”, disse.

A ambientalista conta que na infância sempre gostou da natureza. "Quando sentimos a invasão do habitat dos flamingos, era como se estivessem a roubar a minha própria identidade. O meu receio era que os flamingos fossem extintos, devido a indiferença das pessoas”.

 A cruzada

Hoje, com os mangais como bandeira da sua "cruzada”, a ambientalista tem procurado resgatar a mística desses ecossistemas que são o berçário da vida marinha e o habitat de várias espécies, em especial as aves migratórias.

Sem nenhuma formação específica no sector do Ambiente, Fernanda Renée sonhava tornar-se numa engenheira de petróleos. "Nunca fiz, antes, uma formação ligada a gestão do ambiente. O meu envolvimento com a proteção da natureza começou quando procurei salvar o habitat dos flamingos”, disse.

Zonas especiais

Os mangais, para Fernanda Renée, são zonas de subsistência de várias comunidades de pescadores, assim como ajudam a proteger a orla costeira contra as erosões e inundações. "São ferramentas cruciais no combate às alterações climáticas, uma vez que as florestas destes ecossistemas capturam e armazenam mais dióxido de carbono do que qualquer outro”.

Actualmente, confessa, lamenta o facto desses ecossistemas serem subvalorizados, apesar da importância que têm. A população, contou, tem desvalorizado e muitas vezes destruído os mangais. Outro fenómeno que tem causado impacto negativo é a ocupação das zonas de mangais para a construção de diversos projectos habitacionais e hoteleiros. "A destruição desses ecossistemas implica a extinção de várias espécies e a vulnerabilidade da orla costeira a diversas catástrofes ambientais”.

Reconhecimento

Engajada na nova paixão pelos mangais, hoje a sua maior "missão”, a recuperação desses ecossistemas, Fernanda Renée já foi inúmeras vezes galardoada. 

Em 2015 foi distinguida com o Prémio Odebrecht 2015, pela contribuição dada ao desenvolvimento sustentável. Na altura, foi, também, nomeada como finalista do Prémio jovens campões da terra da Organização das Nações Unidas (ONU).

No ano passado venceu o "Prémio jovem campeã mundial para a conservação das zonas húmidas”, pela Convenção de Ramsar.

Este ano foi nomeada Mensageira mundial para as zonas húmidas pela convenção de Ramsar (ONU).

Pedro João Cassule Manuel Manuel

• Desejo fazer parte da equipe e actuar na ária de informática. Acredito que poderi executar meus conhecimentos teóricos e práticos e ajudar no crescimento da empresa e do grupo de trabalho.

Enviar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem