Rússia terá recrutado mercenários em Angola para combater na Ucrania
O governo de João Lourenço terá disponibilizado à Federação Russa um contingente militar formado por 100 ‘mercenários’, para ajudar o seu tradicional e velho aliado na guerra contra a Ucrânia, avançou esta sexta-feira, 24, a estação de televisão CNN Portugal, citando o Centro Nacional de Resistência Ucraniano.
O Centro Nacional de Resistência da Ucrânia, numa publicação feita na sua página oficial, deu conta de que o "inimigo" russo "procura formas de restaurar o seu potencial ofensivo para continuar a guerra" - nomeadamente, na Bielorrússia e em Angola.
Na nota, a mesma fonte denuncia que os "ocupantes" russos "esperam envolver" na guerra "até 2.000 mercenários da Bielorrússia" pertencentes à empresa de segurança privada GardService - para compensar as "pesadas perdas" sofridas pelas suas forças armadas no terreno.
"Além disso, sabe-se que cerca de 100 mercenários de Angola chegaram já à Rússia", elabora a mesma nota, que dá conta de que a "participação" destes combatentes na guerra em território ucraniano "foi pessoalmente acordada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, durante a sua visita ao país africano" citado.
Acerca da estratégia russa de "envolver ainda mais mercenários" no conflito no leste europeu, o Centro Nacional de Resistência da Ucrânia explicou que se deve ao facto de a sua eventual morte não provocar "tensão social" na Rússia - ao contrário do que acontece se isso acontecer com combatentes recrutados no contexto de uma mobilização geral na Rússia.
Um estudo do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), 'um think-tank' norte-americano especializado em geopolítica, deu recentemente conta de que, no último ano, terão morrido entre 60 mil e 70 mil militares russos na Ucrânia - incluindo elementos das forças armadas, combatentes mercenários e outros envolvidos nas investidas russas no terreno.
Desde o início da guerra, que se iniciou a 24 de fevereiro do ano passado, os países da NATO e da União Europeia apressaram-se a disponibilizar apoio financeiro, militar e humanitário para ajudar a Ucrânia a fazer face à invasão da Rússia. O país invasor, por outro lado, foi alvo de pacotes de sanções consecutivos (e concertados) aplicados pelos parceiros de Kyiv.
Até agora, mais de 8 mil civis já morreram, ao passo que mais de 13 mil ficaram feridos na sequência dos combates no terreno, segundo os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).