Jogar como um só povo uma só nação

 

Jogar como um só povo uma só nação

Honorato Silva

Jornalista

Como um só povo, uma só nação, inspirados pelo Angola Avante, a canção que anuncia ao mundo a nossa independência e soberania, vamos hoje às 17h00, no Estádio Nacional 11 de Novembro, empurrar os Palancas Negras à conquista da importante e quase crucial vitória, diante das Estrelas Negras do Ghana, na quarta jornada do Grupo E da corrida à Taça de África das Nações em futebol, agendada para o próximo ano, na Côte d’Ivoire.

27/03/2023  ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO 12H34
Palancas Negras esperam contar com o calor do público para superar o adversário logo mais © Fotografia por: DR

É tempo de esquecermos as diferenças. De colocarmos de lado as animosidades e passar por cima das feridas abertas no último pleito eleitoral, cujo desfecho do processo em tribunal aguarda pela luz do dia, porque neste momento quem mais ordena é a Pátria. O nosso chão! Sem espaço, sem tempo, tampouco vez, para discussões de egos. Seremos equipa no relvado e nas bancadas, nos acertos e nos erros.

Ainda está patente o filme do lance que ditou a derrota (0-1), na quinta-feira, em Kumasi. Foi bem no último acto do desafio. Um golpe certeiro e cruel bem na boca do estômago, quando até o árbitro parecia convencido de que o empate sem golos seria o desfecho, numa tarde de ressurreição da equipa nacional, há muito afastada das exibições coesas, sobretudo no processo defensivo, apesar de pouco ter produzido nas despesas do ataque, de modo a assinar uma surpresa estrondosa, com a conquista da vitória nos domínios de um gigante africano.

Mas já passou o momento de carpir mágoas. O cronómetro do marcador voltou a ser zerados. A caminho do quarto ano ao leme das Palancas Negras, Pedro Gonçalves sabe com que linhas coser, para colocar em campo uma equipa capaz de replicar em casa a postura destemida demonstrada no chamado reduto inexpugnável dos ghanenses, e assim garantirmos a desejada vitória que, ao se consumar, dissipará todas as dúvidas criadas à volta da capacidade do futebol angolano regressar à grande montra continental, depois da ausência há um ano, nos Camarões.

Os jogadores, uns já experimentados nas lides das selecções, outros marinheiros de "primeiras viagens”, porém detentores de calo competitivo criado nos clubes, têm fome de vitória. Tudo que almejam é vencer e, no final, abraçar o seu povo sedento de momentos de glória da Selecção Nacional, a equipa que às vezes diz odiar, por não atingir o sucesso com a regularidade desejada, numa espécie de amor não correspondido pelos resultados desportivos. É imperioso vencer hoje à tarde, princípio de noite, por forma a evitar-se o recurso às arreliadoras contas de somar e de subtrair, nas duas últimas jornadas, embora sejam disputadas uma em campo neutro e outra em casa, pois num eventual quadro de vantagem ou de igualdade, a República Centro Africana, obrigada pelas circunstâncias a jogar fora dos seus domínios, tudo fará no sentido de chamar a si, no confronto directo, o apuramento para a maior cimeira do futebol africano.

 

*Em casa mandamos nós!*

No balneário das Palancas Negras o ambiente é de confiança no sucesso da empreitada, não obstante a valia competitiva do opositor, um Ghana em renovação, pelo qual fizemos claque recentemente, no Mundial do Qatar. Seguro na baliza, Neblu, guarda-redes que reúne a preferência da maioria dos adeptos, foi directo ao ponto quando questionado sobre as expectativas dos comandados de Pedro Gonçalves. "O grupo está muito moralizado. Como se diz, em nossa casa mandamos nós! Os colegas confiaram em mim e, quando se tem essa confiança, as coisas correm bem. O adversário é difícil, mas estamos concentrados e moralizados que vamos conseguir um bom resultado aqui. Peço que os adeptos venham ao campo e puxem por nós, pois sem eles não somos nada”, apelou.

Avançado com golos, Lucas João preferiu ver o copo meio cheio, explorando os bons indicadores tirados do último desafio: "Não conseguimos trazer um resultado positivo. Mas temos de realçar as coisas positivas, como a exibição da equipa, que teve uma boa entrega. Tivemos um jogo bem conseguido e uma infelicidade. Isso acontece. É futebol. Estão duas equipas a lutar pelo mesmo. Infelizmente caiu para o lado do Ghana”.

Sem tempo a perder com lamentos, recriminações e choros pelo leite derramado, o jogador moldado no futebol inglês apontou o caminho a seguir, na perseguição da principal meta do grupo, porque "temos um jogo para recuperar os três pontos e assim colar na liderança e continuarmos a olhar para o nosso objectivo, que é o apuramento”. Compenetrado na tarefa de criação das melhores condições com vista à materialização da premissa maior, a presença na Côte d’Ivoire, o elenco federativo acompanha os atletas e a equipa técnica, na convicção de que o êxito será um facto. Em nome da direcção, Artur de Almeida e Silva, presidente, sublinhou a importância da recepção às Estrelas Negras, por ser uma partida bastante decisiva. "A rapaziada está moralizada. Acredito que temos tudo para fazer um bom jogo aqui e conquistar uma vitória que nos possa catapultar para a próxima CAN. Esse é o nosso objectivo.”

Pedro João Cassule Manuel Manuel

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