A junta militar no poder em Burkina Faso, abriu investigações por alegadas violações dos Direitos Humanos pelas suas forças de segurança após a divulgação de um vídeo que sugere uma execução extrajudicial de sete crianças no Norte do país.
"Não haverá impunidade para os perpetradores comprovados de violações dos Direitos Humanos no Burkina Faso”, assegurou.
O anúncio das investigações surge em resposta a apelos do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos para investigar o vídeo, que circulou nas redes sociais a partir de meados de Fevereiro.
A agência Associated Press (AP) publicou neste mês as suas próprias conclusões sobre o vídeo e a sua investigação concluiu que as forças de segurança do Burkina Faso mataram as crianças numa base militar fora da cidade de Ouahigouya.
Parentes de um dos rapazes, Adama, de 16 anos, disseram que ele tinha vindo alimentar o gado quando as forças de segurança o detiveram e mais tarde mataram-no.
Desde 2015 que combatentes fundamentalistas islâmicos ligados à Al-Qaeda e ao grupo extremista do Estado islâmico têm vindo a empreender uma insurreição violenta no Burkina Faso.
A violência matou milhares de pessoas e obrigou cerca de 2 milhões a abandonar as suas áreas de residência, desestabilizando e expondo fracturas, conduzindo a dois golpes de Estado no ano passado.
Desde que o capitão Ibrahim Traoré tomou o poder em Setembro, no segundo golpe, as execuções extrajudiciais de civis aumentaram e as liberdades cívicas diminuíram, de acordo com grupos de direitos e residentes.
A promessa do governo de levar os perpetradores à justiça marcou uma mudança brusca em relação à sua resposta inicial às mortes capturadas no vídeo.