Accionistas do BCI reúnem este mês
Os accionistas do Banco de Comércio e Indústria (BCI) reúne, no dia 28 deste mês, em Luanda, em assembleia-geral.
De acordo com uma nota divulgada no Jornal de Angola de ontem, a reunião de accionistas tem quatro pontos em agenda, sendo que vai ser apreciado e deliberado o relatório de gestão e contas de 2022, o parecer do Conselho Fiscal sobre as contas de 2022 e o parecer do auditor externo sobre as contas do exercício de 2022.
Vai ser também, no encontro, apreciada e deliberada a proposta de contratação de novo auditor externo para o quadriénio 2023 – 2026. Consta, igualmente, da agenda de trabalho a aprovação do plano estratégico para o triénio 2023-2025 e a aprovação e deliberação de outros assuntos de interesse da sociedade, refere o documento assinado pelo presidente da Mesa da Assembleia-Geral, Samuel Candundo.
O Banco de Comércio e Indústria (BCI), até 2021, detido pelo Estado, que o privatizou em concurso público ganho pelo Grupo Carrinho já assumiu que vai ser um banco mais voltado ao apoio ao agro-negócio e à indústria nacional.
Os novos donos do BCI comprometem-se fazer do banco referência no crédito agrícola, mas também bastante interventivo na organização da actividade comercial e de serviços com pacotes e serviços de crédito ao encontro das expectativas dos clientes.
Neste momento, por exemplo, o banco aprovou a entrada de um novo crédito adiantamento salário bastante procurado.
Desde dezembro de 2021, o grupo angolano Carrinho Empreendimentos passou a ser o novo dono do Banco de Comércio e Indústria (BCI), tendo oferecido a proposta de 165.000 kwanzas por cada uma das 100 mil acções colocadas à venda pelo Estado (anterior dono), o que totalizou um preço final obtido de 16,5 mil milhões de kwanzas (cerca de 28 milhões de dólares).
Um ano depois, isso em Dezembro de 2022, os accionistas do BCI fizeram sair um comunicado onde davam conta da conclusão do processo de recapitalização do banco, em obediência aos instrutivos do Banco Nacional de Angola.
O capital social do BCI é, actualmente, de 82 mil milhões de kwanzas, bem acima dos 15 mil milhões exigidos pelo regulador - Banco Nacional de Angola.
Expectivas com a "saúde” das contas
Nos meses de Março e Abril de cada ano realizam-se, quase na totalidade, as reuniões de accionistas para balanço nas instituições financeiras bancárias.
Muito também devido aos prazos de reportes para o regulador, espera-se, que este mês, muitos bancos anunciem decisões e opções de políticas a seguir para 2023.
Particularmente no BCI, a expectativa de clientes e da opinião especializada é ouvir e saber até que ponto os accionistas prosseguem com o processo de reestruturação interna do banco, que tem levado não só a redução da força de trabalho, mas também de agências bancárias pelo país.
Espera-se que seja confirmada a recuperação da "saúde” do banco já em 2022.
Dados apontam para uma dívida de clientes (crédito malparado) acima de Kz 80 mil milhões, o que abre enormes desafios ao processo de cedência normal de novos créditos pelo banco.