Basquetebol: Equipa do Maculusso clama por apoios

 

Basquetebol: Equipa do Maculusso clama por apoios

Armindo Pereira

Jornalista

A equipa do Vila Clotilde sobrevive, há décadas, das poucas receitas provenientes da boa vontade dos sócios, dos amigos e do arrendamento das instalações para manter a equipa principal no Campeonato Nacional sénior masculino de basquetebol.

01/04/2023  ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO 11H05
Estudantes do bairro Maculusso defrontam este domingo o Petro de Luanda nas meias-finais © Fotografia por: DR

O facto foi revelado ao Jornal de Angola pelo secretário-geral daquela agremiação de Luanda, Fernando Sousa. Há dois anos, o quadro não se altera, apesar de sucessivos apelos à sociedade no sentido de manter as portas abertas, sobretudo, a de formação.   

"Nunca tivemos facilidades. Somos uma agremiação modesta, do bairro, que sobrevive à base da carolice dos sócios, amigos, bem como das poucas receitas provenientes do arrendamento das nossas instalações”, revelou.  

A prioridade passa por canalizar os parcos recursos à equipa sénior masculina que evolui no Campeonato Nacional, o Unitel Basket. Sousa destacou igualmente o papel do clube na "formação de homens íntegros”, através do desporto: bolsas de estudos, subsídios de transporte e merendas.

Entretanto, o dirigente lamenta o facto de não se reconhecer o esforço do clube do bairro Maculusso e diz não perceber as razões de atribuição do dinheiro do Orçamento Geral do Estado aos clubes mais expressivos como o 1º de Agosto, Petro de Luanda e Interclube. 

Os internacionais angolanos Leonel Paulo (Sangalhos de Portugal), Pedro Bastos, Alexandre Jungo e Gerson Domingos (Petro de Luanda) começaram as carreiras desportivas nos escalões de formação do FC Vila Clotilde.

Os jogadores dotados de melhor técnica individual e com margem de progressão foram sempre cobiçados, recordou o secretário da equipa luandina. Outro aspecto "grave”, segundo o responsável, prende-se com o aliciamento dos mesmos.

A direcção continua a bater-se para dar continuidade ao projecto de preparação da nova geração para o surgimento de novos talentos. Com essa "maré” de dificuldades, a direcção daquela agremiação vê cada vez  mais distante o sonho de concretização da vedação do campo de treino bemcomo a montagem de um piso mais adequado.

O nome do Vila entra para a história do desporto angolano a 25 de Março de 1953. O objectivo sempre foi a formação académica do homem e o desporto assume o papel de escape para unir os jovens do bairro. 

 

À medida que o tempo passava, o 1º de Agosto acertou o sistema táctico e, deste modo, equilibrou a contenda. Composta maioritariamente por jogadores mais novos, as transições rápidas foram a saída encontrada por Wlademiro Miranda. Estavam decorridos 12 minutos do primeiro quarto e o resultado era favorável aos militares pela margem mínima: 23-22.

A resposta do Vila não se fez esperar. A defesa homem a homem dificultou a criação de linhas de passe. Pouco tempo depois, surgiu outra contrariedade no 1º de Agosto B. O extremo Gideão Mnayeme, até então a melhor unidade com dez pontos, foi substituído tão logo atingiu a quarta falta.

Nesta altura, os dois técnicos procuravam dilatar a vantagem e recorreram aos diferentes diagramas ofensivos. O equilíbrio era a tónica dominante com ligeiro ascendente para o Vila que foi ao intervalo a vencer por 44-42.

No terceiro quarto, a equipa do bairro Maculusso encontrou o antídoto para desfazer o equilíbrio. Foi sol de pouca dura. Para o desalento do técnico Adriano, o extremo-base Pedro foi tomar banho mais cedo, depois de lhe ser aplicada a segunda falta técnica, quando a equipa vencia com uma vantagem na casa de dois dígitos: 80-70.

A maior experiência competitiva do Vila Clotilde veio ao de cima e não mais voltou a dar qualquer margem aos militares. Foi consumada a vitória e a consequente qualificação inédita testemunhada pela direcção do clube, com directo à celebração efusiva. Na meia-final, o Vila Clotilde vai encontrar o Petro de Luanda.

No final do jogo, o treinador Adriano disse que a vitória coroou o sacrifício dos jogadores e da direcção do clube que clama por apoios ao longo dos últimos dez anos. Até ao presente momento, é a única equipa de alta competição que treina em campo sem cobertura e piso inadequado. 

Enquanto o grito de socorro não é atendido, a direcção continuará a fazer o possível com os parcos recursos para as despesas quer dos escalão principal quer os de formação. 

Os internacionais angolanos Leonel Paulo (Sangalhos de Portugal), Pedro Bastos, Alexandre Jungo e Gerson Domingos (Pedro de Luanda), só para citar estes, tiveram o início das carreiras no FC Vila Clotilde. Esta é, até aqui, a principal motivação da direcção para manter o basquetebol na grelha de actividades. 

Pedro João Cassule Manuel Manuel

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