Habitantes de Mbanza Kongo, na província do Zaire, manifestaram-se, segunda-feira, satisfeitos com a estabilidade no fornecimento de energia eléctrica, desde a implementação, em 2017, da Rede Nacional de Electricidade e a construção de uma subestação em cada um dos seis municípios, constatou o Jornal de Angola.
A instalação de contadores pré-pagos constitui, na óptica de muitos munícipes de Mbanza Kongo, um outro desafio, no sentido de se acabar com as cobranças por estimativa, cuja realidade nem sempre corresponde ao consumo do cliente.
O cidadão Ângelo Fernandes Baú, 38 anos, residente no bairro 4 de Fevereiro, arredores da cidade de Mbanza Kongo, considerou bastante satisfatório o fornecimento de energia eléctrica à região, na medida em que, dificilmente, se verificam cortes, com excepção daqueles que ocorrem por necessidade de manutenção periódica.
"O fornecimento de energia à cidade de Mbanza Kongo, nos últimos anos, tem sido muito bom, porque tem havido poucos cortes, com excepção daqueles períodos em que está agendada a manutenção nas subestações. Estamos a falar de uma energia com qualidade que permite o uso de todos os electrodomésticos e lâmpadas”, sublinhou.
Ângelo Baú, que continua a consumir energia eléctrica no sistema pós-pago, espera, também, ver instalado o contador pré-pago, por entender que permite melhor controlo do consumo e o valor da energia eléctrica a pagar.
"A ENDE já instalou postes e cabos na minha rua para efectivação do sistema pré-pago, falta apenas montar os contadores. Estamos todos ansiosos que este processo seja concluído o mais rápido possível, no sentido de contrapor esta situação de subida constante das facturas, sem que possamos compreender as razões”, disse.
Por seu turno, o cidadão António Tunguilo, 60 anos, residente no bairro Martins Kidito, arredores da cidade de Mbanza Kongo, também, mostrou-se bastante satisfeito com a eficácia no fornecimento de energia eléctrica ao seu bairro, mas também aguarda pelo sistema pré-pago.
"Desde 2017 que tenho energia em casa. Aquele período de se preocupar com a conservação dos frescos, em que ficávamos três ou mais dias sem energia eléctrica, porque o grupo gerador avariou ou estava sem gasóleo, faz parte do passado. Realmente, a estabilização do fornecimento de energia eléctrica constitui o primeiro sopro dos ventos do desenvolvimento nesta região. Agora só esperamos pelo sistema pré-pago, porque no pós-pago o valor das facturas sobe sem entendermos a razão”, disse.
O estudante universitário António Cláudio João, 30 anos, residente no bairro 11 de Novembro, zona 5, também mostrou-se satisfeito com a qualidade de energia eléctrica que chega ao seu bairro e referiu que, com a iluminação pública, diminuíram os assaltos na via pública e a delinquência em geral.
"A população está satisfeita com a estabilidade no fornecimento de energia eléctrica, tanto na cidade, como nos bairros periféricos de Mbanza Kongo. Nesta zona, por exemplo, a energia da rede pública ajudou a diminuir a delinquência no bairro, porque antigamente havia muitos roubos a noite”, frisou.
Sistema pré-pago
O director provincial da ENDE, Ricardo Neves, fez saber que a campanha de actualização de contadores pré-pagos, que visa melhorar a funcionalidade do sistema e dos equipamentos, está garantida, cujo reinício está previsto para o mês de Maio próximo.
"Nós já temos aqui o sistema pré-pago instalado em alguns bairros da cidade de Mbanza Kongo, bem como noutros municípios da província. Não está concluído ainda, garanto que vamos em breve continuar. É um dado assente, esta campanha de instalação e actualização do sistema pré-pago é de abrangência nacional, teve o seu início na capital do país, Luanda, em Fevereiro último. Para nós, cá no Zaire, está previsto o arranque para o próximo mês de Maio”, assegurou Ricardo Neves.
O director da ENDE no Zaire avançou que, neste momento, a nível da província, a empresa que dirige controla 54.174 ligações domiciliárias, das quais 46.449 em regime de pós-pagamento e 7.725 no sistema pré-pago.
"O município do Soyo destaca-se em termos de clientes, totalizando, até Março do corrente ano, 20.717, seguido pela capital Mbanza Kongo, com 18.040, o Nzeto, Tomboco e Kuimba, todos com mais de quatro mil clientes, e o Nóqui com 1.625”, acrescentou.
De salientar que o Ciclo Combinado do Soyo, com 750 MW, equipado com quatro turbinas a gás, integra o processo de produção do Sistema Norte, a par da central hidroeléctrica das Mabubas, no Bengo, de Cambambe, no Cuanza Norte, além de Laúka e Capanda.