Durante anos, a mulher lutou para a sua emancipação e os resultados dessa luta são vistos em todos os cantos, a mulher deixou de ser apenas dona de casa, esposa e mãe, se tornando em chefe de família, trabalhadora e empresária.
Os primeiros passos de vida de cada indivíduo começam em casa, a maneira como a criança vai lidar com as outras na escola, como vai tratar os mais velhos na rua e a maneira como a criança vai dirigir-se a alguém desconhecido são peculiaridades e tais traços, ou a resposta para a forma como cada ser se comporta, partem da educação que se recebe em casa, não é à toa que se diz "a educação vem do berço”. O papel da mulher em tornar uma sociedade saudável começa desde o momento em que uma criança vem ao mundo, o cuidado e a dedicação com que elas vão tratar o recém-nascido, as experiências que terão/viverão durante o seu desenvolvimento e as lições de vida que a cada dia ensinarão aos pequeninos servem de lapidação ao comportamento da criança para a vida adulta, independente do comportamento que herdarão através das influências que poderão sofrer pelos colegas de escola, vizinhos ou outros familiares.
Às mulheres é incumbido o dever de cuidar dos filhos, e sabemos que as crianças, de hoje, são os líderes do amanhã, são as mulheres que, na maior parte das vezes, levam as crianças à igreja, à escola, são as mulheres que passam o dia com as crianças e do seu comportamento parte também, na maioria das vezes, o comportamento das crianças, elas vêem-se influenciadas pelo comportamento da mãe, tia, prima ou avó, e têm-nas como exemplo para certas condutas, incluindo aquelas que são tidas como pouco honrosas. Uma mulher educada sabe que deve evitar maus comportamentos ou o uso de palavras torpes, pois as crianças são como um gravador, elas aprendem, copiam e reproduzem tudo o que ouvem e vêem à sua volta: uma mulher educada sabe como chamar atenção e corrigir os erros de uma criança, sem gritar, sem bater, sem nem usar agressão verbal… são atitudes do género que mudam a mentalidade das crianças, elas crescem sabendo que não devem gritar com os adultos, que não devem bater umas nas outras e, sempre que virem outra criança agindo mal ou mesmo um adulto, mostrarão a sua indignação e dirão como era suposto se comportar mostrando com acções ou argumentos a forma como aprenderam com os seus pais, ou familiares em casa. É importante salientar que uma criança, que é criada num seio onde a boa educação e o respeito são prezados, dificilmente se desviará, pois a sua mente foi acostumada desde cedo às boas práticas. É claro que nem todas as mulheres têm a capacidade de ser educadoras e tratar bem as crianças porque sua conduta as compromete. Este tipo de mulher manda para a sociedade uma criança problemática que cresce com várias dificuldades, fraco aproveitamento escolar, tornando-se, depois, num adulto com comportamentos que não são dignos. É certo que existem excepções: crianças há que não tiveram todos os cuidados maternos que deveriam ter, não tiveram a atenção requerida para a sua educação, mas ainda assim acabaram sendo adultos bem-sucedidos, criando famílias com óptima base comportamental, servindo, então, de exemplo de boa conduta para outros.
O papel da mulher para que uma sociedade seja saudável consiste em zelar para que as crianças sejam educadas e criadas no melhor ambiente possível, mostrar diferença através do seu comportamento, sua maneira de falar e vestir para ser tida desde cedo como exemplo a seguir, ser responsável por incutir na mente da criança os valores morais, éticos, sociais, religiosos, dentre outros, zelar para que as crianças cresçam onde elas saibam desde cedo quais condutas são boas e más, como podem ou não proceder diante das mais variadas situações: é a mulher que lança a trilha para que a criança possa seguir nesta longa caminhada que é a vida e é a partir desta trilha que a criança vai caminhar, tornando-se num adolescente diferente de muitos, tornando-se num jovem exemplo para a sociedade, tornando-se então num adulto digno de aplausos por sua boa conduta. A sociedade é o reflexo dos seus indivíduos e cabe a cada mulher fazer a sua parte. Esta abordagem que trago sobre o papel da mulher começar na educação de uma criança nem sempre é tida em conta, pois se julga que apenas a escola tem a obrigação de formar bons cidadãos para que, no futuro, sejam grandes líderes e esquece-se que tudo começa em casa. Por exemplo, se uma mãe porventura disser que o seu filho não irá à escola, por mais que o filho e a escola queiram, ele não irá pois temerá desobedecer à mãe, a escola é importante mas não nos devemos esquecer da influência que uma mulher tem quando o assunto é educar uma criança.
A sociedade é saudável quando há nela indivíduos íntegros, pessoas que, por mais maltratadas que sejam, estão sempre dispostas a fazer o bem e nunca dispostas a pagar pela mesma moeda. Uma sociedade saudável é aquela em que cada pessoa sabe o lugar que ocupa e não tenta meter-se nem fazer de conta que pertence a um lugar que não lhe é devido, uma sociedade saudável é aquela que, independente das circunstâncias, os seus cidadãos estão prontos para aguentar a barra protegendo-se uns aos outros para um bem maior, uma sociedade saudável começa a ser construída nos primeiros anos de vida de uma pessoa. Educar uma mulher é educar a sociedade, e é através dela que uma sociedade é criada, a mulher é crucial na criação de uma sociedade saudável porque a base é ela, está nela e com ela, é a mulher que traça o destino de cada criança, cada família e cada homem, é a mulher o lar, o pilar e a responsável por uma sociedade saudável.