Ministro Filipe Zau felicita Zezé Gamboa

O ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, felicitou, segundafeira, em Luanda, o cineasta angolano Zezé Gamboa, pela sua mais recente homenagem no Festival de Cinema de Dakhla e manifestou a sua satisfação pelo relevante papel que vem desempenhando em prol da sétima arte no país.

"Que o nível de desempenho do seu percurso continue a ser uma fonte inspiradora para o crescimento do cinema e do audiovisual em Angola”, lê-se na nota de felicitação. Zezé Gamboa, um dos mais prestigiados realizadores angolanos, cuja filmografia tem merecido reconhecimento a nível internacional, foi distinguido em Marrocos com uma estatueta  na décima primeira edição do Festival Internacional de Dakhla, que olha para o cinema angolano em várias vertentes.

Zézé Gamboa é onome artístico de José Augusto Octávio Gamboa dos Passos, cineasta natural de Luanda, nascido em 1955. Entre 1974 e 1980, Zezé Gamboa foi realizador do Telejornal e de Programas de Informação da então Televisão Popular de Angola (TPA).

Obteve, em 1984, o diploma de Engenheiro de Som na Néciphone, sob a direcção de Antoine Bonfanti, em Paris, tendo participado como Engenheiro de Som em mais de trinta produções cinematográficas internacionais. Em 1989, inicia-se  como realizador d documentários. "Mopiopio, Sopro de Angola” (1991) e "Dissidência” (1998) obtiveram reconhecimento internacional. Seguiram-se documentários e curtas-metragens, "Bom Dia, África”, ficção (2009), "O Desassossego de Pessoa”, documentário (2002), "Burned by Blue”, documentário (2001), entre outros.

Em 1992, durante o processo de paz em Angola, começou a desenvolver a primeira longa-metragem, "O Herói”, mas a guerra civil recomeçou. Depois de enfrentar obstáculos e dificuldades, o filme foi rodado em 2002.

O Herói (2004) ganhou o Prémio do Grande Júri do "World Dramatic Competition of the Sundance International Film Festival”, em 2005, e tornou-se um sucesso internacional, alcançando muitos prémios e sendo seleccionado para os mais prestigiados festivais e competições internacionais. Em 2007, foi apresentado no Festival de Cannes como celebração do cinema africano. "O Grande Kilapy” (2012) foi a segunda longa-metragem que estreou comercialmente em Portugal, em Angola e no Brasil, além de ter passado  em muitos festivais e receber inúmeros prémios importantes.

Sócio-fundador da Gambôa & Gambôa Produções, além de realizador foi produtor de diversos filmes, "Mozambique da Guerra e da Paz”, de Sol de Carvalho, 2019, série de 24 episódios, co-produtor de "Le Sapeur”, de David Pierre Fila, 2017,  "Sur la Route de la Rumba”, de David Pierre Fila, 2014, "Bobô”, de Inês Oliveira, 2013, "O Grande Kilapy”, "O Herói”, do próprio autor.

 
Homenagens

Galardoado com o Prémio Nacional de Cultura e Artes, em 2010, em 2018 teve uma distinção pela sua dedicado à cultura angolana, no "Khouribga African Film Festival”, em Marrocos. Em Moçambique, 2015, na Semana do Cinema Africano, em Maputo.

No Cineport, na Paraíba, Brasil, foi distinguido em 2009, dois anos antes exibiu "O Herói” em Cannes, na secção "Todos os Filmes do Mundo” (Tous les cinemas du monde), celebrando o Dia de África, em França. No mesmo ano, recebeu o Troféu Humberto Mauro, homenagem de carreira.

Pedro João Cassule Manuel Manuel

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