Ministra da Saúde anuncia para este ano primeiros transplantes de órgãos no país

 

Ministra da Saúde anuncia para este ano primeiros transplantes de órgãos no país

Alexa Sonhi

Jornalista

Os primeiros transplantes de órgãos e tecidos poderão ser feitos ainda este ano, carecendo, apenas, de acertos e melhor formação dos profissionais que vão ser envolvidos no processo, anunciou, segunda-feira, em Luanda, a ministra da Saúde.

04/04/2023  ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO 08H30
Ministra da Saúde anuncia para este ano primeiros transplantes de órgãos no país © Fotografia por: Edições Novembro

Sílvia Lutucuta, que falava à imprensa, à margem da visita do ministro das Finanças de Portugal, Fernando Medina, ao Instituto Hematológico Pediátrico Victória do Espírito Santo, disse que a cooperação entre os dois países no domínio da Saúde vai ajudar na materialização do transplante de órgãos e tecidos, acrescentando que o governo português é um forte aliado para o sucesso deste processo. 

A ministra da Saúde deu a conhecer que está em curso um programa de investigação com o Instituto Nacional de Saúde de Portugal, Doutor Ricardo Jorge, e, no âmbito da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), estão a ser enviados para as cidades de Lisboa e Porto vários médicos, para se especializarem em áreas específicas, para que o processo de transplante de órgãos e tecidos decorra sem grandes constrangimentos. 

Em relação ao Instituto Hematológico Pediátrico Victória do Espírito Santo, Sílvia Lutucuta disse que um grupo de profissionais da Saúde se encontra num intenso programa de formação, para melhor tirar proveito da referida infra-estrutura.  

Segundo a governante, ainda este ano, o país vai contar com mais de três mil profissionais, entre médicos e enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica, que estão a frequentar cursos de especialidade em várias áreas, com realce para a Hematologia, Hemato-oncologia e outras associadas à área hematológica, para reforçar o quadro de pessoal do Instituto Hematológico Pediátrico Victória do Espírito Santo. 

Sobre as doenças hematológicas, Sílvia Lutucuta disse que 18 por cento da população angolana tem traços de anemia falciforme e dois por cento tem a doença de falciformação. 

"O Executivo decidiu construir um hospital qualificado para atender todos os casos relacionados à doença e as demais do fórum hematológico”, disse. 

A titular da pasta da Saúde sublinhou que o Instituto Hematológico Pediátrico Victória do Espírito Santo tem uma pressão muito grande de atendimento, porque por ele passam, diariamente, mais de 60 pacientes em crise e com outras complicações de doenças hematológicas, adquiridas, congénitas e hemato-oncológicas.   

O Hospital Hematológico, segundo a ministra da Saúde, conta com os préstimos de mais de 100 profissionais. 

Sílvia Lutucuta admitiu que o país tem poucos especialistas na área hematológica, estando, por isso, a ser enviados para o exterior do país, com realce para Portugal, vários médicos para fazerem a especialização nesta área, bem como em Ortopedia, Pediatria, Anestesia, Laboratório e Saúde Pública, especialidades essenciais para o bom funcionamento do Instituto.

O Instituto Hematológico Pediátrico Victória do Espírito Santo foi idealizado para dar resposta a doenças de origem hematológica, como anemia falciforme, leucemias aguda e crónica e linfomas em pediatria. Conta, igualmente, com a componente de hemoterapia pediátrica e um centro de transplante de medula óssea. 

Dispõe, ainda, de áreas de intervenção e centro de apoio à criança com anemia falciforme. Tem capacidade para atender 60 por cento em serviço de urgência e 40 em consultas externas, serviço de hemoterapia e pediátrica.

  Financiamento de Portugal

O ministro das Finanças de Portugal disse que a visita ao Instituto Hematológico Pediátrico Victória do Espírito Santo teve como objectivo constatar o seu funcionamento, visando a análise das formas de financiamento. 

Fernando Medina garantiu que ficou impressionado com o tamanho e qualidade da obra, que visa a prestação de uma melhor assistência a todas as crianças que padecem de falciformação e outros problemas hematológicos. 

Salientou que, neste grande investimento feito pelo Governo angolano, Portugal acaba por estar associado, pelo facto de ter sido uma empresa portuguesa de referência, a Mota Engil, a construir o hospital, com grande qualidade, da base ao topo. 

Pedro João Cassule Manuel Manuel

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